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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Setor pesqueiro pressiona para voltar a exportar à UE

A suspensão, válida desde 3 de janeiro, foi determinada pelo Ministério da Agricultura

Maria Cristina Frias
São Paulo

A indústria brasileira de pescados pressiona o Ministério da Agricultura para que o órgão revogue a suspensão das exportações do setor à União Europeia, em vigor desde 3 de janeiro.

A decisão foi tomada por recomendação da UE, feita depois que inspeções europeias no Brasil identificaram falhas na fiscalização sanitária de embarcações.

"Suspendemos a exportação para que a Europa não o fizesse. Vamos propor que o Inmetro fiscalize os barcos. A ideia é retomar as vendas em março", diz Luís Rangel, secretário de defesa agropecuária.

Pier com barco de pesca no Lago Guaíba, em Porto Alegre - Rubens Chaves - 24.mai.2014/Folhapress

A venda de atum e tamboril foi bem afetada. Se isso não for resolvido logo, prejudicará também a exportação de lagosta, afirma Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (da indústria da pesca).

A filial brasileira da espanhola Jealsa, que exporta parte da sua produção no Ceará à matriz, demitiu 125 de seus 350 funcionários.

"O plano era dobrar as vendas à Espanha e chegar a R$ 35 milhões neste ano, mas fomos surpreendidos", diz o diretor Santiago Rodríguez.

"A piscicultura também não pode vender à UE, o que é um erro porque não usamos embarcações. Isso afeta a reputação do produto brasileiro", afirma Francisco Medeiros, da Peixe BR (entidade do setor).

"Conseguimos manter o preço, mas tivemos de dar explicações a compradores nos Estados Unidos", diz Breno Davis, da GeneSeas, que exporta 20% da produção.

 
 

Compra de laboratório

A rede de laboratórios médicos Sabin vai investir R$ 130 milhões neste ano, principalmente na abertura, reforma e aquisição de unidades.

A empresa, que no ano passado comprou grupos regionais em Brasília, Campinas (SP) e Franca (SP), fechou nesta quinta (1) a incorporação do Trindade, em Santa Catarina, que têm oito unidades no Estado. Os valores da transação não foram divulgados.

"Já iríamos iniciar operações na região de Florianópolis com a construção de dois centros. Com a compra, chegaremos também a Imbituba (SC) e Garopaba (SC)", diz a presidente da empresa, Lídia Abdalla.

A companhia pretende fechar ao menos mais uma aquisição e abrir no mínimo 10 pontos em 2018.

Haverá também, ainda neste ano, aportes em maquinário para a rede, com destaque para a tecnologia nas áreas de biópsia, detecção de tumores e diagnóstico por imagem.

Quase 95% das nossas análises são processadas na unidade do paciente, apenas os exames mais complexos são levados à sede em Brasília. Por isso, fazemos investimentos locais.

R$ 830 milhões
foi o faturamento em 2017

225
número total de unidades da companhia

 

Novos canais

O mercado de TV por assinatura teve queda de 5% no ano passado, segundo a Anatel. Desde o início da crise, em 2014, para cá, 2 milhões de casas perderam o serviço.

"Dois fatores explicam a piora: a recessão econômica e a concorrência indireta com a internet em casa", afirma Sandro Cimatti, sócio da consultoria CVA, que prepara um estudo sobre o tema.

As famílias que perderam renda cortaram TV por assinatura, mas elas continuam com internet, onde também podem ver vídeos.

A queda não atingiu todos os grupos de forma homogênea. A Oi aumentou em 15% sua base de assinantes.

"Vendemos TV em cima da base de consumidores de telefonia fixa, com pacote com banda larga e plano para celular", afirma o diretor de varejo, Bernardo Winik.

A Claro, a que perdeu o maior número de assinantes, também é a que tem mais clientes. Em nota, diz que o desempenho reflete a situação econômica do país.

 

Mais códigos de barras

Os pedidos para registrar códigos de barras aumentaram 25,7% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo a GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação), que recebe as solicitações.

O indicador é considerado um medidor da intenção de lançamento de produtos, por ser uma das primeiras etapas do processo industrial.

O crescimento foi puxado principalmente pelo setor têxtil, que teve um avanço de 200%, seguido pelo de bebidas (55,6%) e de vestuário e acessórios (21,4%).

Na comparação com o mês de dezembro, porém, a variação foi negativa. Houve uma retração de 9,4%, ao se desconsiderar efeitos sazonais.

A expectativa para 2018, segundo a GS1, é que sejam registrados mais pedidos do que em 2017.

 

Calçados A Side Walk começará a vender seus sapatos em redes multimarca. Os itens hoje são vendidos em 25 lojas próprias e 25 franquias.

Medo... Ataques cibernéticos são o principal risco a ser enfrentado em 2018 no setor bancário, segundo 77% das instituições ouvidas pela EY.

...virtual A porcentagem representa um crescimento de 26% em relação à pesquisa do último ano, de acordo com a consultoria.

Não... Oito em cada dez diretores dizem já ter contratado um profissional que se mostrou incompatível com sua equipe, segundo a Robert Half.

...deu liga Os principais motivos citados foram a falta de espírito de equipe e a dificuldade de adaptação. A consultoria ouviu 403 executivos.

 

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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