Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

Covid-19, a minha vez

Mas nenhum médico me ofereceu cloroquina; que coisa!

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Sete meses de pandemia. Segui todas as orientações sobre distanciamento, uso de máscara, medidas de higiene, sou fechada com o Átila. Há dez dias fui diagnosticada com Covid-19. Nem meu histórico de atleta me impediu de ser contaminada pelo vírus, que certamente se aproveitou de um vacilo e se instalou com todo o esplendor no meu organismo.

O leitor pode pensar que andei nas aglomerações da Dias Ferreira, no Leblon, onde sabemos a pandemia já acabou. Mas pouco flexibilizei a rotina nas últimas semanas. O circuito continua sendo casa, supermercado, natação em mar aberto, trabalho presencial em raras situações e poucos momentos de lazer com amigos tão cuidadosos quanto, sempre com a distância mantida.

Perguntaram-me se tive medo. De uma doença que não tem tratamento ou vacina? Claro. Mas menos do que sentiria se tivesse caído doente quando os hospitais estavam lotados. Entendi na pele o que as autoridades falavam sobre a importância do isolamento para evitar que todo mundo fosse contaminado ao mesmo tempo. Fui atendida prontamente, pude fazer exames e ser medicada na medida do possível. Mas nenhum médico me ofereceu cloroquina ou nitazoxanida. Que coisa.

O que eu mais temia não aconteceu: infectar pessoas com quem tive contato. Todas foram testadas, e os resultados, negativos, sinal de que as medidas de distanciamento funcionam e devem continuar em vigor até termos uma vacina. Muita gente, incluindo Jair Bolsonaro, acha que a pandemia já acabou. Não acabou.
Na reta final —espero— desta doença que já matou 155 mil brasileiros, acompanho perplexa o desrespeito com o qual Bolsonaro continua a tratar a tragédia que é a Covid-19, ao se posicionar sobre uma vacina de acordo com o humor das redes sociais. Perdi o olfato e o paladar nos últimos dias, mas não a capacidade de me chocar, felizmente. Isso não é um presidente, é um pesadelo.

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