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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Dívida antiga da Eletrobras pode ser dobro da prevista

Passivo que estatal criou nas décadas de 1970 e 1980 é pelo menos o dobro do provisionado

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Em seu último balanço, a estatal reconheceu R$ 16,6 bilhões desse tipo de débito
Em seu último balanço, a estatal reconheceu R$ 16,6 bilhões desse tipo de débito - Ueslei Marcelino - 31.ago.17/Reuters

Escritórios de advocacia que defendem credores da Eletrobras calculam que o passivo com dívidas que a estatal criou nas décadas de 1970 e 1980 é pelo menos o dobro do que o valor provisionado pela empresa.

A companhia de energia inseria nas contas de luz de grandes consumidores um valor que representava um empréstimo para ela mesma, durante os anos 1970 e 1980.

Parte dessas dívidas foram vendidas, e há fundos que compraram esses títulos. O advogado de um deles calcula que haja cerca de R$ 35 bilhões espalhados. A principal discordância é sobre o cálculo dos juros.

No último balanço da estatal, foi reconhecido um total de R$ 16,6 bilhões.

“Só o meu escritório representa detentores de R$ 10,2 bilhões, e esse valor está em termos nominais e ainda precisa ser corrigido”, diz José Carlos Pereira, do Pereira e Pereira Associados.

A Eletrobras tem critérios para decidir quanto provisiona no seu balanço, segundo a empresa informa em nota.

Para causas que ela considera que terão desfecho negativo, ela inclui os valores.

Aquelas que ela mesma classifica como possíveis de serem vencidas na Justiça não têm provisões no balanço, mas são destacadas em notas explicativas no documento.

Finalmente, as que ela considera ter chance remota de perder só são citadas se a administração considerar que há algo para ser divulgado.

Há dois julgamentos em tramitação que podem ter um impacto relevante nessa conta, segundo a Eletrobras, e os valores deles ainda não apareceram nos balanços.


Novos códigos 

O número de bens a serem lançados comercialmente deverá ter uma alta neste ano.

A Associação Brasileira de Automação, que gerencia os códigos de barras impressos nas embalagens de produtos, notou alta de 13,2% nos pedidos de novas numerações.

A comparação é entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2017.

Pode ser que o produto para o qual foi pedido um novo código de barras não chegue a ser comercializado, mas ainda assim trata-se de um indicador antecedente, afirma Marina Pereira, diretora de pesquisas da entidade.

A renovação aponta para uma maior confiança das empresas, segundo ela.

“Alguns setores da economia têm um número pequeno de produtos, e, por isso, apresentam uma volatilidade alta. É o caso dos têxteis.”

Outros bens, no entanto, têm altas superiores às do ano passado, que já eram significativas, como as bebidas.



Fábrica no Interior

O Grupo Sabará, indústria química que atua em nutrição, beleza e energia, vai investir R$ 20 milhões em seu plano de expansão em 2018.

Os principais aportes serão aplicados na expansão da fábrica da companhia, em Santa Bárbara D’Oeste (SP).

Outra parte dos recursos será destinada ao desenvolvimento de novos produtos voltados à área de tratamento de água para indústrias, principal área de negócios da companhia.

No montante previsto para este ano ainda está a nacionalização da fabricação do clorito de sódio, usado para fazer compostos químicos para o tratamento de água.

A empresa tem crescido, em média, 11% ao ano em receita nos últimos anos, segundo o diretor financeiro, Wellington Rodgério. A projeção é superar essa taxa em 2018.

R$ 213 milhões
foi a receita bruta do grupo no ano passado


Elenco do exterior

 O Cast Group, que fornece serviços de tecnologia para empresas, vai transferir uma de suas fábricas, a de  Três Lagoas (MG), para Araraquara (SP), afirma o diretor-executivo, José Calazans da Rocha.

“Fizemos quatro compras no ano passado. É uma tarefa hercúlea integrar tudo isso. Neste ano, o nosso foco será essa consolidação.”

O investimento previsto para este ano é de R$ 25 milhões. O aporte inclui a abertura de dois escritórios, em Goiânia e em Porto Alegre.

“No segundo semestre, vamos começar a planejar a volta às compras, que será feita em 2019.”

“Estamos de olho em três segmentos principais: marketing digital, serviços na nuvem e segurança da informação, que é cada vez mais necessário”, afirma o executivo.

“Sempre priorizamos a atuação do grupo no país, mas, a partir do ano que vem, vamos olhar mais para o mercado externo. Inclusive na hora de sondar as empresas que planejamos adquirir.”

R$ 450 milhões
foi o faturamento do Cast Group no ano passado

2.500
são os funcionários da empresa


Mercado... A NovaProm, empresa da JBS, investiu R$ 9 milhões na criação de um  produto exclusivo para o mercado dos EUA. O ingrediente é  feito à base de carne e derme bovina e pode ser aplicado em embutidos e industrializados. 

...gringo A projeção da companhia é que, em 2018, a exportação do item supere as 50 toneladas. Para os próximos dois anos, o valor deverá chegar a duas mil toneladas, o que representaria um crescimento de 20% em receita.

Pesquisa Cerca de 2% das empresas conseguem impulsionar inovação e eficiência simultaneamente, aponta levantamento feito pela consultoria Boston Consulting Group  que avaliou crescimento e lucratividade de 2.500 marcas.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas  e Arthur Cagliari

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