A nova política, tão festejada por parlamentares eleitos a reboque de Bolsonaro, caducou. Ficou evidente que se tratava só de uma “lista de desejos”, mas que, apesar da retórica, não tinha “projetos”, “metas” e um “planejamento estratégico”.
Uso essas palavras entre aspas porque não são minhas, mas da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), na ocasião em que pôs o ministro da Educação, Ricardo Vélez, na parede e pediu a sua cabeça por incompetência. É essa a nova política que eu quero, com congressistas bem preparados, que façam cobranças positivas, e não a oposição pela oposição.
O país não precisa do político que se apresenta como novo, mas tudo o que faz é inflamar as redes sociais com assuntos periféricos, com bate-bocas desnecessários e teorias conspiratórias. E chega do esquerdismo desgastado, preguiçoso e bolorento, como o que se manifestou nesta quarta (3) quando o ministro Paulo Guedes foi sabatinado pelos parlamentares, que gastaram boa parte do tempo com chacrinha e picuinhas.
No episódio em que Tabata Amaral defendia interesses comuns a todos os brasileiros, o que fez a militância de parte da esquerda, se não reconhecer, aplaudir seu desempenho e quem sabe estimular alianças e pautas necessárias neste vazio de ideias que é o governo Bolsonaro?
Foram às redes sociais tentar “desconstruir” a deputada que, sabe-se, é filha de diarista, estudou em Harvard graças a uma bolsa de uma fundação que tem por trás Jorge P. Lemann e fez sua formação política pelo RenovaBR, apoiado por Luciano Huck.
Na cabeça dos críticos, Tabata está comprometida com o capital e toda aquela baboseira que a esquerda adora demonizar. É possível que achem que ela deveria ter ficado na periferia e negado suas vitórias, porque, né?!, vem dessa gente que a esquerda não gosta.
O problema não é a nova ou a velha política, mas de comprometimento que vá além de ideologias e de partidos, de vaidades e de incompetência.
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