Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto

Seguradoras projetam aumento na contratação de renda

Opção oferecida por planos de previdência complementar deve crescer em 2018

Maria Cristina Frias
notas de vinte reais em uma mesa
Segudoras estimam que é possível aumentar o número daqueles que optam pela contratação de renda - Fernando Frazão/Folhapress

A contratação de renda nos planos de previdência complementar ganhará um impulso com regras anunciadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) no fim do ano passado, segundo seguradoras.

"A maioria dos clientes hoje opta por sacar todo o montante que acumulou, mas a tendência é que esse cenário comece a mudar neste ano", afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev.

Entre as alterações estão a maior flexibilidade na hora de programar ou suspender os resgates, além da possibilidade de contratar renda sobre apenas uma parte do que foi acumulado.

"Antes, se o cliente possuía R$ 1 milhão e quisesse revertê-lo em pagamentos mensais, precisaria fazê-lo com 100% do saldo ou então optar por ir sacando aos poucos, manualmente", afirma.

"Cerca de 1% dos clientes da Brasilprev hoje contratam renda. Nos Estados Unidos, isso é próximo a 10%. É difícil estimar em qual velocidade, mas vemos potencial para chegarmos a esse nível."

Na Zurich Santander, o número de pessoas que optam pela contratação gira em torno de 3% e 4%, diz o presidente, Alfredo Lalia Neto.

"Estudos preliminares mostram que podemos dobrar essa porcentagem e chegar a até 10%, mas ainda falta testar soluções e fazer pesquisas de campo", afirma.

"As mudanças na fase de acúmulo, como a possibilidade de criar produtos com mais renda variável, terão ainda mais apelo do que essa parte da desacumulação, mas tudo isso é um avanço."

 

Cidades afetadas por desastre terão R$ 500 milhões para saneamento

Começa nesta quarta (21) o prazo para que os 39 municípios afetados pela tragédia de Mariana (MG) manifestem interesse em apresentar projetos de saneamento e coleta de resíduos a ser financiados pela Fundação Renova.

A entidade, mantida pela Samarco, aplicará R$ 500 milhões nas ações selecionadas. O aporte é uma das ações compensatórias da mineradora após o desastre.

"Cerca de 80% dessas cidades têm pouco ou nada do esgoto tratado. O recurso começará a ser aplicado ainda neste ano," afirma o presidente da Renova, Roberto Waack.

As prefeituras precisam manifestar interesse em apresentar projetos até 2 de março. Das cidades, 35 são mineiras e quatro, capixabas.

Os bancos de desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do Espírito Santo (Bandes) farão a gestão do montante.

"Vamos analisar a viabilidade econômica de cada proposta e, se necessário, financiar parte delas", diz Aroldo Natal, presidente do Bandes.

"O dinheiro vem da iniciativa privada, mas os projetos aprovados farão licitações. A projeção é gastar R$ 100 milhões em 2018", diz Marco Crocco, presidente do BDMG.

O banco mineiro disponibilizará R$ 130 milhões de crédito complementar às cidades.

 

Bistrô no interior

A rede de restaurantes Paris 6 vai investir R$ 30 milhões neste ano em seu plano de expansão para abrir sete novas unidades. A empresa abrirá operações em Goiás, Bahia e Paraná.

"Cada local novo demanda pelo menos R$ 4 milhões", diz o proprietário, Isaac Azar. Parte do montante a ser aplicado é financiado por bancos.

 

"Só temos duas franquias [Brasília e Rio], todo o restante é de locais próprios", afirma o executivo.

A rede vai inaugurar mais quatro casas em São Paulo: três delas na capital e uma em São José dos Campos.

Nessa casa, temos um sócio, mas toda a gestão fica por nossa conta.

12
é o número de unidades atual

450
é o total de funcionários

 

Tinta fresca depois de três anos

Após três anos de queda, a indústria de tintas voltou a crescer em 2017, segundo a Abrafati (associação do setor).

Foram 1,53 bilhão de litros comercializados, uma leve alta de 1,9% em relação a 2016.

O resultado foi alavancado pelas fabricantes de automóveis, afirma Antonio Carlos de Oliveira, presidente-executivo da associação.

"A previsão para 2018 é de novo aumento. O setor de tintas costuma ficar um ponto percentual acima do PIB, cujas projeções apontam para algo em torno de 3%. Superaremos esse patamar."

A melhora não ocorreu de forma homogênea entre os segmentos da indústria.

"A fabricante PPG cresceu mais que o setor em 2017, mas ainda registra resultados negativos no Sul, onde tem presença forte no segmento imobiliário", afirma o presidente Márcio Grossmann.

"Algumas áreas voltarão a subir, como embalagens, que tem uma boa perspectiva por causa do impacto da Copa do Mundo na produção de latas de cerveja e refrigerante, e eletrodomésticos."

 

Compra tamanho família

A intenção de consumo das famílias com renda menor que dez salários mínimos registrou neste mês o melhor desempenho desde setembro de 2015, segundo a CNC (confederação do comércio).

O índice, que vai de 0 a 200, ficou em 84,4. Houve crescimento de 4,2% em relação a janeiro.

"A baixa inflação do último ano e a desaceleração no número de demissões contribuíram para um maior otimismo", afirma Bruno Fernandes, economista da entidade.

A redução dos juros permitiu que as famílias trocassem um crédito mais caro por um mais barato. A previsão é que esse movimento continue nos próximos meses, afirma Fernandes.

 

Crescimento... O desempenho das vendas do varejo cresceu 2,6% no acumulado de 12 meses até janeiro, segundo o Boa Vista SCPC. Em relação ao mesmo período de 2017, o aumento foi de 9,7%.

...do varejo O setor de móveis e eletrodomésticos teve alta acumulada de 3,7% no último ano. Já supermercados, alimentos e bebidas subiram 2,3% no período.

 

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI, IVAN MARTÍNEZ-VARGAS e DIANA LOTT

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.