A Anvisa (agência de vigilância sanitária) é o órgão do governo que mais pagou diárias de viagens aos seus servidores em 2017 —foram R$ 12 milhões—, mas ela afirma ter um plano para reduzir valores em 80% neste ano.
O órgão envia inspetores a fábricas de remédios e de produtos de saúde, como stents. As empresas pagam para serem inspecionadas.
A redução virá de acordos com agências semelhantes de outros países, diz o diretor-presidente Jarbas Barbosa. A ideia é terceirizar a visita às instalações de indústrias.
“Para diminuir gastos com passagens, agências do Brasil, EUA, Canadá, Japão e Austrália credenciarão empresas para fazer auditorias.”
A Anvisa também vai habilitar indústrias estrangeiras que têm aval de autoridades de seus próprios órgãos, desde que a entidade brasileira considere que o país em questão tenha critérios semelhantes aos dela própria.
No total, o governo federal pagou 13% a menos aos servidores por despesas com viagens no ano passado, na comparação com 2016.
A base de comparação era alta. Eventos esportivos (Copa e Olimpíada) elevaram gastos, segundo o Ministério do Planejamento.
“Grande parte do aparelho público do governo federal se deslocou nesse período, como a Força Nacional e a Polícia Federal”, diz a pasta em nota.
Os preços dos bilhetes aéreos têm caído porque o governo passou a adquirir diretamente, e não mais por agências, segundo o ministério.
A culpa é do ex
Ex-funcionários são vistos como os principais responsáveis por fraudes no Brasil, segundo 540 executivos ouvidos pela Kroll, consultoria de gestão de riscos.
Cerca de 53% dos entrevistados mencionaram empregados que já saíram da empresa como fator chave em problemas no país como roubo de ativos, dados ou estoque, acima da média global de 34%.
“Quando se fala de fraudes como adulteração de balanços ou quebra de política de compliance, porém, há envolvimento da administração”, diz Fernanda Barroso, diretora-geral da Kroll no país.
O índice de episódios fraudulentos subiu 16 pontos percentuais em relação ao de 2016 e chegou a 84%.
Além da maior incidência, a alta é um reflexo do combate crescente a incidentes do tipo, que ficaram mais em evidência após operações como as da Lava Jato, diz ela.
Tinta na máquina
O Grupo Print Laser, do ramo gráfico, vai investir R$ 50 milhões em equipamentos neste ano. A principal compra é de duas impressoras industriais da HP, que deverão ampliar sua produção voltada a tiragens pequenas e médias.
“Ampliaremos nossas tiragens customizáveis e sob demanda [em que o cliente pode mudar parte do material]”, afirma o sócio Caio Graccho.
É uma tecnologia vantajosa para volumes inferiores aos 10 mil exemplares, diz Fernando Alperowitch, diretor da HP.
A capacidade de impressão digital passará de 200 milhões de páginas mensais a 350 milhões. Ao todo, o grupo faz hoje 2,2 bilhões de páginas ao mês.
A maior parte do faturamento vem de produtos do mercado de transações financeiras, como boletos.
R$ 400 milhões
foi a receita do grupo em 2017
Diversificação siderúrgica
A fabricante siderúrgica Açotubo, que fornece barras e tubos para outras indústrias, vai investir cerca de R$ 45 milhões para ampliar sua produção em Guarulhos (SP), diz o diretor-executivo, Ribamar Bassi.
“Adquirimos uma área contígua à nossa planta para complementar nossa linha de produtos e atender alguns novos clientes.”
Outros R$ 6 milhões irão para a renovação da frota de caminhões da empresa, hoje com 20 veículos.
A diversificação dos itens fabricados é necessária devido às baixas margens de lucro, segundo o executivo.
“Em um mercado como o nosso, [a margem] hoje é próxima a 20%, sendo que há quatro anos era de 25% a 27%”, afirma Bassi.
“Não sabemos quando elas voltarão a subir, mas estamos otimistas com setores compradores que mostram melhoras, como o automotivo pesado e energético.”
R$ 640 milhões
foi o faturamento do Grupo Açotubo em 2017
760
são os funcionários
Teto baixo
O valor de novos contratos de aluguel em São Paulo teve queda de 1,3% nos últimos doze meses, aponta o Secovi-SP (sindicato da habitação).
Em fevereiro, acentuou-se a tendência iniciada em janeiro, quando o número foi negativo pela primeira vez desde julho do ano passado.
É a persistência das taxas de desemprego acima dos 10% que explica o preço mais baixo dos aluguéis, segundo Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas
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