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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Em meio a crise imobiliária no RJ, Tegra investe R$ 300 milhões em terrenos 

Maria Cristina Frias

A incorporadora Tegra (ex-Brookfield) vai investir R$ 300 milhões em terrenos para novos empreendimentos no Rio de Janeiro, diz o diretor-executivo, Marco Adnet.

A decisão foi tomada para aproveitar os preços dos ativos, menos valorizados que há quatro anos, e para lançar mais unidades em 2019.

Vista panorâmica da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro, com prédios em frente ao morro da Urca
Prédios à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro - Rafael Andrade/Folhapress

O valor de vendas previsto com todos os projetos inseridos na cidade em 2017 somou R$ 1,6 bilhão e foi o menor desde pelo menos 2006, segundo a Abemi-RJ (dos dirigentes de empresas do setor).

O segmento de médio e alto padrão foi o mais afetado pela crise econômica e de segurança no Rio, mas há sinais de melhora no início de 2018, afirma o executivo da Tegra.

“Tivemos nosso primeiro lançamento do ano no último fim de semana e vendemos  30% das unidades. No segundo semestre deveremos ter mais um projeto”, diz Adnet.

“O mercado [carioca] esboça uma reação nas vendas, elas cresceram 20% sobre o mesmo período de 2017.”

Uma melhora mais significativa do setor imobiliário, se ocorrer, deverá começar a ser sentida no fim de 2018 ou em 2019, diz Claudio Hermolin, presidente da Abemi-RJ.

“O Rio começou o ano com alguns movimentos de lançamentos, diferentemente de 2017, mas tudo ainda muito tímido perto do que já vimos no mercado”, afirma.

“Com o preço mais baixo dos imóveis, há sempre quem opte por mudar para um lugar melhor, mas o cenário como um todo ainda é muito ruim”, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-RJ (sindicato da habitação).

 

Ração mais cara

A alta nos preços de grãos, que pressionam o custo de produção do frango, e as restrições à exportação da carne à União Europeia, que aumentam o volume disponível no mercado interno, têm reduzido as margens dos produtores.

O milho teve a maior subida. A média de preço da saca foi R$ 28,65 em 2017, segundo a Agri Stats. Hoje, é R$ 41.

“O preço estava baixo graças à supersafra. Para este ano, os produtores plantaram menos, e a produção veio pequena, o que valorizou os grãos”, diz Geraldo Broering, gerente-geral da consultoria.

“A soja subiu 15% em 90 dias. Nosso custo foi a R$ 2,40 por quilo e teve a redução de exportações [restrição da venda de frango da BRF à UE]”, diz Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel (PR).

A cooperativa cortará em 10% a produção diária de aves, hoje de 230 mil, no semestre.

A estimativa é que os preços das commodities estabilizem com a safra do meio o ano.

 

Bacon em dobro

A Coopavel (cooperativa agroindustrial) vai investir cerca de R$ 100 milhões nas obras de ampliação do seu frigorífico de suínos, em Cascavel (PR), e na expansão do seu sistema de armazenagem de grãos.

Ao menos metade do montante será aplicado ainda neste ano.

“Vamos dobrar a capacidade de abate de porcos, de 1.500 para 3.000 cabeças por dia”, afirma o presidente, Dilvo Grolli.

A empresa pretende aumentar a participação de suínos na sua receita.

O carro-chefe hoje é a produção de grãos (soja, milho e trigo), que respondem por 25% do faturamento. Em seguida, vem a avicultura, que representa 20%.

“As obras de estocagem serão pulverizadas em diferentes cooperados”, diz Grolli. A Coopavel está presente em 17 cidades no Paraná.

R$ 2,1 BILHÕES
foi o faturamento em 2017

5.800
são os funcionários

 

Justiça decide disputa entre duas empresas de mineração

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinará nessa quarta-feira (21) o que acontece com uma disputa entre a empresa Ferro +, que quer fazer pesquisas ambientais em uma área da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

A Ferro + precisa realizar estudos para conseguir uma autorização da Agência Nacional de Mineração (antes conhecida como Departamento Nacional de Produção Mineral) para lavrar minério em Congonhas (MG).

Para isso, tem que ingressar em um terreno da CSN. 

Ela fez o pedido, que foi negado em 2013 —a empresa dona da área alega não ter recebido a identificação dos estudos a serem realizados em seu terreno, segundo documento dos advogados da Ferro +.

Ela, então, procurou a Justiça para obrigar a CSN a franquear a entrada e exploração ambiental e conseguiu uma vitória em primeira instância.

Posteriormente, essa decisão foi revertida. No STJ, a Ferro + busca uma volta à primeira decisão judicial.

Por lei, a CSN seria obrigada a permitir o acesso, mas diz que proibiu porque a Ferro + não cumpriu requisitos burocráticos no prazo, segundo pessoas ligadas à companhia.

Procuradas, as empresas não se pronunciaram.

 

Quantidade... A taxa de ocupação dos quartos de hotel cresceu 5,1% em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2016, segundo o Fohb (fórum que reúne as redes hoteleiras).

...e preço A região com maior aumento foi o Nordeste (8,3%), seguido por Sudeste (6,2%). O valor médio das diárias, no entanto, não acompanhou a alta, e ficou estável com variação de 0,1%.

Dívidas... A taxa de inadimplência de pessoas físicas deverá seguir em queda em março, segundo projeção do Ibevar (instituto de executivos do varejo). A média estimada é de 4,97%.

...em baixa Se concretizado, o número será 0,92 ponto percentual menor do que o registrado no mês em 2017 e 0,28 inferior ao dado de janeiro deste ano. A tendência a médio prazo também é de redução.

Classe alta Casas Bahia e Ponto Frio vão abrir mais lojas do segmento premium, com itens mais caros. O plano é ir, em 2018, das atuais 67 para cerca de 100. As próximas estarão em Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Sergipe.

Injeção... O Descomplica, empresa de ensino digital, recebeu um aporte de R$ 10 milhões de um grupo de fundos estrangeiros liderados pelo Endeavour Catalyst. Esse dinheiro é parte da quarta rodada de investimentos.

...de capital Com a capitalização, a startup contabiliza R$ 100 milhões desde 2012. Criada para ajudar estudantes a se preparar para o Enem, hoje atua também com reforço para o ensino superior e concurso público.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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