
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Cresce a importação de remédios em Goiás e Pernambunco
Entre os cinco Estados que mais importaram medicamentos nos últimos dez anos, Goiás e Pernambuco registraram a maior alta na participação total de compras feitas pelo país no exterior, segundo a Interfarma (associação de pesquisa farmacêutica).
O estudo foi feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento.
Editoria de arte/Folhapress |
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Em Goiás, os desembarques saltaram de 3% das importações nacionais, em 2005, para 17% no ano passado. O valor atingiu R$ 1,1 bilhão em 2014.
Detentor de um polo farmacêutico em Anápolis, com 231 companhias, o Estado atraiu multinacionais como Roche e Pfizer na base da política de incentivos fiscais.
"O ICMS [imposto estadual] de remédios importados é isento aqui. Só as farmacêuticas já representam 3% da arrecadação", diz a secretária de Fazenda, Ana Costa.
Em Pernambuco, as operações do porto de Suape explicam a evolução do Estado, que saiu de zero para 3% no total de desembarques. "Importar pelo porto e distribuir o medicamento a partir daqui reduziu o valor do frete", diz Thiago Norões, secretário de Desenvolvimento Econômico.
Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas de 12, 4 e 3 pontos percentuais, respectivamente, no total das compras do exterior.
"A importação não é o problema. O que falta são condições para o país aumentar as exportações e tirar o setor do deficit", diz Pedro Bernardo, da Interfarma.
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Perfume francês
O plano estratégico da marca francesa de cosméticos Guerlain prevê a abertura de uma loja no Brasil. A data, no entanto, ainda não foi definida.
O diretor internacional da grife, Charles Denut, adianta que não será neste ano.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
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Charles Denut, diretor internacional de marca francesa de cosméticos |
"Uma loja própria é muito importante para a imagem da marca, mas precisamos encontrar o local certo para instalá-la e podermos lançar esse projeto", afirma.
"Por enquanto, estamos sendo bem-sucedidos com a Sephora [que comercializa os produtos da Guerlain com exclusividade no país]."
Apesar de o Brasil não ter um mercado representativo para a marca, ele está entre os com maior potencial de desenvolvimento, de acordo com America Lopez, executiva da empresa no país.
"Os brasileiros gostam muito de produtos de luxo e de serviços exclusivos, que é exatamente o perfil da Guerlain", acrescenta.
No país, a prioridade será trabalhar o segmento de perfumes, no qual a companhia consegue entrar com preços mais atrativos.
Entre os principais mercados consumidores da grife estão França, China e Rússia.
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Biquíni brasileiro
A grife de luxo Adriana Degreas, especializada em moda praia, colocará em operação duas lojas próprias no exterior ainda neste ano.
O primeiro ponto será em Miami e, o segundo, em Hong Kong, que servirá como base do negócio para o mercado asiático.
Zanone Fraissat - 26.fev.2013/Folhapress | ||
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A estilista Adrina Degreas durante a inauguração de sua loja, na rua Haddock Lobo, em São Paulo |
"A internacionalização da marca teve início há três anos, quando montamos 'show-rooms' na Europa e nos Estados Unidos", diz a estilista, que empresta seu nome ao empreendimento.
De lá para cá, o mercado europeu alcançou 30% do faturamento da grife. O americano, 15%.
A nova butique em Miami terá 84 m² e será erguida com recursos próprios. O negócio na China contará com investimentos de um empreendedor português, que atua no ramo da moda.
"São mercados diferenciados, em que levaremos o 'life-style' da moda praia brasileira adaptada à modelagem dessas consumidoras."
Os novos biquínis e maiôs -com preço médio de R$ 400 e R$ 1.300, respectivamente -, integram a coleção da estilista, apresentada na São Paulo Fashion Week.
80 são as lojas multimarcas no mundo em que marca está
40 mil é a produção anual de biquínis e maiôs na fábrica da grife
3 são os pontos próprios no Brasil
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Crédito feminino
As mulheres são a maioria do total de clientes dos maiores bancos no país que utilizam o microcrédito para abrir ou expandir um negócio.
Com uma taxa de juros em torno de 4% ao mês e um limite de crédito que varia entre R$ 500 e R$ 15 mil, as empreendedoras encontraram nesse tipo de financiamento a chance de gerar renda, diz Jerônimo Ramos, superintendente da linha no Santander.
"Elas são 70% dos clientes e estão tomando empréstimos para abrir comércios do ramo alimentício e de vestuário", afirma.
Desde 2002, a instituição bancária desembolsou R$ 2,6 bilhões no microcrédito.
No Itaú, 50,6% da carteira do banco é composta por mulheres. No microcrédito, o percentual é maior: 60%.
"Elas são mais cautelosas ao investir e possuem baixa inadimplência", diz Eduardo Ferreira, superintendente de negócios inclusivos do Itaú.
No microcrédito da Caixa, as mulheres são 60,83%. Na carteira total do Bradesco, 46%.
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Bula... A Genzyme, empresa de biotecnologia, vai comercializar no Brasil dois novos medicamentos para esclerose múltipla, o alentuzumabe e a teriflunomida. A empresa não informou o valor investido no desenvolvimento.
...ampliada O laboratório Zambon obteve na Europa e nos Estados Unidos a aprovação para o medicamento Xadago, para pacientes com mal de Parkinson. No Brasil, a empresa trabalha para submeter o remédio à Anvisa.
Voo... O Prime Fraction Club, de compartilhamento e gerenciamento de bens de luxo, registrou no ano passado uma alta de 36% na procura por gestão de aeronaves.
...compartilhado A expansão foi puxada principalmente por empresas que, para reduzir os seus custos, decidiram terceirizar a gestão dos veículos, segundo o grupo.
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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