Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

Bolsonaro faz escola

Ao agir como Bolsonaro, Crivella tenta não cair no esquecimento

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Prefeito inepto e inexpressivo, Marcelo Crivella passou dois anos de governo sem que se soubesse dele, a não ser em episódios em que prometia distribuir cirurgias de catarata e de varizes para fiéis de sua igreja e beneficiar pastores com problemas de IPTU. 

Deu todos os motivos para que o morador do Rio acreditasse que ele não gosta da cidade, de suas raízes e manifestações culturais. Praia, Carnaval, futebol? Credo. A torcida era que seu mandato passasse rapidamente e que os estragos não fossem muitos. 

Sabe-se lá por que, mas podemos imaginar, Crivella quer estender sua estadia na prefeitura e resolveu, se não mostrar serviço, fazer campanha. Lançou mão da cartilha Bolsonaro de "Como Governar Sendo um Déspota", uma versão mal-ajambrada do jeito Donald "I Love You" Trump de fazer política.

Está tudo lá, a imprensa no papel de inimigo, a defesa da família tradicional, as arbitrariedades. Em abril, ele já havia se recusado a responder à TV Globo ao ser questionado numa coletiva. "É por isso que o presidente Bolsonaro não dá mais entrevista para vocês e que vários outros políticos também pensam assim", disse na ocasião.

Recentemente, usou a máquina do governo para atacar uma repórter do canal. Nesta semana, decidiu não atender mais às solicitações do jornal O Globo e proibiu a entrada de um repórter numa coletiva. Some-se a isso o showzinho patético na Bienal do Livro, quando tentou censurar uma publicação por causa de um beijo gay. E o espetáculo da destruição do pedágio da Linha Amarela, um ato de abuso de autoridade, que onerou o bolso do contribuinte. 

Crivella entendeu que, ao agir como Bolsonaro, melhora as condições para prolongar sua medíocre passagem pelo cargo e não cair no esquecimento, o máximo que ele merece. Infelizmente, é uma tática que pode funcionar, faz escola e já se espalha como modus operandi em nossa política.

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