Uma nova editora, recém-fundada no Rio Grande do Sul, resolveu adotar uma medida heterodoxa: cotas para publicar homens brancos, héteros ou que ganhem mais de 40 salários mínimos.
A cada cinco autores negros lançados, a Figura de Linguagem publicará um homem que se encaixe nesses critérios.
“Um amigo, que é branco, comentou: ‘Bah, é muito legal essa editora. Por acaso vai ter cotas para gente branca?’ Ele tem um estilo provocativo, mas eu disse que não era má ideia”, diz Fernanda Bastos, sócia da editora ao lado de Luis Maurício Azevedo.
“Não é porque alguém é branco, cis, hétero e com renda alta que essa pessoa não valha para nós.”
Os primeiros lançamentos foram livros dos dois sócios. “Dessa Cor”, volume de poemas de Bastos, e “Pequeno Espólio do Mal”, novela afrofuturista de Azevedo.
No prelo, estão o romance “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis (1822-1917), considerada a primeira romancista negra do Brasil, e “A Felizarda”, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977). O crítico literário Luís Augusto Fischer publicará “O Fim do Cânone (e Nós com Isso!)” por lá.
POESIA O poeta André Vallias prepara, para 2019, a primeira grande antologia bilíngue de Bertolt Brecht no Brasil. Com traduções dele, sai pela editora Perspectiva, na coleção Signos, dirigida por Augusto de Campos.
CONCRETO ARMADO Falando em Augusto de Campos, a Demônio Negro acaba de rodar uma nova tiragem, de apenas 500 exemplares, do livro “Poemóbiles”, caixa com 12 poemas-objetos do autor, hoje raridades. Criados em parceria com o artista plástico Julio Plaza, os poemas saíram pela primeira vez em 1974. A nova edição será vendida no Festival Literário da Mantiqueira, de 14 a 16/9.
HISTÓRIA DE PESCADOR A Âyiné comprou os direitos de “Shark Drunk: The Art of Catching a Large Shark from a Tiny Rubber Dinghy in a Big Ocean”, ensaio em que o jornalista Morten Strøksnes conta sua busca, com um amigo, pelo tubarão da Groenlândia. Pouco conhecido dos cientistas, o animal é cego, vive séculos nas profundezas e come as focas que dormem no leito do oceano.
CINEMA A O2 Filmes vai adaptar para o cinema o livro
“O Cidadão Incomum” (ed. Conrad, 2016), de Pedro Ivo. A obra conta a história de Caliel, um jovem artistas que desenvolve poderes especiais e se torna um super-herói.
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