Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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'Não me Perturbe' pode reduzir a teletortura

Cobre do gerente de sua conta a adesão do banco ao site da Anatel

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Alô dirigentes e associados da Febraban e da ABBC, entidades que representam os bancos brasileiros: o que vocês estão esperando para aderir voluntariamente ao ‘Não me Perturbe’, até agora lista de bloqueio a ligações indesejadas de telemarketing das teles? Não seria justo lucrar bilhões de reais e ‘agradecer’ aos brasileiros com o disparo de uma sequência de ligações inoportunas.

Tenho certeza que vão fazer a coisa certa, a fim de mostrar que o Código de Autorregulação Bancária, criado em 2008, continua avançando. Até porque, recentemente, entrou em sua quarta fase, tornando-se Código de Conduta Ética e Autorregulação. 

Normalmente, ao defender os direitos do consumidor, critico práticas incorretas, abusos e omissão de autoridades. Agora, fico à vontade para elogiar a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, que vem conversando com as instituições financeiras para que adiram voluntariamente à opção de bloqueio do telemarketing.

Também é muito boa ideia criar plataforma única para o “Não me Perturbe”, o que evitaria a multiplicação de sites com igual objetivo.

Não nos esqueçamos, porém, que os consumidores têm poder e devem exercê-lo. Boicotem as empresas que abusam de nossa paciência. Como já sugeri, não comprem alimentos e outros produtos delivery cuja entrega seja feita por motoboys que desrespeitem a sinalização e as leis de trânsito. Não façam negócios a partir de ligações de telemarketing, exceto se concordarem com este tipo de abordagem comercial.

Isso vale até para situações mais corriqueiras, como as vendas de “pamonha de Piracicaba”, apregoadas em alto em volume ‘ad nauseam’ (até provocar náusea). Nada contra as saborosas pamonhas, mas sim repúdio à chateação e à poluição sonora.

Cobre do gerente de sua conta a adesão do banco ao ‘Não me Perturbe’. Envie e-mail e exija esta postura mais responsável. Fico feliz por ter sugerido, neste espaço, em junho, que, além das teles, também os bancos participassem de lista que coíbe ligações indesejadas. É bem provável que, em breve, tenhamos mais sossego em casa, sem ser obrigados a desistir do telefone fixo, nem a deixar o smartphone sem volume.

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