Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto

Venda de pílulas anticoncepcionais no varejo cai, mas faturamento sobe

Mercado de contracepção oral tem sido afetado por movimentos que rejeitam seu uso

Maria Cristina Frias
Cartelas de pílulas anticoncepcionais em linha de produção na fábrica da Bayer, em São Paulo - Eduardo Knapp - 12.mar.10/Folhapress

A venda de contraceptivos hormonais no varejo caiu 1,7% no acumulado em 12 meses até fevereiro deste ano, segundo a consultoria Iqvia.

A redução ocorre há ao menos três anos. O volume de produtos comercializados foi de 164,6 milhões em 2015 para 157,4 milhões em 2017. 

Houve aumento, porém, porém, na receita obtida com a venda, de 1,83%. 

“O crescimento baixo era esperado porque o método já é responsável por mais de 90% do mercado. A receita sobe sobre uma base alta”, afirma Wilson Júnior, diretor da Libbs.

O laboratório projeta para 2018 uma alta de 2% para as vendas de contraceptivos orais, divisão que representa um terço dos seus negócios.

O mercado de anticoncepcionais orais também tem sido afetado pelos movimentos que rejeitam seu uso. “A cada certo tempo há ondas antipílula, às quais mostramos que o produto é seguro.”

Na contramão dos métodos orais, as vendas de DIUs (dispositivos intrauterinos), que representam 1,5% do segmento, subiram. O total de itens de cobre vendidos subiu 40%.

“O mercado é pequeno, mas cresce por conta de compras públicas e de planos médicos”, diz Elisabeth Slavick, da marca de DIUs Cepeó.

“Há crescimento anual de 20% nos últimos cinco anos”, diz Leonardo Mousinho, diretor de contracepção de longo prazo da Bayer, que faz DIUs hormonais. O produto custa até R$ 1.100 em farmácias.

Os resultados de preservativos no período aumentaram 4,7%, e o faturamento, 9,3%.

“Isso se deve às campanhas agressivas e à consolidação [com a compra de Olla e Jontex pela RB]”, diz Marcelo Hahn, CEO da Blau, dona de uma marca de camisinhas.

 

Balança coqueiro

A Obrigado, fabricante de bebidas à base de coco, vai aumentar sua área de produção em Conde (BA), segundo o CEO Global do grupo, Roberto Lessa.

“Teremos 524 hectares a mais no ano que vem, hoje são 6.600. Temos plantação em quase 30% disso, o restante é destinado à preservação ambiental.”

A empresa também vai lançar sucos funcionais com água de coco (com maior valor proteico ou energético, por exemplo) e intensificará as vendas fora do país. O aporte para os próximos 12 meses será de R$ 50 milhões.

“Nossa previsão é investir US$ 120 milhões (R$ 398 milhões) nos próximos três anos, tanto na nossa indústria, onde começaremos a produzir fertilizante, vapor e energia, como na nossa expansão internacional.”

O plano da Obrigado é fazer com que Estados Unidos, Canadá e Europa representem 75% do faturamento, sem diminuir o seu tamanho no Brasil, hoje responsável por 80% do negócio.

24 milhões
foi a produção de cocos da Obrigado em 2017

640
é o número de funcionários

 

Transporte de carros

A operadora logística Tegma, que faz a gestão de pátios e transporta veículos novos, vai investir ao menos R$ 40 milhões neste ano.

Metade desse valor será aplicado na compra de um terreno e nas obras para a construção de um pátio na região de Sorocaba (SP).

“Estamos na fase de definição do local, mas ele deverá começar a operar ainda neste ano”, afirma o diretor-executivo Gennaro Oddone.

O restante do recurso será destinado ao desenvolvimento de tecnologia de sistemas da empresa e na atualização de hardware.

Não está prevista a renovação da frota de caminhões da empresa, que tem 2.000 veículos. O último aporte do tipo foi de R$ 7 milhões, em 2017.

R$ 1,26 bilhão
foi a receita bruta no ano passado

R$ 103,8 milhões
foi o lucro líquido em 2017

2.000
é o total de funcionários

 

Ritmo positivo

A intenção de consumo das famílias cresceu 20,8% em março, na comparação com o mesmo período de 2017, segundo a FecomercioSP (federação do comércio).

A alta foi de 0,9% em relação ao mês anterior.

O índice chegou a 95,1 pontos na escala de 0 (sem intenção) a 200 (maior disposição de compra).

Números acima de 100 representam predomínio de otimismo. É o melhor resultado desde abril de 2015.

“A melhora na empregabilidade é um dos fatores com maior influência no indicador. O ritmo de alta está menor, mas tem se mantido”, diz Guilherme Dietze, economista da entidade.

Os entrevistados pela federação se mostraram mais satisfeitos com sua renda e seu emprego, mas mais céticos em relação ao nível de consumo atual.

 

Centro-oeste sacoleiro

O grupo Mega Moda vai investir R$ 160 milhões para construir seu segundo shopping atacadista de vestuário em Goiânia. A previsão é que o projeto de 800 lojas seja concluído em três anos.

A primeira parte do empreendimento, que demandará R$ 50 milhões, vai começar a operar em novembro, diz Carlos Luciano Martins Ribeiro, presidente da companhia.

“Goiás tem mais de 10 mil confecções e grande parte da produção é vendida pelo Brasil. Estamos no centro do país, do ponto de vista logístico é um privilégio”, diz Ribeiro.

“Trabalhamos em paralelo aos grandes centros atacadistas, como [os bairros] Brás e Bom Retiro, em São Paulo. Muitos clientes vêm para cá em vez de se deslocar até a capital paulista.”

O Mega Polo Moda, dono de um shopping atacadista de 400 lojas no Brás, também abrirá uma unidade em Goiânia no segundo semestre. Procurada, a empresa não quis comentar os planos.

 

Coco latino A Kero Coco, marca de água de coco da Pepsico, começou a exportar seus produtos para a América Latina. Colômbia, Costa Rica e Panamá foram os primeiros e começaram a receber os produtos no fim de 2017.

Educação... A rede de ensino Kumon prevê a abertura de 130 franquias até o fim deste ano, segundo o presidente no país, Masami Furuta. Foram 50 inaugurações até março. O valor de investimento varia de R$ 30 mil a R$ 50 mil.

...oriental Em 2017, entre fechamentos e aberturas, foram 30 unidades a mais e um crescimento de 3% no número de alunos. A empresa planeja fazer um investimento próprio de R$ 11 milhões neste ano, afirma o executivo japonês.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.