Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Homofóbicos

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Foi uma saída do armário em massa. De forma voluntária, milhares de pessoas soltaram a franga e escancararam a homofóbica louca que têm dentro de si. Anos, décadas, fingindo que são civilizadas, enquanto falavam baixinho pelos cantos, "viadinho", "bicha louca", "boiola". Mas o preconceito não se contém e sempre grita mais alto. Na primeira oportunidade, o homofóbico tira a máscara.

Tudo por causa de dois homens se beijando numa história em quadrinhos, indicada para maiores de 16 anos.

Alguns disfarçam. "Não tenho nada contra, mas não precisa incentivar as nossas crianças." Foi um dos comentários comuns nas redes sociais. Fulano acha que a imagem será capaz de despertar precocemente a sexualidade de menores e, que horror, capaz de "virar tudo viado". Por causa de um beijo gay. Não se engane, você é homofóbico. E covarde, ao usar gente indefesa de escudo para justificar o seu preconceito.

Tem também aqueles que tentam se explicar com a teoria de que a homossexualidade é coisa atípica. "Cada um faz o que quer, mas não precisa expor como se fosse algo normal." Ou seja, fulaninho quer os gays trancafiados, mas ele pode escancarar a sua ignorância e a sua rejeição. O que não é mais normal é homofobia. E o preconceito que você defende é crime.

"Não tenho que conviver com isso." Homofóbico. "Deus criou o homem e a mulher". Homofóbico. "Vocês querem acabar com o gênero masculino." Homofóbico. "A família tradicional não é obrigada a ver essas perversões." Homofóbico. "Não tenho preconceito, mas...". Homofóbico.

E teve, claro, os ousados, aqueles que devem repetir em uníssono "prefiro um filho ladrão a um homossexual". "Aberração". "Nojo". Saíram gritando, revoltados com a "safadeza". Nem assim reconhecem seu preconceito, defendido como "liberdade". Repita comigo, bem alto, olhando no espelho: homofóbico.

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