Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus

Você já fez seu orçamento para o dia depois de amanhã?

Expostos à vida mais ou menos normal, em poucos ou muitos meses, não teremos dias fáceis pela frente

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Prepare seu coração, consumidora, consumidor: expostos à vida mais ou menos normal, em poucos ou muitos meses, não teremos dias fáceis pela frente. No horizonte próximo, não há real perspectiva de aumento da renda das famílias, muito menos de forte recuperação do nível de empregos formais.

Nesse contexto, o governo federal quer um remake da CPMF, o maldito imposto do cheque, para taxar todas as transações financeiras e compras digitais. Portanto, temos de adotar já algumas providências fundamentais: comparação minuciosa de preços, maior cautela ao comprar e contratar serviços, e adoção de um estilo de vida menos consumista.

O alvo preferencial de sempre continua sendo a classe média. Todas as garras das autoridades se direcionam a alguns poucos milhões de brasileiros que têm renda razoável, mas não vivem de investimentos nem acumulam fortuna. Com a proximidade das eleições, a fatura será, novamente, apresentada a nós. E, como ‘brinde’, será com dinheiro do nosso bolso que as companhias tentarão recompor suas margens de lucro.

Com emprego escasso, baixos salários e impostos em alta, teremos de ser craques no orçamento familiar. Somados, alguns reais a mais em reajustes, que até agora passavam despercebidos, poderão jogar nossas contas no vermelho.

E já há sinais de fumaça no ar. Não me refiro às queimadas abundantes no Cerrado nem na Amazônia. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 13,02% nos últimos 12 meses. E daí, talvez você pergunte. Este índice corrige os aluguéis. Ele registra a variação de preços de matérias-primas agrícolas e industriais, bens e serviços.

Ou seja, pressiona os preços de produtos e serviços adquiridos por todos nós. A anemia econômica impediu, até agora, que este aumentos de insumos influenciassem todos os preços dos produtos expostos em gôndolas e prateleiras, inclusive nas lojas virtuais. Mas não há como prever até quando indústria e comércio segurarão reajustes mais generalizados.

Já há sinais muito preocupantes. Segundo a coluna Vaivém das Commodities, desta Folha, os aumentos têm encarecido muitos alimentos essenciais. A pujança das exportações do agronegócio pressiona os preços de itens como arroz, carnes bovina e suína, óleo de soja e açúcar. O auxílio emergencial também contribuiu para aumento do consumo de alimentos no lar, outro fator de aquecimento dos preços de produtos básicos.

Enfim, o que cabe ao consumidor é passar pente-fino nos preços, fazer e seguir orçamento doméstico, e não comprar por impulso. Caso os preços de alguns itens tenham reajustes expressivos, procurar substitutos ou adiar sua aquisição. Até porque, em novembro próximo, haverá eleições municipais. E em 2022, serão escolhidos, pelo voto, deputados, parte dos senadores, governadores e um (a) novo (a) titular da Presidência da República.

E isso sempre custa muito caro, ao menos financeiramente, para todos nós.

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