Enquanto nos últimos meses a obra de Natalia Ginzburg passa por uma redescoberta cheia de elogios da crítica nos Estados Unidos —um pouco na esteira do sucesso de Elena Ferrante, que ela influenciou—, a Companhia das Letras engrossa o número de obras da italiana em seu catálogo.
A editora acaba de comprar mais dois títulos da escritora. O primeiro é “Tutti i Nostri Ieri” (todos os nossos ontens), que conta a história de duas famílias entre 1939 e 1944, desde a entrada da Itália na Segunda Guerra até a vitória dos aliados. Ao mesmo tempo em que narra mortes e bombardeios, Ginzburg relata eventos familiares como brigas e traições.
Já o outro, “Le Voci della Sera” (as vozes da noite), se passa depois da guerra e é narrado por uma mulher que passeia pelo interior do país, enquanto ouve as reclamações da mãe sobre os vizinhos. Assim, o livro conta as vidas deles, entrelaçadas às questões políticas e traumas dos tempos de conflito armado.
No ano que vem, a editora põe de novo nas livrarias “As Pequenas Virtudes”, volume de pequenos ensaios que tinha desaparecido com o fim da Cosac Naify.
MODERNOS O designer Gustavo Piqueira lançará mais um livro para a coleção Gráfico Amador, da Lote 42. Em “Mestiços - Primeiros Cruzamentos Entre Texto, Imagem e Objeto”, ele analisa dois livros dos anos 1920 —“Quelques Visages de Paris”, de Vicente do Rego Monteiro, e “Pathé-Baby”, de Antônio Alcântara Machado. Quase desconhecidos, ambos usam ilustrações, tipografia e a própria materialidade do livro nas narrativas.
MODERNOS 2 A Getty Publications lança, nos Estados Unidos, “Canons and Values”, com textos que põem em questão os cânones. O volume traz um artigo do escritor e historiador da arte Rafael Cardoso.
MODERNOS 3 No artigo, Cardoso discute a construção do mito da Semana de 1922. O texto detalha os discursos sobre o modernismo paulista e tem como foco a disputa em torno do movimento nos anos 1930 e 1940 e suas relações com o contexto político do Estado Novo.
ITÁLIA A editora 34 prepara dois livros do autor e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. O primeiro, de ensaios, é “Escritos Corsários”, último organizado pelo autor, com tradução de Maria Betania Amoroso. O outro é o romance inacabado do autor, “Petróleo”, com tradução de Davi Pessoa. Pasolini trabalhava no livro quando foi assassinado.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.