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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Aquisições de hospitais crescerão em 2018

Crédito: Giovanni Bello - 12j.jul.2017/Folhapress Médico atende paciente em hospital em Nova Iguaçu (RJ)
Médico atende paciente em hospital em Nova Iguaçu (RJ)

As compras de hospitais podem deslanchar neste ano, segundo consultores que atuam no mercado de fusões e aquisições desse setor.

Há muitas negociações e transações para acontecer, afirma Edgar da Costa, diretor da consultoria Ptrus, especializada nesse negócio.

"No ano passado foram cerca de R$ 4 bilhões em transações. Nossa previsão é que em 2018 esse valor triplique."

Uma mudança de regras em 2015 permitiu que estrangeiros possam exercer controle de hospitais, mas isso não significou a entrada em peso de grupos de fora -houve operações entre brasileiros e fundos de private equity.

Não existem muitas redes no Brasil, e, para os estrangeiros, ter poucas unidades não faz sentido comercial, diz Viktor Andrade, da EY.

Esses investidores entrarão em um segundo momento, quando o setor já estiver mais consolidado, afirma.

"Os fundos de private equity querem pagar pouco. Eles consideram que o mercado não tem capital e por isso oferecem valores baixos."

Existe um dilema para eles: ou seguem em um impasse com os vendedores por causa de preços ou perdem o tempo certo para uma oferta de ações em um momento futuro de economia forte, diz.

As compras na área de saúde, que, além de hospitais, inclui clínicas e laboratórios, tiveram um salto em 2017, afirma Luis Motta, da KPMG.

"O mercado de fusões e aquisições tem tendência de alta, mas esse setor tem sido um ponto fora da curva."

Venda de celulares no Brasil tem alta de 8% em 2017

A venda de celulares no Brasil cresceu 8% em 2017, na comparação com o ano anterior, segundo a consultoria Gartner. Foram 51,16 milhões de unidades comercializadas.

Além da melhora econômica, houve queda de preços devido à expansão de companhias mais novas no país, como algumas fabricantes chinesas, diz Tuong Huy Nguyen, analista da empresa.

"A previsão é que o mercado siga em recuperação em 2018, mas com uma alta muito pequena ou uma estagnação. Consumidores não deverão trocar de celular tão rapidamente como em anos anteriores", afirma.

A Motorola teve uma elevação de 50% nas vendas até outubro do ano passado e também trabalha com um cenário de estabilidade ou leve melhora neste ano, diz José Cardoso, diretor-geral para o Brasil.

"Deverá haver, no entanto, um aumento do tíquete médio. O valor das vendas deverá melhorar por causa de novas funções implementadas."

A Samsung triplicou a venda em 2017 de alguns de seus novos modelos, em relação aos antecessores, e prevê um novo crescimento em 2018, afirma Renato Citrini, gerente sênior da companhia.

Navegação estável

O comércio eletrônico cresceu 12% em receita em 2017, em termos nominais. Foi o segundo pior desempenho desde 2011, quando a ABComm, a associação do setor, passou a monitorar o número.

Os anos de altas acima de 20% ficaram para trás, segundo o presidente da entidade, Mauricio Salvador.

"À medida que o volume do mercado cresce, o percentual anual fica menor. É um sinal de que o comércio eletrônico já está forte."

Outro indicador de que o setor está maduro é que já não se abrem lojas no setor como o ritmo do passado. Grosso modo, a cada ano apareciam 20% a mais de empresas, mas em 2017 foram 9%.

O comércio eletrônico pode crescer significativamente se um varejista cuja entrada no mundo online ainda não foi bem resolvida conseguir fazer essa transição, diz Salvador: os supermercados.

"Os clientes acham que é importante ver a fruta, e a última fase da entrega ainda é muito cara no Brasil."

Dentista de shopping

A OdontoCompany, de clínicas odontológicas, vai abrir 20 unidades próprias neste ano em áreas onde não há interessados em comprar uma franquia, diz Paulo Zahr, fundador da rede.

O aporte estimado é de R$ 20 milhões.

"Nós vamos investir para aumentarmos a presença dentro de shopping centers. O plano é estarmos em quase todos os empreendimentos aqui da capital [paulista] que atendem a classe C."

A previsão é que sejam abertas 144 franquias da OdontoCompany em 2018 - há 161 contratos já assinados, segundo a empresa.

A PartMed, outra marca de Zahr, de clínicas médicas, também terá uma alta no número de lojas: serão 48 inaugurações, afirma ele.

259
são as unidades abertas da OdontoCompany

65
são as operações da PartMed

R$ 250 milhões
foi o faturamento em 2017

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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