Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

A lição do feminismo a Eduardo Bolsonaro

A liberdade sexual colocou as mulheres em pé de igualdade quando o assunto é sexo

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Ao dizer que alunos do ensino médio não precisam saber nada sobre feminismo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro acabou aprendendo uma lição sobre o tema. A liberdade sexual, conquista do movimento que ganhou força na década de 1960, colocou as mulheres em pé de igualdade quando o assunto é sexo.

Hoje, transamos com quem e quando queremos, apenas por prazer. E, como nada é perfeito, reproduzimos, ainda com mais eficiência, o que os homens fazem desde sempre. Falamos sobre nossos parceiros sexuais. Espalhamos histórias que deveriam ser íntimas, em volta de uma mesa de bar ou nas redes sociais. Nós, mulheres, somos terríveis. Falamos sobre tudo. Tamanho, resistência, apetite, higiene, ronco, nojinho. Fazemos piada. Tem moço que vira chacota.

Foi o que aconteceu com o filho número três do presidente. Tuítes de uma ex-namorada viralizaram nas redes sociais e deram munição para que desafetos do parlamentar espalhassem que o moço não é chegado em sexo oral e é desprovido de dotes. Percebe-se que a discussão sobre feminismo atingiu o nível de quinta série e, pior, teve eco entre mulheres que se valeram de um dos piores, mas eficazes, argumentos usados para desmerecer um homem. Pinto pequeno.

A infantilidade da discussão revela, de um lado, um parlamentar que ignora a importância do feminismo, apesar da obviedade. Deveria ser bandeira de todos, principalmente de um deputado, garantir que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens. É disso que o feminismo trata. Do outro lado do bate-boca adolescente, algumas feministas escorregam no próprio discurso e caem na armadilha de usar como arma algo que desde sempre foi munição contra as mulheres, o sexo.

Os homens têm certa razão em reclamar. Se não queremos ser expostas, não deveríamos dar o troco na mesma moeda. Mas talvez entendam dessa forma que não tem graça alguma fazer piada com o formato ou o cheiro da vagina, com o corpo de suas parceiras ou mesmo com a liberdade sexual com a qual uma mulher leva sua vida. Puta, gritam de um lado. Pinto pequeno, revidam do outro. E assim, continuamos derrapando no mesmo lugar.

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