Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Marcos de Vasconcellos

Das 15 ações que mais subiram, 8 são também as que pior caíram

Tendência do preço, no mercado de ações, é perseguir a média; nos últimos dias, isso ficou cristalino

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A alegria de ver uma das ações da sua carteira entre as mais valorizadas do dia traz consigo o medo de vê-la entre as maiores baixas na noite seguinte.

É algo como a lei da gravidade, o que sobe, desce. E o que sobe muito, costuma descer bastante, já que a tendência do preço, no mercado de ações, é perseguir a média.

Nos últimos dias, essa tendência ficou cristalina.

Dos 15 papéis que ficaram entre os mais valorizados do Ibovespa nos últimos sete pregões, oito registraram também as maiores baixas do mesmo período. Mais da metade! Em apenas sete dias!

Gráfico das recentes flutuações dos índices de mercado - Diego Padgurschi-09.mai.15/Folhapress

São empresas como Azul, Embraer e Magazine Luiza, que ocuparam, quase ao mesmo tempo, o podium das que mais subiram e o das que mais caíram.

O levantamento leva em conta as negociações feitas de 2 a 10 de junho e as três ações que tiveram o melhor e o pior desempenho a cada dia.

Os rankings são publicados diariamente pelo site Monitor do Mercado, contabilizando a variação de preço em relação ao fechamento do dia anterior.

Veja as tabelas, que destacam as ações que se repetem nos dois rankings:

Maiores altas
2/jun 3/jun 4/jun 5/jun 8/jun 9/jun 10/jun
CVC IRB Brasil Minerva Azul Azul IRB Brasil B2W
Gol Gol Embraer Yduqs Gol Iguatemi Magazine Luiza
Cogna Cyrela Suzano Gol Embraer Multiplan Totvs
Maiores baixas
2/jun 3/jun 4/jun 5/jun 8/jun 9/jun 10/jun
Magazine Luiza JBS Ecorodovias Totvs Yduqs Gol Gol
B2W Braskem Cielo Suzano Bradespar Azul Embraer
Minerva Minerva ALL Marfrig Tim MRV Azul

O Ibovespa é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, a bolsa brasileira, e reúne as empresas consideradas as mais importantes do mercado. Atualmente, conta com 75 ações. Todas consideradas parrudas.

Não são, a princípio, papéis considerados “de eventos”, cujo valor oscila de acordo com uma ou outra notícia. Mas empresas que têm histórico e produzem algo palpável, sendo possível avaliar suas possibilidades de crescimento e seus riscos.

Os aviões seguem sem poder decolar, mas Gol e Azul estiveram, por dois pregões seguidos, entre as mais valorizadas. Logo na sequência, passaram dois pregões entre as mais desvalorizadas.

A explicação simplista é a de sempre: os investidores acharam que os preços estavam baixos demais, compraram. Os preços subiram. Investidores (às vezes, os mesmos) viram nisso uma oportunidade e venderam. E assim por diante.

Os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo, no livro “Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo”, por sua vez, apontam que é comum aos investidores grandes, que dominam o mercado, seguir o movimento de manada. Vendendo e comprando sem levar em conta expectativas racionais.

Essas grandes movimentações criam ondas difíceis de surfar para o investidor “pessoa física”. Ficar em pé na prancha exige disposição (e fundos) para correr riscos.

O ideal, recomendam os especialistas, é manter o olho no longo prazo. O Ibovespa, por exemplo, com a pandemia de coronavírus, atingiu a mínima de 69 mil pontos. Agora, no meio do ano, antes de sabermos como e quando a pandemia vai acabar, já subiu 37%, chegando aos 94 mil. A máxima do ano foi 119.527 pontos.

Além disso, para dormir um pouco mais tranquilo, cabe a você entender as razões pelas quais parece interessante usar o seu dinheiro para ajudar uma grande empresa a atingir objetivos, possivelmente lucrando com isso. E observar a oscilação de preços sempre como sinal, não como um fator determinante para venda ou compra.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior desta coluna afirmou incorretamente que a máxima da Bolsa brasileira neste ano foi de 97 mil pontos. O Ibovespa bateu em janeiro o recorde de 119.527 pontos. O texto foi corrigido.

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