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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Geradoras de energia devem pagar menos por deficit hidrelétrico

Projeção é que despesa caia R$ 3 bilhões em relação ao ano passado

Maria Cristina Frias
São Paulo
Usina hidrelétrica de Furnas, em Capitólio (MG)
Usina hidrelétrica de Furnas, em Capitólio (MG) - Apu Gomes/Folhapress)
O gasto que as grandes geradoras terão em decorrência do deficit hídrico será menor neste ano, segundo o Instituto Acende Brasil. A projeção é de R$ 7 bilhões, contra os R$ 10 bilhões em 2017.

O motivo da queda é uma melhora nos níveis dos reservatórios, diz Claudio Sales, presidente da instituição.

"Atingiram-se, em média, 79,3% da capacidade da geração do sistema hidrelétrico no ano passado. Para 2018, a previsão é de 89%."

A relação entre o potencial que uma usina tem para gerar energia e quanto ela realmente produz é conhecido pela sigla GSF (em inglês).

Quando há deficit, elas precisam comprar a energia que deixaram de inserir no sistema, o que acarreta gastos bilionários.

Parte das usinas busca a Justiça para não ter de pagar essa conta.

O argumento é que foram prejudicadas por despachos fora da ordem houve momentos em que o operador do sistema tirou delas o privilégio de serem as primeiras a inserir energia do sistema, o que causou o desequilíbrio.

Alguns juízes dão razão às hidrelétricas e concedem liminares para que não paguem. Há cerca de R$ 6 bilhões em questionamento.

"O mercado caminha para travar se não houver uma saída, afirma Mario  Menel, da Abiape (associação de investidores em energia)."

A proposta que tem mais força é parcelar os valores e esticar os prazos de concessão para que as empresas possam pagar, diz Paulo Cunha, da FGV Energia.

"É preciso interromper a inadimplência e dar uma solução à dívida acumulada."

 
 
 

Inadimplência de micro e pequenas empresas sobe 10% em 2017

O número de micro e pequenas empresas inadimplentes fechou 2017 com crescimento de 10,8% em relação ao registrado no fim do ano anterior, segundo o Serasa.

É o oitavo mês seguido de alta do indicador.

O resultado foi influenciado pelo setor de serviços, que reponde pela maior parcela entre os devedores (45,8%).

"Os pequenos negócios se concentram no segmento, que demorou para sair da crise. Se a retomada da área se consolidar, a inadimplência deverá se estabilizar no segundo semestre", diz Luiz Rabi, economista da entidade.

O veto presidencial ao Refis das micro e pequenas empresas, em janeiro, piorou as perspectivas de redução do endividamento, segundo o Sebrae. O Congresso ainda vai apreciar a questão.

"Os pequenos sofreram muito com a crise. O parcelamento de dívidas com desconto de juros e multas é crucial", diz o presidente do órgão, Guilherme Afif Domingos.

"A situação piorou com a saída dos CNPJs devedores do Simples [em dezembro]", diz o presidente do Simpi (das micro e pequenas indústrias), Joseph Couri.

"Só ficou quem fez acordos irreais que não serão cumpridos. Isso precisa ser revisto."

 

Fim do intervalo

A marca de roupas TNG vai voltar a investir na expansão de suas lojas após dois anos de ajustes na rede. A empresa prevê abrir 20 pontos de venda neste ano.

"Mantivemos o número de unidades na crise, mas tivemos de demitir 500 funcionários. Agora, com a economia em recuperação, voltamos a pensar em crescimento", diz o presidente, Tito Bessa Jr.

Somente em inaugurações, o aporte da companhia será de aproximadamente R$ 10 milhões, entre R$ 500 mil e R$ 600 mil por novo ponto.

A grife também vai aumentar a área de parte da rede, que atualmente só tem unidades próprias. O montante dessa operação não foi revelado.

"Nosso padrão hoje é ter espaços de até 170 m. Vamos começar a dobrar o tamanho para oferecer mais alfaiataria e moda feminina em 2018", afirma o executivo.

162
é o total de lojas

1.650
é o número de funcionários da grife

 

Mercado de seguros

O faturamento do setor de seguros foi de R$ 247 bilhões em 2017, um crescimento de de 6,6% na arrecadação, em relação ao ano anterior, segundo a CNSeg (confederação nacional das empresas de seguro e previdência).

O valor dos ativos administrados pelas seguradoras bateu o recorde de R$ 1,2 trilhão em 2017, afirma a entidade.

O número representa um aumento superior aos 13% na comparação a 2016, quando esse montante alcançou a marca de R$ 1,05 trilhão.

"A receita deverá continuar com um desempenho consistente em 2018. Quanto mais volátil a conjuntura, mais as pessoas buscam se proteger", diz Marcio Coriolano, presidente da CNSeg.

 

Depois... A Cacau Show, de chocolates, subiu para 6.800 o número de temporários para a Páscoa. Foram 6.600 pessoas em 2017, para lojas e fábricas.

...da folia O período de contratação costuma começar em novembro e vai até o feriado. A projeção é de aumento de 20% nas vendas no período.

Conexão... A Câmara de Comércio Brasil-Canadá vai lançar no próximo dia 21 uma iniciativa para ligar startups e investidores dos dois países.

...com o Norte O objetivo é cadastrar também entidades e empresas de tecnologia para facilitar a internacionalização de empresas brasileiras.

Luxo... A grife Hermès teve alta de 9% das vendas em 2017. A contribuição para o resultado veio de todas as áreas de negócios e regiões.

...sem fim As receitas consolidadas do grupo totalizaram 5,55 bilhões (R$ 22,33 bilhões), um aumento de 7% se considerado o ajuste cambial.

Varejo... A área de Campos Elíseos, no centro de São Paulo, é a área de alto padrão com maior potencial para o varejo de bens de consumo.

...paulista O bairro teve uma mudança de perfil após uma alta recente de domicílios alugados, diz a Geofusion, de consultoria e tecnologia.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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