Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Marcos de Vasconcellos

Guerra entre bancos e fintechs já parece coisa do passado

Empresas desempenham papéis cada vez mais diferentes no ecossistema do mercado

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Especialistas de diferentes bancos e corretoras parecem não ter dúvidas na hora de dizer que é um bom momento para investir em ações dos "bancões". Graças à Selic de dois dígitos.

Em época de crédito caro, o tempo trabalha a favor de quem tem dinheiro em caixa. Por isso, até os bancos digitais têm perdido o espaço: eles dependem de queimar dinheiro para atrair clientes, enquanto as instituições consolidadas precisam "apenas" administrar o fluxo do que já têm. Simplificando: basta emprestar e esperar a volta com juros.

É a lógica que fez a Empiricus (aquela dos anúncios do YouTube) recomendar a venda de papéis do Nubank e a compra das ações do Banco do Brasil. O Nubank precisa crescer. Já para o BB, basta continuar existindo. E o aumento da taxa de juros gera muito mais incertezas para o primeiro do que para o segundo.

Apesar das constantes recomendações de analistas, quando a realidade bateu à porta —Bradesco e Santander abriram seus números mais recentes, nesta semana—, o preço das ações dos bancos desceu pelo ralo.

Enquanto o Ibovespa (principal indicador do nosso mercado) subiu 1,3% em uma semana, o IFNC (índice que reúne papéis do mercado financeiro) caiu 1,07%.

Com isso, os papéis das instituições financeiras, que detinham a melhor configuração entre todos os setores, no último dia 2, de acordo com relatório da casa de análises Eleven, passaram a demonstrar enfraquecimento do setor, segundo os mesmos analistas, no dia 10.

Ao que parece, se trata de um refresco numa onda de otimismo exagerada antes da divulgação dos resultados. O cenário não mudou e os números não vieram exatamente ruins.

O interessante para o investidor é aproveitar o período de divulgação de resultados anuais é comparar os planos apresentados no fim de 2020 à realidade imposta em 2021.

Revisitando os documentos apresentados pelo Bradesco aos seus investidores no início do ano passado, é uma boa surpresa notar que o banco se mostrava preocupado (com razão) com o avanço das fintechs e startups.

"Este ambiente competitivo conjuntamente com o processo acelerado de inovação digital observado no setor podem impactar nossa velocidade de adaptação a esse ecossistema e consequentemente o desempenho de algumas linhas de negócios, o que poderá afetar negativamente, a nossa condição financeira", publicou o banco.

A preocupação foi o bastante para o banco correr com sua bandeira digital, a plataforma Next, que atingiu 10 milhões de clientes no fim de 2021 (contra 74,1 milhões de clientes do Bradesco "tradicional’ e 41 milhões do Nubank), num crescimento de 170% em um ano.

Ainda que os "bancões" não tenham atendido às expectativas do mercado, que estavam lá em cima, o raio-X dos novos números mostram um avanço sobre um mercado que, até pouco tempo atrás, era visto como ameaça.

Com a recente queda do setor de tecnologia, a briga entre bancos e fintechs começa a parecer coisa do passado, com os seus players desempenhando papéis cada vez mais diferentes no ecossistema do mercado.

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