Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Marcos de Vasconcellos

Investidor não deve ser refém da falta de perspectivas do Brasil

Uma opção é comprar papéis de grandes exportadores; outra, investir em BDRs de ETFs

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O principal indicador do mercado de ações mundial chegou ao seu recorde histórico. É bem provável, no entanto, que o rendimento dos seus investimentos não tenha ido tão bem.

O S&P 500, que reúne os 500 papéis considerados mais representativos da Bolsa de Nova York (NYSE) e da Nasdaq, bateu 4.092 pontos nesta quinta-feira (8). Quase 9% acima dos 3.756 que atingiu no fim de 2020.

Já por aqui, o “nosso” Ibovespa está 5,5% abaixo do recorde histórico (os 125 mil pontos aos quais chegou em janeiro deste ano).

O índice, que é o principal indicador do mercado de ações brasileiro, costuma ter mais volatilidade que o S&P 500 e, nos últimos 5 anos, subiu 135%, enquanto o seu par americano ficou na trave dos 100%.

Quando consideramos só este ano, no entanto, a história é outra: enquanto o mercado brasileiro teve uma leve variação negativa (0,15%), o americano subiu mais de 10%.

O que se enxerga lá que não se enxerga aqui? Vacinas, dinheiro na mesa e direção clara de um governo. Um governo recém-eleito, aliás, mas que fez questão de apontar as diretrizes para o combate à pandemia nos seus primeiros dias de mandato.

Até mesmo a possibilidade de aumento da carga tributária para encher os cofres públicos foi bem-vista pelo mercado nos EUA. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, publicou um artigo no Wall Street Journal, na última quarta-feira (7), defendendo um aumento da taxação para financiar um programa de US$ 2,25 trilhões de investimentos em infraestrutura.

Sem malabarismos, Yellen pontua: as atuais regras de tributação americanas fazem com que as empresas tenham mais benefícios ao migrar suas operações para outros países. O mercado americano se manteve inabalado com as declarações.

Ao optar por serem competitivos em relação aos impostos, os EUA deixaram de lado o desenvolvimento da mão de obra e da infraestrutura, diz Yellen.

É uma declaração direta, sem os tortuosos discursos que aqui são praxe quando alguém saca da cartola uma nova proposta de “reforma tributária”. O pragmatismo faz bem às contas.

Já em relação às vacinas, você deve ter visto, a cidade de Nova York começou a vacinar pessoas entre 16 e 29 anos. Em São Paulo, os alvos das agulhadas ainda estão na terceira idade (68 anos). Onde a perspectiva de melhoria da economia parece mais palpável?

Mas não é por estar no Brasil que seus investimentos precisam se restringir ao mercado nacional. Uma das saídas apontadas por especialistas é atrelar parte dos seus investimentos ao dólar. De acordo com o BTG Pactual, aliás, a moeda pode chegar a R$ 6,40 até o fim do ano.

Uma opção é comprar papéis de grandes exportadores, como as produtoras de proteína animal, como JBS e Minerva Foods, que têm sido bem recomendados por bancos e casas de análise, por surfarem na recuperação econômica da China e dos EUA.

Outra opção, que começa agora a entrar no radar de investidores, é investir em BDRs de ETFs. A sopa de letrinhas não ajuda, mas são papéis emitidos no Brasil com lastro em fundos estrangeiros, atrelados a índices, ou seja, que replicam as carteiras dos índices.

As cotas dos ETFs são negociadas como ações em seus mercados e as BDRs “importam” suas variações, podendo ser negociadas na Bolsa, como qualquer ação.

E só neste ano, 25 novas BDRs de ETFs ficaram disponíveis para todos os investidores. Antes, eram apenas para investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investidos no mercado financeiro).

O cardápio vai desde o BACW39, que replica um índice que reúne papéis de empresas de média e grande capitalização de países desenvolvidos e em desenvolvimento, até o BIBB39, que reúne farmacêuticas e empresas de biotecnologia listadas na Nasdaq, passando por índices de companhias chinesas (BCHI39) e japonesas (BEWJ39) e até mesmo seguindo o valor do ouro (BIAU39).

É um longo menu para os investidores buscarem assuntos e temas com os quais têm mais familiaridade e encontrarem novos nichos e mercados para investir.

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