Marcia Dessen

Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.

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Marcia Dessen
Descrição de chapéu Folhainvest

Quem planeja tem futuro

Planejamento financeiro é adequado para qualquer pessoa, idade ou faixa de renda

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Se engana quem pensa que planejamento financeiro é coisa de gente rica. Os benefícios de um bom planejamento são inúmeros e adequados para qualquer pessoa —não depende da idade, da profissão ou faixa de renda.

Muitos não fazem orçamento e acham que são capazes de controlar os números de cabeça. Não é bem assim. Basta um exercício de colocar tudo no papel ou em uma planilha e constatar que estavam enganados.

Quem ganha pouco tende a dizer que não sobra dinheiro.

Com o salário totalmente comprometido com as despesas recorrentes e algumas voluntárias, não percebe a oportunidade de mudar as coisas, repensar a maneira como se relaciona com o dinheiro e ponderar antes de realizar novos gastos.

Quem ganha bem tende a gastar muito, sem planejamento prévio, sem estabelecer prioridades e limites, e acaba cometendo os mesmos erros dos menos afortunados. Não raramente, recorrem ao caríssimo crédito rotativo para financiar os excessos de consumo.

A imensa população de brasileiros endividados e inadimplentes reúne pessoas de várias faixas de renda, demonstrando não ser esse o fator que determina a capacidade de pagamento das pessoas, mas seu comportamento, estilo de vida, hábitos de consumo.

O segredo para ficar rico não é ganhar muito, mas gastar pouco, respeitar limites, fazer escolhas conscientes. Como fazer isso? Com planejamento, decidindo a destinação de cada parcela do salário.

O primeiro pagamento é seu, destinado a projetos importantes de longo prazo, como o seu futuro. Transfira para um investimento no mesmo dia do recebimento do salário, antes que seja envolvido no turbilhão de despesas que virá na sequência.

Depois, destine parte do salário para a necessária reserva financeira que permitirá tranquilidade na hora de enfrentar imprevistos e despesas emergenciais.

Agora que as suas prioridades foram atendidas, calcule o novo valor disponível e organize os pagamentos, separando as despesas obrigatórias das voluntárias. Para as obrigatórias, recorrentes e importantes, não há muito espaço para decidir se vamos ou não pagar, mas podemos administrá-las.

Comece com as despesas de moradia: aluguel, condomínio, luz, água, IPTU, manutenção etc. Educação e saúde também são relevantes e merecem destaque no orçamento.

Alimentação é um item que podemos administrar consumindo produtos da estação, comida caseira em casa ou no trabalho, e restringindo refeições fora de casa, quando for necessário apertar o cinto.

Elabore o orçamento conforme o seu perfil de despesas. As prioridades e a distribuição dos recursos podem diferir bastante de uma família para outra.

Uma pessoa solteira, um casal sem filhos ou com três filhos, uma família que acolhe e mantém um ou mais idosos, por exemplo, farão escolhas distintas, respeitando a importância e a relevância de cada item do orçamento.

O desafio é pagar tudo com os recursos disponíveis em cada mês, sem utilizar o limite do crédito rotativo do cheque especial e do cartão de crédito.

Os gastos voluntários, que podem ser evitados ou adiados, ficam para o fim da fila.

Uma boa organização e planejamento há de abrir espaço para o lazer e para as coisinhas desnecessárias, mas que queremos tanto. Só quando e se sobrar dinheiro...

Saiba que cerca de 80% das pessoas ricas não nasceram em berço esplêndido e formaram sua riqueza e patrimônio em uma geração, com muito trabalho, persistência e decisões financeiras sábias.

marcia.dessen@gmail.com

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