Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Descrição de chapéu Copa do Mundo

Crise diplomática entre Rússia e Reino Unido atinge a Copa do Mundo

No entanto, Fifa parece não temer boicote dos ingleses ao Mundial

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A primeira-ministra britânica Theresa May conversa com o chefe da polícia do condado, Kier Pritchard (de chapéu) durante sua visita a Salisbury
A primeira-ministra britânica Theresa May conversa com o chefe da polícia do condado, Kier Pritchard (de chapéu) durante sua visita a Salisbury - Daniel Leal-Olivas - 15.mar.2018/AFP

A Fifa parece não temer que a crise diplomática entre Inglaterra e Rússia faça com que a seleção inglesa boicote a Copa do Mundo, como noticiou a Folha nesta semana. E nem deve passar pela cabeça dos ingleses ficar fora da competição mais importante do esporte. Mas ganha força entre os membros do Parlamento a ideia de que o país busque apoio entre seus aliados internacionais para que a competição seja adiada ou mesmo transferida para outro lugar.

“Gostaria de ver o Parlamento debater se uma ação do governo com outros países para adiar a Copa do Mundo ou movê-la para outro local seria o caminho certo”, disse John Woocock, do Partido Trabalhista, ao jornal Daily Express. Ele lidera um grupo de 20 parlamentares que apontam a Rússia como culpada pelo ataque do dia 4 de março, em Salisbury.

Lembrando que na semana passada o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha foram envenenados e estão hospitalizados. A Inglaterra expulsou do país 23 diplomatas e a relação com a Rússia, que nega envolvimento, ficou muito complicada.

Na quinta (15), Theresa May, Donald Trump, Angela Merkel e Emmanuel Macron emitiram um comunicado conjunto em que os líderes endossam a conclusão de May de que é “altamente provável” que a Rússia está por trás do ataque.

A preocupação dos parlamentares ingleses é que o presidente russo Vladmir Putin use a Copa do mesma forma que Hitler usou a Olimpíada de Munique, em 1936, como publicidade de um regime ditatorial bruto.
Receio tardio e ingênuo. Qualquer governo se vale politicamente do sucesso de seus eventos esportivos. A Rússia, mais ainda do que o Brasil, tem motivos de sobra para que sua candidatura enfrentasse protesto e oposição. É um país que escorrega feio em tudo que se refere a direitos humanos.

E não é de hoje que Putin se beneficia do esporte para aumentar sua aprovação. Em 2014, sua popularidade saltou de 65% para 80% também por causa dos resultados alcançados na Olimpíada de Sochi.

Mesmo tendo seu nome apontado como chefe do esquema de doping, que funcionava como política de Estado desde os Jogos de Londres, em 2012, ele continua surfando uma onda que não perde força. Pesquisa recente do instituto público VTsIOM mostra que metade dos jovens diz que votará na eleição presidencial que acontece neste domingo (18), 82% em Putin.

No entanto é mais do que legítimo que a Inglaterra tome alguma providência em relação à sua participação na Copa do Mundo. O secretário de relações exteriores Boris Johnson disse que não há nenhum plano de barrar a participação no Mundial, mas que o país não terá nenhum representante do alto escalão no evento. Pela gravidade do assunto, parece pouco.

O parlamentar John Woocock deixa claro que a ideia que cresce não defende um boicote isolado da Inglaterra, mas uma ação internacional conjunta. Resta saber se os países aliados estão dispostos a comprar essa briga não apenas com a Rússia, mas com a Fifa.

Enquanto isso no Brasil, Marco Polo Del Nero deita e rola. Suspenso pela Fifa por mais 45 dias, já definiu quem será seu testa de ferro, ops, sucessor, até 2023. Achava que a frase “vocês vão ter que me engolir” era do Zagallo, mas posso jurar que quem repete isso todos os dias é Del Nero.

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