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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Ganho de conselheiro aumenta 15,5% em 3 anos e chega a até R$ 8,7 milhões

A remuneração de executivos que integram conselhos de administração cresceu abaixo da inflação nos últimos anos, segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), a consultoria Spencer Stuart e a B3.

O aumento nos pagamentos foi de 15,5% de 2013 a 2016 -ano com dados mais recentes disponíveis.

O levantamento foi baseado em informações de 256 empresas listadas na Bolsa, obtidas em formulários de referência disponibilizados em julho de 2017.

Apesar da variação ter ficado abaixo da inflação acumulada medida pelo IPCA no mesmo período -32,5%, segundo o Banco Central-, há uma evolução, afirma Heloisa Bedicks, superintendente geral do IBGC.

"Quando analisamos esse intervalo, a remuneração do conselho em geral cresceu muito mais que a dos diretores. Os conselheiros têm ganhado relevância estratégica dentro das empresas."

Cerca de um quinto (21,1%) das empresas listadas atrela parte da remuneração de seus conselheiros a algum tipo de indicador de desempenho, como Ebitda (lucro antes de descontar impostos, juros etc.), ações ou vendas.

"É um tema controverso. Há uma preocupação que o uso de ganho variável possa alinhar demais o conselho a executivos, o que poderia diminuir os incentivos para monitoramento", diz Bedicks.

"Há quem veja possível conflito de interesse porque as prioridades de executivos muitas vezes são de curto prazo."

Crédito: Cadeira valiosaRemuneração anual média de integrantes dos conselhos de administração, por setor, em R$ mil - Mercado Aberto

Blocos de SP ainda não levam gente aos hotéis da cidade

Os blocos de carnaval levaram gente às ruas de São Paulo nos últimos anos e a ocupação nos hotéis melhorou, mas a demanda é menor que a de cidades nas quais a comemoração é tradicional.

A projeção é que 45% das vagas estarão ocupadas.

Os hotéis de cidades como Fortaleza e Rio deverão ter lotação de 85% para cima. As estimativas são da Abih, associação de hotéis que não pertencem a redes.

"Turismo é muito sensível a crise, e esperamos que este ano seja melhor que 2017", diz Manoel Linhares, presidente da associação. No ano passado, 35% dos quartos de São Paulo ficaram cheios.

O feriado ainda derruba taxas de ocupação na capital paulista, diz Orlando de Souza, diretor-executivo do Fohb (fórum das redes de hotéis).

"O fluxo de turismo da cidade é de negócios. Em dias úteis fora do carnaval os números são muito melhores."

Em um fim de semana normal, os estabelecimentos usam 25% da capacidade, diz Bruno Omori, da Abih-SP.

"Espero que os blocos atraiam gente. Hoje, os pacotes estão ligados ao sambódromo."

carnaval

Cenibra, de celulose, investe R$ 157 milhões em fábrica de MG

A fabricante de papel e celulose Cenibra vai investir cerca de US$ 50 milhões (R$ 157,4 milhões) na modernização de suas linhas de branqueamento e picagem de madeira, localizadas em Belo Oriente (MG).

O aporte será feito com capital da própria empresa, que pertence à multinacional japonesa JBP, afirma o diretor-presidente, Naohiro Doi.

A companhia também prevê um ganho de eficiência. A capacidade ociosa hoje é inferior a 5%, aponta o executivo.

"A operação da nossa fábrica está próxima ao limite, mas ainda há ociosidade na área florestal. Nosso plano neste momento é ampliar as duas linhas atuais para depois construirmos uma terceira."

Há a intenção de fazer aportes maiores, mas ela esbarra nas restrições à compra de terras por estrangeiros, segundo Doi.

A companhia, que exporta ao menos 90% de seus produtos, produziu mais de 1,22 milhão de toneladas de celulose no ano passado, e não prevê um grande aumento em 2018, devido à maior competição com concorrentes da Ásia.

R$ 2,21 BILHÕES
foi o faturamento aproximado em 2017

4.300
são os funcionários próprios

3.000
são os terceirizados, que atuam na área florestal

Varejo no interior

O grupo varejista Gazin vai investir R$ 40 milhões em seu plano de expansão neste ano. A ideia da rede, que concentra suas operações nas regiões Norte e Centro-Oeste, é abrir pelo menos 15 lojas.

Parte desse montante será aplicada em ampliações de 25 unidades da marca.

"Temos alguns pontos pequenos, de 400 metros quadrados, que terão o tamanho dobrado", afirma o presidente, Osmar Della Valentina.

Está prevista também a aquisição de equipamentos para as seis fábricas de colchões da companhia.

A projeção do Gazin é crescer 10% em faturamento neste ano. A alta em 2017 foi de 11,5%, influenciada pela abertura de 12 lojas.

O resultado permitiu à empresa realizar aportes que inicialmente não estavam previstos, como a compra de uma aeronave, por R$ 12 milhões, para uso dos executivos.

"Queremos aumentar nossa presença nas regiões onde já estamos. Não está nos nossos planos chegar a outros Estados no momento", diz Della Valentina.

R$ 3,61 bilhões
foi a receita bruta da empresa no ano passado

252
é o número de lojas

6
são as fábricas de colchões

7.600
é o total de funcionários

9
Estados tem lojas da marca

Uma mancha... Ter trabalhado em uma empresa citada na Lava Jato é considerado prejudicial para o currículo de candidatos, afirmam 70% dos gestores de recursos humanos de multinacionais entrevistados pela consultoria De Bernt.

...a ser lavada A fatia que deixaria de contratar alguém nessa situação, no entanto, é bem menor: 8%. Outros 58% responderam talvez e 34% disseram que contratariam. Foram ouvidos 350 gestores de nível pelo menos gerencial.

Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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