Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Marcos de Vasconcellos

Nubank ou Magalu? Onde está a oportunidade da sua vida?

É preciso entender que o mercado se comporta de forma cíclica e que as curvas de um gráfico tendem às médias

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Petrobras e Vale. Essas são as únicas duas empresas na Bolsa brasileira que valem mais do que o Nubank, em valor de mercado, neste exato momento.

O banco digital, conhecido pelo cartão roxo e a publicidade voltada para jovens, estreou na Nyse (Bolsa de Nova York) nesta semana valendo US$ 41,4 bilhões (R$ 230,8 bilhões). Para fins de comparação, a Petrobras vale R$ 382,8 bilhões.

Na Bolsa brasileira, o banco digital passou a negociar BDRs, que são papéis emitidos aqui representando suas ações na Bolsa de Nova York. E nesta quinta-feira (9), seu primeiro dia de negociação, os papéis (NUBR33) já tiveram uma alta de mais de 17%.

Logo do banco digital Nubank em entrada de prédio
Nubank chega à bolsa de Nova York, nos EUA, seguindo caminho de pelo menos outras dez companhias brasileiras - Divulgação

No mesmo dia, a Magazine Luiza, varejista que ganhou o coração de muitos investidores em 2020, registrou uma queda de cerca de 8%. Em seis meses, as ações MGLU3 já despencaram praticamente 70%.

A queda vertiginosa dos papéis da Magalu vem pouco mais de um ano depois de sua ascensão meteórica. Desde quando atingiu o que fora o fundo do poço, em março de 2020, até novembro do mesmo ano, os papéis mais do que dobraram de valor (uma alta de 250%). Agora, estão 17% mais baratas do que no que parecia ser o fundo do poço da pandemia.

E o motivo para essa tremenda alta da Magalu lá atrás é justamente o que deixa o Nubank apetitoso para os investidores hoje: a empresa mostrou-se preparada para o mundo digital, em um momento no qual seus concorrentes estavam dependentes da vida analógica.

Ainda distante do tal metaverso —que hoje já envolve moedas digitais próprias, grandes marcas e até fundos de investimento— a Magazine Luiza mostrou que conseguia vender online e tinha capacidade para entregar as compras. Em tempos de lockdown pandêmico, pouca coisa mostrou-se mais essencial para sobrevivência de uma marca.

Com passar do tempo, seus concorrentes conseguiram se adaptar ao mundo digital e as pessoas voltaram a circular por lojas físicas. Agora, jogando na mesma quadra, as varejistas têm sentido fortes dores com a inflação e os juros.

A inflação tem afetado toda a cadeia de produção e, como não dá para repassar ao consumidor o tempo todo, ela acaba corroendo as margens de lucro das redes. E o aumento da taxa de juros (com perspectiva de aumentar ainda mais) tem feito muita gente adiar a compra de itens como eletrodomésticos e móveis, que têm grande peso nas contas de companhias como Magalu e Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto.

O Nubank, por sua vez, também está onde seus concorrentes não conseguiram chegar: é um banco efetivamente digital, não depende do alto custo de agências nem sofre riscos trabalhistas de quem emprega quase 100 mil pessoas, como Itaú ou Bradesco.

E a mesma alta dos juros que castiga os varejistas hoje é boa para os bancos, pois permite aumentar o spread, que é onde efetivamente se faz dinheiro no mercado financeiro. E os investidores viram no Nubank a oportunidade de estarem bem posicionados em um bom momento para o setor.

Quem estiver atento às tendências poderá surfar as ondas do curto prazo. Mas a oportunidade da sua vida está em entender que o mercado se comporta de forma cíclica e que as curvas de um gráfico tendem às médias.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.