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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Agências brasileiras repensam uso de Facebook após polêmica sobre dados

Uma consequência pode ser a perda de verbas publicitárias, dizem executivos

Maria Cristina Frias
A rede social passa por uma crise de credibilidade - Oli Scarff/AFP

Nas agências de publicidade, os executivos começam a questionar como deve ser a relação com o Facebook depois da polêmica que envolve a rede social. Uma consequência pode ser a perda de verbas publicitárias, dizem.

A plataforma passa por uma crise depois que o Guardian e o Channel 4, da Inglaterra, veicularam histórias sobre como a empresa Cambridge Analytica usou o Facebook para obter dados de 50 milhões de pessoas.

“Que garantia temos que informações das próprias companhias que anunciam na rede social também não são vulneráveis?”, questiona  Paulo Sant’Anna, presidente do Grupo de Mídia de SP, associação dos profissionais.

Outro tema que incomoda os executivos há tempos é a falta de auditoria terceirizada, ele afirma. As informações que o Facebook passa sobre o tráfego na plataforma não são certificadas por uma empresa independente.

Há um clamor por transparência de dados nesse momento, diz Sant’anna.

“Agora é uma hora propícia para negociar essa questão. É preciso contratar alguém que possa verificar a veracidade dos números.”

O Facebook já passa por uma mudança no perfil dos anunciantes, segundo Cesar Toledo, executivo da agência Tribal Worldwide.

“As marcas deixaram de usar ferramentas semelhantes às que a Cambridge Analytica empregou por receio de ficar associada a um evento como esse e o anunciante entrar em descrédito.”

No exterior, agências de publicidade de grandes anunciantes, como a Unilever, procuraram o Facebook para pedir mudanças na plataforma.

 

Resorts têm primeira queda na ocupação desde 2010

Os resorts brasileiros tiveram uma queda de 7,1% na taxa de ocupação em 2017, em relação ao ano anterior. Foi a primeira variação negativa desde 2010, segundo a ABR (do setor) e o Senac-SP.

“Em 2016, perdemos demanda no segmento corporativo, mas ganhamos no turismo doméstico. Em 2017, o mercado exterior reaqueceu, mas os eventos não acompanharam”, diz Antonio Bonfato, coordenador da pesquisa.

A rede Bourbon projeta um aumento nas viagens de empresas, afirma o presidente, Alceu Vezozzo Filho. “A ocupação em Foz do Iguaçu (PR) cresceu 10% e ficou estável em Atibaia (SP), mas a receita por quarto subiu.”

O Club Med, que não é associado à ABR, cresceu 40% em 2017, mas ficou estável ao se desconsiderar a abertura de um resort em São Paulo, diz o CEO para a América do Sul, Janyck Daudet. “Investimos R$ 80 milhões para aumentar nossa capacidade.”

A previsão da ABR é de uma alta de aproximadamente 3,4% na ocupação em 2018. 

“Crescemos 10% até fevereiro e deveremos manter o ritmo devido a uma atração nova e à chegada de voos internacionais a Fortaleza”, diz Murilo Pascoal, do Beach Park.

 

À espera do inverno

A indústria calçadista criou 6.400 postos de trabalho em fevereiro deste ano, segundo a Abicalçados (que representa os fabricantes).

Ao todo, eram 296 mil pessoas empregadas, número 1,8% menor que no mesmo mês de 2017.

Há um princípio de retomada, mas qualquer recuperação mais vigorosa só deverá começar no segundo semestre, afirma Heitor Klein, presidente da associação.

“Não houve ainda uma recuperação da demanda que leve a uma geração maior de emprego. É diferente do que já se observa com outras indústrias, como a de eletrodomésticos”, diz ele.

“O inverno é uma variável que afetará as nossas expectativas. Quando intenso, ele acelera a busca por calçados, algo que não ocorreu em 2017.”

 

Confiança com classe

A confiança da classe C na economia cresceu constantemente no último ano e atinge o melhor nível desde 2015, aponta a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

A inflação em queda é a principal responsável pela melhora, diz Marcel Solimeo, economista da entidade.

O desemprego em alta prejudica o índice, que está longe de seus bons momentos, como no ano de 2011. “Apesar da melhora, não se pode dizer que a classe C está otimista ainda”, diz Solimeo.

 

Capital  para automatizar

Os fundos de capital de risco OpenView Partners, Trinity, Redpoint e Valor Capital investiram US$ 16 milhões (R$ 52,8 milhões) na startup Pipefy, de softwares de gestão de processos.

“Gerenciamos fluxos de alto volume de empresas, como os de contas a pagar”, diz o CEO, Alessio Alionço.

A prioridade da marca é desenvolver recursos de inteligência artificial para permitir a automatização de tarefas como checagem de documentos, por exemplo.

 

Errar... Cerca de 80% dos diretores de empresas brasileiras já se arrependeram de contratações que fizeram, segundo levantamento da consultoria Robert Half.

...é humano Um terço deles demora de um a três meses para perceber o equívoco. Falta de compromisso e mentiras no currículo estão entre as maiores razões de desapontamentos.

Feito... O grupo DPSP, das drogarias São Paulo e Pacheco, vai lançar uma marca própria.

...em casa Cerca de 50 itens de assepsia e cuidados pessoais serão vendidos a partir de abril.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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