A cooperativa financeira Sicredi vai iniciar em maio a operação de seu banco digital, batizado de Woop. O investimento previsto em 2018 para o projeto é de R$ 105 milhões, segundo o presidente-executivo, João Tavares.
“Tínhamos uma lacuna, que era o modo como falar com o jovem que quer se relacionar com a cooperativa, mas no meio digital. É um projeto de cinco anos que prevê um aporte de R$ 700 milhões”, afirma Tavares.
Cerca de 11% dos associados têm de 18 a 25 anos.
Ao todo, o investimento projetado para 2018, que inclui gastos com tecnologia e abertura de agências, é de R$ 404 milhões. Um dos principais objetivos é reduzir custos, diz o executivo.
“O mercado hoje tem um nível de eficiência [o montante da receita comprometido com despesas administrativas] de 30% a 40%. O nosso está em 58%. Queremos alcançar 45%”, afirma.
“Vamos expandir a nossa presença física com um gasto mais baixo. Teremos uma base tecnológica que vai permitir mais pessoas dedicadas à relação com cooperados e menos com serviços que vão virar commodity.”
O plano é abrir algumas unidades sem caixas, por exemplo, mas com centro de atendimento a clientes.
O Sicredi planeja inaugurar 142 operações neste ano, a maior parte delas no estado de São Paulo, diz o executivo.
Raio-X
R$ 2,37 bilhões
foram as sobras financeiras em 2017, o equivalente ao lucro da cooperativa
20%
é a previsão de crescimento para 2018, mesmo patamar registrado em 2017
22,8 mil
são os funcionários da companhia
1.575
são as agências pelo país
3,7 milhões
é o número aproximado
de cooperados
R$ 77 bilhões
foi o valor total dos ativos sob gestão do Sicredi
Sistema com dados de empregados, eSocial tem início com alta adesão
A Receita contabilizou a adesão de 90% de empresas ao eSocial, plataforma que vai concentrar todas as informações sobre relações delas com os seus trabalhadores.
A implementação acontece em fases. Na primeira, que começou em janeiro, companhias cujo faturamento excede R$ 78 milhões precisam entrar no sistema.
Elas têm de enviar todos os dados de empregados até julho —metade das informações já foram completas.
A preocupação, no entanto, é com o momento em que empresas de menor porte começarão a ter que usar o sistema, diz Marcelo de Angelo, sócio da KPMG.
“O Brasil tem 8 milhões de empresas formais. As que faturam mais R$ de 78 milhões totalizam cerca de 15 mil empresas, um volume baixo.”
A Receita informa que trabalha para colocar no ar um suporte para auxiliar as menores, que terão que aderir no segundo semestre.
Crédito no varejo
A demanda por crédito do setor varejista junto ao atacado cresceu 2,38% em 2017, na comparação com o ano anterior, e a inadimplência do segmento caiu 9,4% no período, segundo o Serasa Experian.
Os resultados são vistos com otimismo pela entidade, uma vez que a procura por crédito do varejo chegou a cair 13,8% em 2016.
“A retomada das vendas, especialmente no fim do ano passado, influenciou a demanda por abastecimento e por financiamento e mostrou um setor mais aquecido”, diz o diretor de pessoa jurídica do birô, Marcelo Leal.
Apesar da queda na taxa de não pagamentos do comércio, a quantidade de atacadistas que o Serasa considera que tenham altíssimo risco de não poderem arcar com suas dívidas subiu de 24% em 2016 para 28% em 2017.
“O atacado ainda tem margens apertadas pela alta inadimplência que enfrentou durante a crise, mas as vendas neste primeiro trimestre foram excepcionalmente boas. Se continuarem assim, o risco cairá”, afirma.
Carga pesada
A Facchini, fabricante de implementos rodoviários como carretas, vai investir cerca de R$ 70 milhões em seu plano de expansão neste ano.
“A ideia é melhorar todo o processo de fabricação. Vamos comprar equipamento de corte a laser, por exemplo”, diz o diretor comercial, Leonardo Facchini.
A maior parte do montante deverá se concentrar em maquinário e no desenvolvimento de novos tipos de componentes para os reboques.
“Produzimos freios e eixos internamente e temos uma fábrica em Votuporanga (SP) só para esse tipo de produto”.
R$ 850 milhões
é o faturamento anual
4.800
é o número de funcionários
União... A Facchini e a Scania firmaram parceria para oferecer aos clientes da montadora a opção de comprar os produtos da marca de carretas por meio de consórcio. Há duas linhas de créditos disponíveis, que variam de R$ 80 mil a R$ 200 mil.
...rodoviária A ideia é uma alternativa ao empréstimo do BNDES, responsável por uma fatia decrescente dos financiamentos. O crédito subsidiado, que chegou a bancar 70% dos negócios da marca de implementos, hoje representa 20%.
Mudança O mexicano-canadense Antonio Vergara será o novo presidente da Roche Diagnóstica no Brasil a partir de abril. Ele substitui Christian Paetzke, que assumiu o comando da Roche Diagnóstica Alemanha, em janeiro.
Sangue novo Três em cada dez empresas familiares afirmam que contam com a participação das novas gerações nos negócios para trazer inovação, segundo a EY, que ouviu 580 empresas em 23 países, incluindo o Brasil.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas
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