Mauricio Stycer

Jornalista e crítico de TV, autor de "Topa Tudo por Dinheiro". É mestre em sociologia pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mauricio Stycer

Quanto vale o show?

A chegada da Disney vai acirrar a disputa de mercado dos serviços de streaming

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O serviço de streaming da Disney será lançado no próximo dia 12 de novembro nos Estados Unidos, no Canadá e na Holanda. Uma semana depois, chega à Austrália. No Brasil, só no ano que vem, ainda sem data informada. O anúncio foi feito num grande evento em Los Angeles, há uma semana. 

É o lançamento mais esperado do ano no setor e prenuncia a batalha que vem por aí. Outras grandes empresas, como Warner (HBO Max), Apple e NBC Universal, se preparam para oferecer serviços semelhantes no ano que vem.

O Disney+ estreia com 500 filmes e cerca de 7.000 episódios de séries no catálogo. As séries novas vão ter seus episódios liberados semanalmente, e não de uma vez só, como fazem as suas principais concorrentes já estabelecidas no mercado.

Em termos de volume não chega a ser impressionante. A Netflix, nos Estados Unidos, oferece cerca de 4.000 filmes e 1.500 séries. Mas o catálogo da Disney é muito popular e vai incluir as novidades de Marvel, Pixar, franquia Star Wars e National Geographic, entre outros.

A assinatura mensal custará US$ 6,99 contra US$ 8,99 do plano mais básico da Netflix (R$29,10 contra R$37,40). Mais interessante, a Disney vai oferecer um pacote que inclui o seu próprio serviço e outros dois, o do canal de esportes ESPN e o da plataforma de séries e filmes Hulu, por US$ 12,99 (R$ 54,07) — separadamente estes outros dois custam US$5,99 (R$24,90) e US$ 4,99 (R$ 20,70).

A inclusão da ESPN no pacote da Disney mira uma parcela expressiva de consumidores que consideram esse tipo de conteúdo (competições esportivas ao vivo) essencial no momento de decidir contratar serviços do gênero.

A oferta desse combo torna mais palpável uma reflexão que diferentes analistas vinham fazendo já há algum tempo. Quantos serviços de streaming o consumidor precisará assinar para ter à disposição todo o conteúdo que deseja ver?

Ou, dito de outra forma, vale a pena trocar um serviço de TV por assinatura, que reúne no mesmo lugar os conteúdos de dezenas, quando não de centenas de canais, por vários serviços de streaming?

Diferentes pesquisas e estudos tem sido feitos nos EUA buscando determinar o interesse e a disposição do consumidor em relação a essas novidades. Uma recente, divulgada na semana passada pela empresa Leichtman Research Group, revelou que 74% das residências nos EUA dispõem de um serviço de vídeo sob demanda por assinatura (SVOD), contra 64% em 2017 e 52% em 2015.

Numa amostra de 1.116 domicílios, a pesquisa constatou que, entre os que possuem serviço de streaming, 69% pagam por mais de um. No total, significa que 51% das famílias já pagam por mais de um serviço do gênero.

É evidente que ter todo o conteúdo que se deseja ver num mesmo lugar é mais cômodo, mas a questão do preço importa muito.

Diante de muitas opções, como se anuncia que ocorrerá a partir do próximo ano, o consumidor terá de fazer escolhas. O “empacotamento” de diferentes serviços, como a Disney decidiu oferecer, não deixa de ser uma versão atualizada dos velhos pacotes de TV paga.

*

Lançadas praticamente ao mesmo tempo, as séries “Pico da Neblina”(HBO) e “Sintonia” (Netflix) oferecem visões distintas e, de certa forma, complementares sobre a realidade dos jovens em bairros da periferia de São Paulo. Recomendo ao leitor, se puder, que veja as duas. Ambas são ficcionais, abordam os seus temas de forma original e mostram a força de novas gerações produzindo no país.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.