Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci

Anatel tem de desideologizar leilão da tecnologia 5G

Caso contrário, continuaremos sem ingressos para este novo mundo

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Mesmo depois do coronavírus, muitos de nossos novos hábitos digitais permanecerão. Por isso, as teles terão de investir bem mais em infraestrutura, para dar conta desta demanda que continuará em alta. Ou a banda larga não será veloz e abrangente o suficiente. E a Anatel, agência reguladora, terá de desideologizar a escolha da tecnologia 5G para telefonia móvel.

Refiro-me, dentre os hábitos, ao trabalho home office, e ao crescente acesso a redes sociais; lives; apps; música e vídeo por streaming; webinars; sites de informação; compras online, troca de e-mails e de mensagens. Em isolamento social, milhões de brasileiros se refugiaram na Internet para se proteger do vírus maldito.

Muitas companhias já perceberam que o escritório em casa funciona bem. Pessoas que faziam questão de ir à loja, constataram que poderiam, sim, fazer supermercado, comprar comida e bebida, remédios, livros e outros artigos sem ter de se deslocar, ao menos em cidades de maior porte. Também adquirir produtos on-line e retirá-los em drive thru, ou seja, sem sair do carro.

Ainda não temos uma ideia clara de quando a vida será menos fora do comum —não me arrisco a falar em normal. Principalmente porque, no Brasil, o negacionismo e a falta de comando unificado nacional motivaram inúmeras ações descoordenadas, até conflitantes entre si, na luta contra o vírus que nos atormenta.

Estamos em uma nova era, do conhecimento, da transformação digital, com novas tecnologias que impõem às empresas e aos consumidores uma profunda e verdadeira reinvenção, para um novo mindset (mentalidade)! É esse o grande desafio para todos, a reinvenção de formas de enfrentar a adversidade.

Então, mesmo com shoppings e lojas abertos, muitos temem arriscar suas vidas da porta para fora de casa. E é bem provável que se acostumem a resolver diversas pendências diárias por meio de aplicativos e sites.

Inclusive questões burocráticas, ligadas a órgãos públicos, terão de migrar para a Internet, porque assim deseja o cidadão. Mas, como sabemos muito bem, o acesso à banda larga ainda é precário em diversas regiões do país. Às vezes, o sinal do wi-fi fica mais fraco em algumas dependências do mesmo apartamento.

Corremos o risco, portanto, de não aproveitar todas as possibilidades do 5G, a tecnologia mais avançada de telefonia móvel, devido à miopia política similar à que prejudica o enfrentamento da pandemia.

Não podemos deixar que ideologias ultrapassadas definam os concorrentes para o leilão do 5G. Caso contrário, continuaremos sem ingressos para este novo mundo, que já estava se desenhando antes da pandemia.

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