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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Por um triz, Belo Monte fica sem multa por apagão

A falha no fornecimento de energia ocorreu três dias antes do fim da carência

Maria Cristina Frias

Mesmo que o apagão que atingiu o Norte e Nordeste tenha sido causado por uma falha de um disjuntor em uma estação da Belo Monte Transmissora de Energia, a empresa ficará isenta de pagar multa à Aneel (agência do setor).

Em empreendimentos novos, há um tempo de isenção de penalização de seis meses, a contar da data de início da operação comercial. Nesse  intervalo, são feitos ajustes e testes, segundo a assessoria da companhia.

Usina hidrelétrica de Belo Monte. - Lalo de Almeida - 19.out.2016/Folhapress

“As instalações tiveram sua entrada em operação comercial no dia 12 de dezembro e, portanto, estamos em período de carência.”

Em 25 de setembro do ano passado, a Aneel alterou a regra e acabou com esse tempo de perdão. A mudança passará a valer depois de 180 dias da publicação no Diário Oficial. O apagão aconteceu três dias antes da data.

A pena às transmissoras cujo serviço é interrompido é calculada com base no valor pelo qual ela é remunerada.

Ela deixa de ganhar a receita proporcional ao tempo em que esteve sem funcionar.

Além disso, é aplicada  uma pena pecuniária, afirma Nivalde José de Castro, professor da UFRJ.

“Se for uma parada programada para manutenção, por exemplo, a transmissora deixará de receber o valor pelas horas sem serviço e ainda pagará 10 vezes o montante em multa. Já para interrupções não previstas, são 150 vezes.”

No caso de uma interrupção de cerca de cinco horas, como chegou a acontecer em algumas regiões, a soma poderia chegar a quase um mês de receita, segundo um executivo de outra empresa do mesmo segmento.

Pode haver ainda uma discussão administrativa sobre o pagamento, e outras transmissoras, cujos sistemas caíram por não terem suportado a carga, provavelmente enfrentarão penas, diz o executivo da concorrente.

 

Maior demanda de biodiesel vai afetar portos, diz consultoria

 

O aumento do percentual de biodiesel na mistura do diesel comercializado no Brasil deverá reduzir de 5% a 15% a demanda por armazenamento de combustíveis líquidos em portos brasileiros, segundo a consultoria Terrafirma.

Começou a valer no dia 1º de março uma decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que aumentou de 8% para 10% a proporção de óleo produzido a partir de biomassa no diesel comercializado no Brasil.

Isso deverá levar a uma reversão: do déficit de 9,8 milhões de metros cúbicos de diesel importados em 2017 para um superávit de 0,4 milhão em 2030, diz Julio Favarin, sócio-diretor da consultoria.

“Haverá um alívio para a infraestrutura portuária, que estava bastante estressada com importações desde a mudança da política de preços da Petrobras”, diz ele.

“Não se trata necessariamente de um movimento desejado, porque, no final, representará também perda de faturamento [para os terminais portuários].”

Entidades setoriais como a ABTL (Associação Brasileira de Terminais de Líquidos) e a ATP (Associação dos Terminais Privados) afirmam que ainda não há avaliações conclusivas sobre o impacto.

 

 

Subway descarta investir em expansão de lojas em 2018

Na contramão das redes  de fast food concorrentes, o Subway não vai investir em expansão de unidades no país neste ano. A empresa tem hoje 2.122 lojas no Brasil, todas em modelo de franquia.

“Já estamos em todos os estados. Nosso foco para 2018 é aumentar o número de vendas e o lucro de nossos pontos atuais”, afirma o diretor da companhia para a América Latina, Brian Marino.

A empresa não descarta abrir novas unidades, mas um eventual crescimento seria orgânico, diz o executivo.

Franqueadora com mais restaurantes no Brasil, o Subway poderá fechar ou realocar os pontos com desempenho considerado aquém do esperado pela matriz. A empresa não revela quantos locais seriam fechados.

“Essas decisões serão tomadas caso a caso”, diz Marino.

Raio-X

44 mil
são as lojas pelo mundo

113
é o número de países em que a rede opera

2.122
são as unidades no Brasil

12.000
é o total de funcionários no país

 

Cabo desenrolado

A fabricante de cabos Prysmian vai investir R$ 25 milhões para comprar equipamentos e aumentar sua fábrica em Sorocaba (SP).
A previsão é que a produção salte dos atuais 3 milhões de quilômetros de fibra para 4 milhões, diz o presidente para a América do Sul, Marcello del Brenna.
O principal objetivo é atender clientes nos setores de energia e telecomunicações, sobretudo os pequenos e médios provedores de internet banda larga, afirma.
“Na área de telecomunicações estamos com a capacidade instalada totalmente tomada.”

R$ 1,3 BILHÃO
é o faturamento estimado para 2017 pela Prysmian no Brasil

1.400
são os funcionários no país

 

SOS A NTU (associação das empresas de transporte urbano) enviou nesta quinta (22) uma carta à Presidência solicitando ajuda para o setor. Cerca de 30% das empresas têm dívida superior a 40% de sua receita, segundo a entidade.

Hermano A startup argentina Iguana Fix, plataforma que fornece serviços de manutenção e reparos, vai investir R$ 15 milhões para aumentar suas operações no país. O app funciona atualmente apenas em São Paulo.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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