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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Importação de insumo para laboratórios volta a subir em 2017

Crescimento de 21,5% ocorre após dois anos seguidos de queda

Maria Cristina Frias
São Paulo
Mão de cientista manuseia pequenos tubos em laboratório
Aumento das importações de insumos laboratoriais voltou a ocorrer após dois anos de retração - Diego Padgurschi/Folhapress

A importação de reagentes usados em laboratórios médicos subiu 21,5% em 2017 e influenciou a alta de 5,2% de equipamentos laboratoriais em 2017, segundo a CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial).

O aumento das importações dessas substâncias ocorre após dois anos de retração.

"A consolidação do mercado determinou esse resultado. Grandes redes laboratoriais fizeram expansões no interior e passaram a realizar compras maiores", diz o presidente da entidade, Carlos Eduardo Gouvêa.

O setor estima que as aquisições de pequenos laboratórios por redes de médio e de grande porte continuem ao longo de 2018.

O crescimento do número de exames efetuados também influenciou os valores, afirma a CBDL.

"Houve um número maior de checkups em planos médicos no ano passado, o que aumentou a demanda pelos reagentes, usados em 80% dos diagnósticos."

A exportação dos itens, porém, caiu 10% e elevou o deficit na balança comercial do segmento, que é historicamente negativa, de R$ 4,46 bilhões para R$ 4,89 bilhões.

"A produção brasileira é muito concentrada em nichos e distribuída em pequenos fabricantes, o que impede uma evolução mais sólida das vendas ao exterior."

Outros materiais e equipamentos usados em laboratórios, como dosadores e compressores, tiveram queda tanto na importação (16,4%) quanto na exportação (18%).

"Com a crise, passou-se a demorar mais tempo para realizar substituições desse tipo de produto, mas como sua vida útil pode chegar a até três anos, a projeção é de crescimento para este ano", afirma o executivo.

 
 

Risco móvel

A seguradora Sompo vai aumentar em 60% os seus investimentos em 2018, na comparação com 2017, segundo o presidente, Francisco Caiuby Vidigal Filho.

"Prevemos um aporte de aproximadamente R$ 45 milhões em infraestrutura, tecnologia e novos produtos", afirma.

Parte dos recursos irá para a divisão de transportes da companhia, diz ele.

"Tivemos um crescimento muito forte dessa área nos últimos dois anos e meio. Nossa sinistralidade ficou dez pontos percentuais abaixo da média do mercado, e o crescimento dessa carteira foi de 34%."

A Sompo implementou no ano passado um sistema próprio de gerenciamento para cargas de alto risco. Ele deverá receber mais recursos, afirma o diretor da divisão de transportes, Adriano Yonamine.

"A nossa central monitorou R$ 1,4 bilhão em carga no ano passado. A projeção é, neste ano, alcançar a marca de R$ 25 bilhões."

R$ 2,84 BILHÕES
foi o prêmio emitido pela Sompo em 2017

R$ 1,55 BILHÃO
foi o valor dos sinistros

 

Competitividade de confecções sobe, mas fica abaixo de 2010

A competitividade da indústria paulista de vestuário aumentou 35% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo o Sindivestuário, que reúne fabricantes do setor.

O índice feito pela entidade, que analisa fatores como inflação, volume de vendas no comércio e nível de emprego, subiu de 52,55 para 71,45.

A marca de cem pontos equivale à média de 2010. Abaixo desse patamar, as condições são consideradas desfavoráveis à produção, afirma Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário.

"As varejistas aumentaram suas compras. Muitas reduziram seus estoques na recessão e, como há um princípio de retomada, houve melhora nas nossas vendas", diz ele.

"A previsão para 2018 é de um ano melhor que 2017. Se tudo seguir como está, com mais empregos e sem medidas como a reoneração da folha de pagamento, o índice deverá subir cerca de 10%."

 

Seguro morreu de velho

As empresas brasileiras são as que mais têm receio de fraudes nos pagamentos e, por isso, preferem até mesmo perder clientes de verdade a correr um risco alto, aponta o Serasa Experian.

Foram consultados executivos de 11 países, e 80% dos brasileiros afirmaram que para eles, quando há suspeita, é melhor abrir mão de uma possível transação legítima.

Os Estados Unidos estão em segundo lugar desse ranking, com 73%. Em último, ficaram Espanha e África do Sul, ambos com 51%.

A migração para pagamentos digitais e pela internet alterou esse quadro, diz Luiz Junqueira, diretor de dados do birô de crédito.

"A maioria (75%) das empresas enxergam um incremento nas tentativas de fraudes, o que é impulsionado pelo ambiente digital."

 

Endividamento... A taxa de inadimplência para pessoas físicas deverá cair 15,87% em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2017, segundo projeção do Ibevar (instituto de executivos do varejo) e o Provar/FIA.

...reduzido A média prevista é de 4,98%, uma queda de 0,94 pontos percentuais. Em relação a dezembro, último dado disponível pelo Banco Central, a redução projetada é de 0,27 pontos, uma variação negativa de 5,14%.

Em... A maior prioridade da indústria do plástico é abrir novos mercados (59,4%), seguida por criação de produtos (49,3%) e tecnologia (38,5%).

...transformação Foram entrevistadas 278 empresas pelo PICPlast, programa setorial da associação Abiplast com a Braskem.

 

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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