Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Veganos vão salvar o mundo

Com mais informação e produtos, optar pelo veganismo passou a ser uma realidade possível

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Os veganos não apenas dominarão o mundo, vão salvá-lo também. E isso inclui eu, você e todas as pessoas que ainda salivam diante de uma suculenta chuleta e acham que não comer carne é coisa de Hare Krishna. Hoje todo mundo tem algum amigo ou parente que sucumbiu a esse estilo de vida que ainda tem, para a maioria, um ranço de cheiro de incenso e sabor de comida insossa.

É impossível não perceber que essa tendência veio ganhando espaço silenciosamente, comendo pelas beiradas e a imprensa internacional confirmou algo que qualquer pessoa que não esteja distraída já percebeu: os veganos vêm deixando de ser minoria e em 2019 passarão a “mainstream”. Essa é a aposta da The Economist, veganismo será “carne de vaca”, como d izem no Paraná. E é fácil perceber que o assunto tem se tornado cada vez mais popular, inclusive porque a indústria está de olho nesse mercado que só cresce.

Qualquer restaurante mais ou menos já tem em seu cardápio ao menos uma opção vegetariana e as atenções estão se voltando ao público vegano que não come, não veste, não usa nenhum produto que tenha origem animal. Fast foods incluíram opções que atendam a esse público, que antes tinha que se virar com o que estava disponível, e hoje e encontra itens pensados para atendê-los.

No Brasil, o Ibope calcula que 14% das pessoas se enquadrem numa dessas categorias. Nas regiões metropolitanas são 16%. Em 2008, eram apenas 8%. O que vem causando essa revolução nos números não é apenas o crescimento de gente hippie-chic-namastê. A questão geracional é o grande diferencial na mudança de comportamento. Gente que cresceu sabendo e não ignora que o consumo de carne causa impacto devastador no meio ambiente, que 60% da biodiversidade é afetada, segundo a ONG WWF.

Entre os millennials, aquele pessoal de 24 a 35 anos, ¼ dos americanos é vegano e vegetariano, segundo a revista britânica. Com mais informação, mais consciência ecológica e também mais opções, optar pelo veganismo passou a ser uma realidade possível e quase livre de sacrifícios porque também está mais barata.

Empresas não param de crescer, se dedicando à produção de alimentos, roupas, produtos de beleza, de limpeza, móveis, objetos de decoração que prometem não ter ingredientes animais e serem sustentáveis, outra grande preocupação desse público.

Não significa que da noite para o dia as pessoas vão mudar totalmente seus costumes. Mas aos poucos cada um de nós pode repensar o que coloca no prato, o tipo de roupa que veste, com qual sabonete toma banho ou com que produto lava a privada.

Pelo quinto ano consecutivo, o movimento vegano celebrou o Veganuary (Vegan + January, vegano + janeiro), dedicado a um mês inteiro em que as pessoas carnívoras se propõem a cortar a carne do cardápio nem que seja por algumas semanas. O número de adesões vem dobrando a cada edição e chegou a 250 mil.

Os organizadores dizem que a iniciativa é para ser encarada como uma resolução de fim de ano, em que muitas vezes falhamos, mas podemos tentar novamente. O que mostra que os adeptos entenderam que precisam amenizar o discurso, nem sempre muito simpático, para atrair mais gente para a causa.

Ninguém gosta de ser chamado de assassino, comedor de cadáver, porque se delicia sem culpa com um ojo de bife, mas pensar que uma mudança de estilo de vida pode ser uma contribuição valiosa para o planeta soa mais agradável. É esse o discurso de muitos entusiastas que pregam que a dieta vegana é a maneira individual mais eficaz de reduzir o impacto ambiental. Parece que vem dando certo.

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