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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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BNDES abrirá linha de R$ 6 bilhões para MEIs em parceria com o Sebrae

Crédito: Cris Castello Branco/Sebrae-SP Feira do Empreendedor do Sebrae, em 2017
Feira do Empreendedor do Sebrae, em 2017

O BNDES abrirá, em parceria com o Sebrae, uma linha de crédito de R$ 6 bilhões para empresas enquadradas nas categorias de menor faturamento previstas por lei.

Serão contemplados os MEIs (microempreendedores individuais), as microempresas e as de pequeno porte.

O banco aumentou, em 2017, a porcentagem de crédito aos negócios menores.

O Sebrae, no entanto, considera que o BNDES não alcançava sociedades que realmente precisam, diz Guilherme Afif Domingos, presidente do serviço de apoio.

"Eles tinham um critério que enquadrava as que faturavam até R$ 80 milhões por ano como pequenas, que é diferente do nosso parâmetro."

O plano é fazer 280 mil empréstimos -mais da metade (150 mil) aos MEIs, que têm a menor receita máxima entre todas as empresas.

O Sebrae contratará uma fintech (prestadora de serviços financeiros) para avaliar o risco das operações.

"Para o sistema de bancos, o custo dessas análises é o mesmo de um grande empréstimo, e esses clientes ficam abandonados."

A entidade também vai dar aval financeiro para que as operações possam ser fechadas, segundo Afif.

O dinheiro é do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

A assessoria de imprensa do BNDES informou que as condições e as taxas de juros dessa linha serão divulgadas na quarta-feira (17), na assinatura do convênio.

Contrato de aluguel em SP quase não variou em 2017

Os novos contratos de aluguel na cidade de São Paulo terminaram o ano com um valor parecido com o do começo de 2017: na média, ficaram 0,39% mais altos, segundo dados do Secovi-SP (sindicado da habitação).

"A tendência é que os valores subam pouco ou até mesmo caiam durante 2018. O inquilino ainda pode barganhar com o proprietário, diz Mark Turnbull, diretor de locação da entidade."

A oferta de imóveis para locação ainda está além da demanda. Nessa circunstância, a média de preços tem variação alta para casas do mesmo tipo, mas de diferentes donos, segundo ele.

O IGP-M, o índice mais comum para reajustes, no entanto, teve uma retração de 0,5% -na teoria, os valores firmados no fim de 2016 foram revistos para baixo.

O cálculo não tem relação com o aluguel, mas é a taxa de inflação que costuma ser a mais alta e, por isso, foi adotada pelo mercado, afirma André Braz, da FGV.

"Por sorte, os índices convergem em prazos mais longos, de cerca de seis anos. Neste ano, por exemplo, o IGP-M ficou negativo, e o IPCA, positivo em 2,95%."

De olho na rua

Proporcionar um aumento do consumo é a medida considerada menos importante a ser adotada pelo próximo presidente do Brasil, segundo entrevistados pelo birô SPC Brasil e pela CNDL (confederação de lojistas).

Para os participantes da pesquisa, as prioridades do governo a ser eleito devem ser o combate à corrupção (47%) e os investimentos em saúde (39%) e em educação (33%).

Apenas 3% dos 682 consultados dizem que a melhora de seu poder aquisitivo deveria ser prioritárias. É uma fatia menor que a relativa a assuntos como a privatização de empresas públicas (7%) e o ajuste fiscal (16%).

"É uma hipótese, mas muitas pessoas já perceberam que o aumento do consumo não ocorre por conta própria, ele depende de uma economia mais eficiente", diz Marcela Kawauti, economista-chefe da entidade.

Hospitais mineiros

A rede de hospitais Mater Dei vai aportar neste ano R$ 140 milhões nas obras de sua quarta unidade, em Betim (MG), que deve ser inaugurada em 2019.

"O prédio terá 360 leitos. Escolhemos o local por conta da alta demanda na região, que concentra muitas empresas", diz o presidente, Henrique Salvador.

A empresa, que teve crescimento de 16% em seu faturamento em 2017, tem atualmente capacidade para internar 650 pessoas.

Entre os principais investimentos do grupo em 2017, estão ainda os R$ 45 milhões destinados a uma unidade de atendimento preventivo a pacientes de planos de saúde e à compra de um robô que auxilia em cirurgias.

Cerca de R$ 30 milhões foram aplicados no centro, que terminou de ser montado no fim de 2017, e tem 300 médicos e 50 técnicos que fazem testes preventivos (como medição de glicemia) em quem está internado.

O robô é utilizado em operações nas áreas de ginecologia, urologia e gástrica.

R$ 650 milhões
foi a receita bruta em 2017

2.500
número de funcionários

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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