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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Cooperativa de crédito investe R$ 490 mi e mira metrópoles

Mais de 70% dos negócios do Sicoob vêm de cidades com até 100 mil habitantes

Maria Cristina Frias
Moedas de um real sobre notas de cinquenta reais
A previsão é de pelo menos cem novas unidades inauguradas até dezembro - Filipe Frazão - 11.jan.2017/Folhapress

O sistema de cooperativas financeiras Sicoob vai destinar parte de seu investimento de R$ 490 milhões previsto para 2018 à abertura de agências em grandes cidades, segundo o presidente, Henrique Castilhano Vilares.

Cerca de R$ 120 milhões serão gastos em novas unidades. A previsão é de pelo menos cem inaugurações até dezembro, afirma.

No mínimo metade delas ficará em grandes centros como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

“Mais de 70% dos nossos negócios estão em municípios com até 100 mil habitantes. Queremos alcançar um equilíbrio e trazer esse nível para 50% nos próximos três anos”, diz ele.

“Fizemos um piloto em Curitiba, e hoje todas as áreas da cidade contam com pelo menos uma agência do Sicoob. É o que queremos para os locais maiores.”

A tendência é que a expansão do setor ainda mantenha um ritmo acelerado nos próximos anos, afirma Vilares.

“Em muitas economias maduras, como na França, 60% dos ativos financeiros estão em cooperativas de crédito. Estamos próximos de 5% no Brasil. Ainda há muito espaço.”

O investimento planejado para 2018 é 12% superior ao do ano passado, de acordo com o executivo.

A maior parte do aporte, cerca de R$ 280 milhões, será aplicado em tecnologia, infraestrutura e novas plataformas, como aplicativos.

 

Déficit positivo

O déficit comercial do setor de eletroeletrônicos em janeiro foi de R$ 2,52 bilhões em janeiro, 15% maior do que o do mesmo mês de 2017, segundo a Abinee (associação da indústria do setor).

As importações de produtos do segmento cresceram 15,3% no mês e as exportações avançaram 16,8%.

“Os números indicam uma recuperação. É esperado o déficit subir na retomada porque muitos componentes usados na indústria não são fabricados no país”, afirma o presidente da entidade, Humberto Barbato.

A alta nas vendas para o exterior foi influenciada pelo crescimento de 90% na comercialização de produtos de informática. Os maiores mercados do Brasil no ramo são os países da América do Sul.

“A tendência é as empresas nacionais buscarem incrementar suas exportações na região por conta do crescimento ainda tímido da economia brasileira, mesmo com o alto custo logístico no país”, diz ele.

 

Hospitais próprios

O valor dos ativos dos planos de saúde, como imóveis e participação societária em hospitais, superou os R$ 15 bilhões em 2017, segundo a Abramge (associação que representa as operadoras).

O montante somava R$ 14,9 bilhões até setembro do ano passado. O aumento, em relação a 2016, era de 8,2%.

Com a retomada econômica e o crescimento do número de vidas seguradas, a tendência é que os investimentos sigam em alta, diz Marcos Novais, da entidade.

“A percepção é que haverá uma aceleração no interior, onde falta rede assistencial.”

Muitas empresas, porém, não deverão apostar na compra ou na construção de hospitais, segundo Solange Mendes, presidente da FenaSaúde (federação do setor).

“O foco das operadoras é reduzir custos. As que têm afinidade com o modelo de rede própria seguirão esse caminho, mas outras, como seguradoras, priorizam a negociação dos contratos com a rede credenciada.”

 

Luz acesa

O consumo de energia no mercado livre, em que clientes escolhem de quem comprar, cresceu em janeiro de 2018 em comparação com o mesmo mês de 2017, de acordo com comercializadoras.

O aumento registrado pela Comerc foi de 4,02% — o maior dos últimos doze meses.

“Pode-se dizer que o maior consumo está ligado a uma produção maior, o que demonstra uma recuperação econômica dessas indústrias”, diz o presidente, Cristopher Vlavianos.

O incremento no volume vendido pela Ecom foi de 15%, afirma Paulo Toledo, sócio-diretor.

“Por trabalharmos com contratos mais longos, podemos considerar que, em grande parte, temos os mesmos clientes comprando acima do volume de 2017”, diz.

O Grupo Delta também teve alta no período, influenciada pelo aumento de pontos. “A perspectiva para 2018 é manter o ritmo do volume transacionado”, diz Bruno Diniz, superintendente.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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