Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto
Descrição de chapéu varejo

Avanço do varejo impulsiona seguros para compras a prazo

O ramo de prestamista, terceiro maior em valor, teve alta de 21% no 1º.tri

Maria Cristina Frias

A expansão no varejo, especialmente de vendas a prazo, impulsionou o crescimento dos seguros no primeiro trimestre. O ramo de prestamista, o terceiro maior em valor, teve alta de 21% no período, na comparação com 2017.

Os dados são da Susep (superintendência de seguros). O total de prêmios emitidos teve alta de 5%. 

A apólice é contratada para evitar risco de inadimplência no financiamento por morte, invalidez e desemprego de tomadores de empréstimos em compras a prestações.

Supermercado em Porto Velho (RO) - Avener Prado - 28.out.15/Folhapress

“A expansão acontece pela alta de crédito para compras diversas, como carro, televisão, geladeira”, diz Marcio Coriolano, presidente da CNSeg (Confederação das Seguradoras).

O ramo já teve desempenho positivo em 2017 na mesma dimensão, afirma.

Vendas do seguro são tradicionalmente atreladas ao mercado imobiliário, mas, nos últimos anos, é um conjunto amplo de bens que puxam a alta, diz Bruno Kelly, da Escola Nacional de Seguros.

“Todas as grandes redes de linha branca e móveis colocam uma apólice como contrapartida em suas vendas a prazo. Com a queda das taxas básicas de juros, houve um incentivo ao parcelamento.”

Outros ramos com altas foram os de residências (cerca de 10%) e empresarial (5,2%).

Isso se deve à divulgação e melhora da economia, diz Patricia Siequeroli, superintendente de massificados do BB ​Mapfre. “O empresarial é voltado a negócios de pequeno porte, e uma retomada do consumo influencia o desempenho.”

 

Em recuperação, antiga Manguinhos quer aporte para manter operação

Em recuperação judicial, com dívidas tributárias e envolvida em processos, a Refinaria de Manguinhos, hoje chamada Refit, planeja investir R$ 300 milhões para viabilizar a continuidade de seu negócio.

O aporte será feito para diversificar a produção em sua planta no Rio, diz o presidente do grupo, Cristiano Moreira, que está em Houston, nos Estados Unidos, para conversar com possíveis investidores.

“Trocaremos o montante por um contrato de fornecimento de matéria-prima”, diz ele.

“Não conseguiríamos financiamento no mercado financeiro devido à recuperação judicial e às questões tributárias.”

As conversas estão em estágio inicial, mas a companhia considera a modernização da planta crucial para mantê-la em funcionamento.

Com um patrimônio líquido negativo em torno de R$ 2,3 bilhões e quase R$ 2,8 bilhões de dívida segundo os dados mais recentes, que vão até o terceiro trimestre de 2017, a refinaria busca entrar em segmentos como o de diesel e naftas.

“A partir daí, mudaremos nossa produção, hoje focada em gasolina, muito sensível a preço e voltada para um mercado dominado pela Petrobras”, diz Moreira.

“Não enxergo hoje a possibilidade de não executarmos [o plano de investimento]. Mais cedo ou mais tarde terá que acontecer. O modelo de negócio para o futuro é esse.”

Refit - Refinaria de Petróleo
R$ 1,7 bilhão
foi o faturamento em 2017, segundo a companhia

400
são os funcionários

R$ 2,3 bilhões
era o patrimônio líquido negativo no 3º tri.17

 

Chega de caipirinha

A multinacional francesa de bebidas Pernod Ricard planeja adicionar mais uma marca brasileira a seu portfólio, segundo Thibault Cuny, presidente do grupo no país.

A companhia, dona da vodca Absolut e dos uísques Chivas e Ballantines, ainda prospecta, mas tem uma certeza: não será cachaça.

“Já temos um produto nesta categoria e estamos felizes, mas é um mercado complicado. Há muitos atores e os grandes estão sofrendo muito. Ano após ano, o consumo migra para vodca e uísque”, afirma.

“Temos olhado marcas pequenas, como gins locais, que podem ser interessantes tanto para o mercado interno como para exportação”.

 

Bom para quem aluga

O valor médio dos aluguéis em São Paulo caiu 1% no acumulado de 12 meses até abril, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação). É a quarta baixa seguida do índice, mensurado mensalmente.

“O momento ainda é bom para o locatário e, na nossa percepção do mercado, deve permanecer assim pelos próximos meses. Há muita oferta e a tendência é de negociação de preços”, afirma Mark Turnbull, diretor de locação da entidade.

Os imóveis com maior retração de preços são os de dois dormitórios, seguidos pelos de um quarto.

Os de três tiveram reajuste de 0,15% nos valores no período.

“Há gente que morava sozinha e passou a dividir um imóvel maior para economizar.”

 

Otimismo... A maioria dos donos de restaurante (54,5%) acreditam que o limite de cobrança de até 0,5% de taxa permitido a operadores de cartão de débito deverá alavancar a alta do setor em 2018.

...na mesa A medida entra em vigor em outubro. O segmento deverá crescer 5% no ano, segundo projeção da ANR (associação dos restaurantes), entidade que realizou a pesquisa.

Gelada A receita com venda de sorvetes no Brasil teve queda de 4% em 2017, mas deve acabar este ano com alta de 3%, segundo a consultoria britânica de inteligência de mercado Mintel.

Franquia O Escape 60, de salas de jogos de suspense, abrirá uma unidade em Santiago. A empresa tem 10 lojas no Brasil e planeja abrir mais cinco em 2018. Cada uma demanda aporte de R$ 730 mil.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.