Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus

Empresas privadas vão ter de contribuir com a vacinação

Todos os segmentos econômicos que tiverem condições deveriam se oferecer para comprar vacinas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A informação de que empresas privadas teriam recebido aval do governo federal para importar 33 milhões de doses de vacinas aumenta a esperança dos brasileiros em mais proteção contra o coronavírus. Afinal, as autoridades do Executivo Federal lidam com a saúde da mesma forma que com o meio ambiente, a economia, a educação, as relações internacionais, e por aí vai.

Hoje, o Brasil inteirinho, cada habitante desta imensa nação, deveria acordar, respirar, se alimentar, trabalhar (os raros que ainda têm emprego) e se deitar lutando pela vacinação. Sem ela, continuarão as mortes, os casos confirmados que deixam sequelas, e o avanço da pobreza e da miséria.

Os empresários sabem –até o ministro da Economia, Paulo Guedes, concorda– que a vacinação em massa é fundamental para que a economia se recupere. E para que os consumidores voltem a comprar produtos e serviços, reativando os negócios com mais intensidade.

Nada é mais urgente hoje do que deter a Covid-19. Nada é mais fundamental do que imunizar toda a população, exceto os tresloucados que não queiram ser vacinados. Nestes casos, deveria haver sanções como não poder renovar passaporte e perder o direito de se inscrever em programas sociais.

Já jogamos fora uma década de desenvolvimento, em todos os aspectos possíveis e imagináveis. Estamos vivendo pela metade desde março de 2020, portanto, há quase um ano. Estudantes de baixa renda não conseguem acompanhar as aulas devido ao acesso à internet (ruim ou inexistente).

Milhões de pessoas não têm emprego, e não conseguem trabalho informal. Segundo matéria desta Folha, 69% dos que receberam o auxílio emergencial não encontraram outra fonte de renda. Em 2020, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a inflação dos mais pobres chegou a 6,22%, enquanto a do segmento de renda mais alta ficou em 2,74%.

Lojas de bairro, principalmente empresas de serviço, que não podem transferir suas atividades para o mundo digital, quebram em todo o país. Isso ocorre ao mesmo tempo que uma corporação gigantesca, a Ford, deixa de fabricar seus veículos no Brasil, embora desde 1919 tenha unidade industrial no País.

Faltam vagas em UTI (Unidades de Tratamento Intensivo) de hospitais em diversas regiões, além de oxigênio, enquanto sobra hidroxicloroquina, que comprovadamente não tem qualquer efeito em casos da Covid.

Os estados e municípios, que já estavam quebrados antes da pandemia, agora têm muito mais dificuldade para fechar as contas. Neste cenário, terão de gastar o que não têm com serviços médico-hospitalares para milhões de brasileiros sem plano de saúde nem comida.

A prioridade, hoje, é vacinar rapidamente a população. Com isso, evitar que a Covid-19 continue ceifando vidas –quase 220 mil até esta terça-feira (26). E nos dar segurança para trabalhar e empreender fora de casa, a fim de gerar empregos e renda.

Todos os segmentos econômicos que tiverem condições deveriam se oferecer para comprar vacinas. Por sorte, o sistema público, se receber todas as doses necessárias, dará conta deste monumental desafio, cujo sucesso significará saúde, vidas e empregos.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.