Marina Izidro

É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

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Descrição de chapéu tênis

Wimbledon vai ser igual, mas diferente

Ausência de russos, belarussos e pontuação no ranking não abalam prestígio do torneio

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​A grama da quadra central está impecável, os morangos com creme estão prontos para ser servidos, as estrelas já treinam em Londres. Wimbledon, torneio de tênis mais tradicional do mundo, começa na segunda-feira (27) com a relevância de sempre. Mas, nesta edição, não escapou de polêmicas e terá ausências e surpresas.

Fazia tempo que uma tenista do Brasil chegava com tanto moral. Com resultados impressionantes nos últimos meses, Beatriz Haddad Maia é um dos destaques. A paulista de 26 anos saltou da 83ª posição em janeiro para a 27ª –melhor desempenho de uma brasileira desde Maria Esther Bueno, vencedora de 19 Grand Slams e número um do mundo em 1959 e na década de 1960 segundo a Federação Internacional, em uma época na qual o ranking da WTA não existia.

Bia ganhou dois dos três torneios de grama preparatórios para Wimbledon que disputou na Inglaterra –o WTA 250 de Nottingham e o de Birmingham – e chegou à semifinal do WTA 500 de Eastbourne. Em Londres, será cabeça de chave número 23 e estreará contra a eslovena Kaja Juvan, 61ª do ranking.

Bia Haddad chega com moral à tradicional grama de Wimbledon - Glyn Kirk/AFP

Ainda no feminino, Serena Williams, de 40 anos, surpreendeu ao anunciar que vai competir. Em junho de 2021, a americana deixou a quadra chorando ao sentir o tornozelo esquerdo na estreia em Wimbledon e ficou quase um ano sem jogar.

A heptacampeã de simples do Grand Slam inglês ganhou um convite para participar e chega fora da forma ideal. A busca por igualar o recorde de Margaret Court com 24 títulos de Grand Slam vai ser difícil. Mesmo assim, duvido que alguma tenista queira cruzar com ela. Ou com a Bia.

A controvérsia desta edição foi a decisão dos organizadores de excluir russos e belarussos, por causa da invasão da Rússia à Ucrânia. Isso significa que nomes como o número um do mundo, Daniil Medvedev, e Victoria Azarenka, ex-líder do ranking, só verão Wimbledon pela televisão.

ATP e WTA reagiram e anunciaram que o torneio não dará pontos no ranking. Uma atleta deu um jeitinho. A russa nascida em Moscou Natela Dzalamidze, 44ª nas duplas, mudou de nacionalidade e vai representar a Geórgia. Não é clara a conexão familiar com o país vizinho, mas a WTA aprovou a troca neste mês.

No masculino, o número dois do mundo também está fora, mas por lesão. O alemão Alexander Zverev rompeu ligamentos do tornozelo direito e se recupera de cirurgia. Os holofotes aumentam sobre a sensação espanhola Carlos Alcaraz, de 19 anos, já em Londres desde o início da semana.

Novak Djokovic perdeu o posto de número um porque não quis se vacinar e foi excluído de vários torneios. Ele tinha a participação em Wimbledon em risco até pouco tempo. Mas as regras do governo britânico mudaram e agora permitem que não imunizados entrem no país sem precisar de quarentena. O sérvio, atual campeão, também já chegou e vai em busca do sétimo título na grama inglesa.

Perguntei ao colega Eusébio Resende, narrador do SporTV e verdadeira enciclopédia do tênis, se a ausência de pontos no ranking desanimaria alguém. Ele prontamente me corrigiu: "Wimbledon é Wimbledon. Quem ganhar só vai lembrar que foi campeão".

E citou como exemplo Rafael Nadal, que, com uma lesão crônica no pé, saiu de Roland Garros de muletas disposto a jogar Wimbledon de qualquer maneira. Aos 36 anos, o espanhol disse que vai tentar ao máximo competir. Daqui a duas semanas, no dia 10 de julho, a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, entregará os troféus aos campeões. O palco está pronto.

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