Marcia Dessen

Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Marcia Dessen
Descrição de chapéu Folhainvest

Comprar ou alugar imóvel

Pagar pela posse ou pelo uso do imóvel, reflexão válida mesmo quando se pode comprar

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Quando a taxa de juros era elevada, rondando 1% ao mês, não era incomum a estratégia de investir o dinheiro disponível para comprar um imóvel e morar em um alugado, se beneficiando da diferença entre os rendimentos e o valor da locação.

Rendimentos menores nas aplicações financeiras, mercado imobiliário com amplo estoque de imóveis e a oferta de financiamentos imobiliários com juros reduzidos animam os que estão namorando a ideia de comprar.

A pandemia também movimentou o mercado imobiliário com famílias buscando ambiente para acomodar o trabalho em casa e mais espaço ao ar livre.

A dúvida quanto a comprar ou alugar permanece. Existem vantagens e desvantagens de ambos os lados, e a decisão depende de aspectos muito pessoais.

Quando alugar

O valor do aluguel varia bastante em razão do tipo e da localização do imóvel. Mas não foge muito de 0,35% ao mês sobre o valor do imóvel. A rentabilidade das aplicações no mercado financeiro também varia em razão do nível de risco e do horizonte de tempo. Do ponto de vista financeiro, faz sentido alugar quando o valor do aluguel, em termos percentuais, for inferior ao retorno líquido das aplicações financeiras.

Alugar pode ser a melhor opção dependendo do estilo de vida ou da profissão. Permite morar em uma casa sempre nova, moderna, localizada onde for mais conveniente para a família, perto da escola ou do trabalho. Se o tamanho ou as necessidades da família mudam, basta alugar um outro imóvel, maior e com mais estrutura de lazer, por exemplo. Ou perto de metrô para os que decidem viver sem carro.

Quem aluga transfere para o proprietário o risco de desvalorização e o custo de manutenção do imóvel. Ponto para o inquilino.

José e Maria estão tentando chegar a um acordo em relação à decisão de comprar ou alugar. José argumenta que a casa própria é um ativo que só gera despesa e que, salvo hipótese de valorização, não vale a pena. Os ativos que ajudam a construir riqueza são os que geram renda, os que põem dinheiro no bolso.

Querem construir um patrimônio para substituir a renda do trabalho na aposentadoria. Se os bens do casal se limitarem à casa própria e ao carro, terão ativos que tiram dinheiro do bolso.

Maria, favorável a comprar, não gosta muito da teoria, mas é obrigada a concordar que faz sentido. Propôs que, em vez de um imóvel grande, podem comprar dois menores, um para morar e outro para alugar.

Se a opção for alugar, evite o IGP-M e proponha o IPCA como índice de correção.

Quando comprar

Faz sentido comprar quando a emoção fala mais alto. Quando se quer realizar o sonho da casa própria, desfrutar da sensação de segurança e conforto de morar no que nos pertence, é difícil contrapor um argumento financeiro. Para os que têm preconceito em relação a morar de aluguel, também não há argumento financeiro que resolva.

Comprar também pode ser a melhor opção para os poucos disciplinados que só conseguem ter as coisas comprando a crédito. Assumem a dívida e pagam porque é uma obrigação. Não conseguem economizar e acumular dinheiro para comprar o imóvel à vista no futuro.

Só compre se for um bom negócio, se o preço de compra for menor do que o preço justo e existir forte perspectiva de valorização do imóvel. Apaixonar-se pelo imóvel e pagar o preço pedido será um bom negócio para o vendedor.

Se a opção for comprar, planeje muito bem o tipo de financiamento antes de assumir esse importante compromisso. Tema da próxima coluna.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.