Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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exceto aos sábados.
BNDES estuda criar novo fundo de investimentos para o setor de saúde
O BNDES deverá mudar sua estratégia de estímulo à produção nacional de medicamentos biológicos e planeja focar seus investimentos em empresas de menor porte.
Para isso, estuda criar um novo fundo de investimentos, voltado apenas a projetos de saúde, afirma o chefe de departamento do setor no BNDES, João Paulo Pieroni.
Hoje, o banco detém 25% do BBI Financial, de cerca de R$ 200 milhões, que investe em empresas inovadoras da área. "Mas ele está em sua fase final, e há uma discussão interna para criar um novo fundo", diz Pieroni.
Nos últimos três anos, o BNDES e a Finep (agência de fomento à inovação) liberaram R$ 650 milhões para a construção de três fábricas de medicamentos biológicos, das farmacêuticas Libbs, Orygen e Bionovis.
"Não deverá haver novos financiamentos de plantas industriais no curto prazo, até porque esses centros já vão atender o mercado interno e ter sobras para exportação."
O foco será em projetos de pesquisa e desenvolvimento, que têm risco mais alto, mas requerem valores menores.
O incentivo à produção nacional de biotecnologia deve ter um grande impacto nas finanças públicas, por ser um mercado em forte expansão, cujos produtos têm um alto valor agregado.
Hoje, praticamente toda a linha é importada. Eles representam 51% dos gastos do Ministério da Saúde com a compra de remédios, embora, em volume, correspondam a apenas 4% das unidades.
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Gasto público com remédios pode cair R$ 520 mi, diz entidade
Os gastos públicos com medicamentos biológicos, que em 2015 somaram R$ 2,6 bilhões, deverão cair 20% em um prazo de cinco a dez anos, de acordo com a FarmaBrasil, entidade que reúne nove grandes farmacêuticas.
Hoje importados, os produtos passarão a ser feitos em quatro fábricas nacionais, parte delas financiadas pelo BNDES e pela Finep, o que deverá baratear as compras.
A queda dos custos poderá ser maior, diz o chefe do departamento de produtos para saúde do BNDES, João Paulo Pieroni. "As empresas vão produzir os mesmos itens. A concorrência pelo mercado pode reduzir os preços."
A primeira fábrica, da Cristália, já começou a produzir quatro medicamentos, mas aguarda o registro na Anvisa de três deles. Os outros três centros fabris ainda ainda não foram concluídos.
"Juntas, elas deverão atender à demanda atual do país e ainda ter entre 30% e 40% de sobras para exportação", afirma Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil.
BIOLÓGICOS E MILIONÁRIOS
Entenda o mercado de medicamentos do setor
O que são medicamentos biológicos?
São remédios produzidos por biossíntese em células vivas. Grande parte deles é direcionada a doenças crônicas como diabetes, hepatites e câncer
R$ 2,2 bilhões
foram investidos na construção de quatro fábricas no país
R$ 650 milhões
foi o financiamento do BNDES e da Finep às plantas
US$ 2,53 bilhões
foi o valor de importação de biológicos no país em 2015, 43% do total
Fonte: FarmaBrasil, Interfarma, BNDES
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CIMENTO FRESCO
As sinalizações da nova política econômica não foram suficientes para melhorar as previsões das fabricantes de cimento para o setor no ano que vem.
"Não atingimos o fundo do poço. A expectativa é que 2017 termine com nova retração do consumo", diz José Otávio Carneiro de Carvalho, presidente do Snic (das empresas do segmento).
Karime Xavier/Folhapress | ||
José Otávio Carvalho, presidente do sindicato |
Se confirmado, o resultado é preocupante, pois a estimativa da entidade é que 2016 termine com uma baixa de até 12%, vindo de uma retração um ano antes.
"Sem novas obras, não dá para ver quando vai melhorar. O setor terá de esperar a economia aquecer para que os investimentos voltem, mas isso é lento."
De janeiro a maio, as vendas totalizaram 23,2 milhões de toneladas, queda de 13,9% na comparação com igual período de 2015.
"O primeiro passo é retomar investimentos em infraestrutura. A Lava Jato mudou a dinâmica de tudo, mas o governo sinaliza que adotará medidas nesse sentido."
61 MILHÕES DE TONELADAS
total de vendas, em 12 meses, de junho de 2015 a maio de 2016
-15,2%
foi a retração nas vendas em maio ante igual mês de 2015
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Se não... Não é só de senadores que vem a pressão sobre o presidente interino Michel Temer. Indicados para a direção em empresas ligadas ao governo também têm seus pedidos –ao menos para tentar evitar cortes de verbas.
...pode escolher outro E, em conversas no Palácio do Jaburu, ao menos dois novos indicados afirmam que ter condicionado a sua efetivação à resposta de Temer.
Sem amor... Neste ano, 56% dos consumidores pretendem comprar presente de Dia dos Namorados. Em 2015, essa proporção era de 92%, aponta a Boa Vista SCPC.
...e sem dinheiro Endividamento, falta de condições financeiras e desemprego são as razões alegadas pelos respondentes. Nas classes D e E, a queda foi mais acentuada.
Geração... Apenas 10% dos jovens brasileiros esperam trabalhar até o fim da vida, segundo o ManPower Group.
...presente No Japão, campeão do ranking, o percentual chega a 37%. O levantamento ouviu pessoas de 18 a 34 anos.
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Mesmo com perdas recordes, TV fechada crê em retomada
Em abril, o número de assinantes de TV paga caiu 0,23%, aponta a Anatel. Na comparação com o mesmo mês de 2015, houve diminuição de 4,34% de clientes, ou 857 mil contratos. Trata-se da nona queda seguida.
Número de assinantes de TV fechada - Em milhões
Os tempos ruins devem chegar logo ao fim, diz Oscar Simões, presidente da ABTA (associação do setor).
"O número de assinantes acompanha o PIB, que viu redução da velocidade de queda. O pico da nossa perda foi em novembro, com 0,97%."
O serviço tem alta sensibilidade a preço, afirma o executivo, e Estados como Alagoas e Pernambuco subiram o ICMS de 10% para 15%.
"Em São Paulo, onde a renda é mais alta, a diminuição do número de assinantes foi de 3,2%, que é menos do que a média do resto do país."
A associação trabalha com a ideia de que os resultados são consequência unicamente da crise, e não de preferências de consumidores, que podem ter trocado a TV por internet banda larga.
Isso é tendência somente em mercados maduros, e não no Brasil, segundo Simões.
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HORA DO CAFÉ
Alves/Editoria de Arte/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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