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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Call centers, TI, máquinas e mais 17 setores devem ficar de fora de reoneração

A Fazenda ainda não tem uma projeção de qual seria o impacto da proposta na Previdência

Maria Cristina Frias
São Paulo
Funcionários em call center em São Paulo
Funcionários em call center em São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

Os setores de call centers, tecnologia da informação, têxtil, calçadista, couro, transporte de cargas e máquinas e equipamentos deverão permanecer com a desoneração da folha de pagamentos.

Esses são os principais, diz o relator da medida no Congresso, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), mas serão 20 os contemplados no total.

O deputado enviou ao Ministério da Fazenda uma minuta com a lista que ele entende que precisa manter no regime de tributação.

A pasta pretendia reduzir para três os segmentos beneficiados. Hoje, são 56.

O ministério, no entanto, já considera que terá de excluir da mudança um número próximo ao que o relator incluiu na minuta.

A política de desoneração teve início em 2011. Os setores autorizados podem deixar de pagar a contribuição à Previdência de 20% sobre a folha de pagamentos e recolher de 1% a 4,5% do faturamento.

A Fazenda ainda não recebeu da Receita Federal uma projeção de qual seria o efeito da exclusão desses 20 setores da reoneração no caixa da Previdência, apurou a coluna.

O Tesouro gastou R$ 16 bilhões para compensar a queda de arrecadação em 2017.

O governo estudou diversas maneiras de como fazer para voltar a cobrar a contribuição sobre a folha de pagamentos. 

Já pensou em incluir dez setores a cada ano, a começar com os que empregam pouca gente para terminar com os intensivos em mão de obra.

O deputado Silva afirma ter usado em sua minuta os critérios de forte competição externa, possibilidade de realocação para outro país (data centers, por exemplo) e intensidade do uso de mão de obra.

 

Timing dos pontos

A marca de moda masculina Aramis planeja chegar a 90 lojas até o fim deste ano, sendo 47 próprias.
Hoje, já em todos os Estados, são 79 unidades —a rede inaugura nesta quarta-feira (16) uma loja em Brasília, onde abriu outra unidade na semana passada.

Entre pontos de vendas e tecnologia, o investimento previsto para este ano será de R$ 12 milhões. Em 2017, foram seis lojas novas próprias e oito franquias.

Em 2014, a empresa vendeu 47,8% do capital ao 2B Capital, gestora de private equity do Bradesco. De lá para cá, somaram quase 50 novas lojas.

“O desafio da expansão é ponto certo e time. Estivemos em pontos médios para aprender a disciplina [dessa escolha]”, afirma Richard Stad, CEO da empresa. 

“Compramos pontos bons, bem negociados. Às vezes, esperamos um ano para conseguir no lugar que queremos.”

Cerca de 30% dos artigos da Aramis são importados. O restante é confeccionado em São Paulo, Sul e Nordeste.

“A marca desenha tudo, mas não fabrica nada”, diz Stad. 

A expectativa da empresa é fechar 2018 com faturamento de R$ 294 milhões.

Além das lojas, a companhia tem também 700 pontos multimarcas.

R$ 252 milhões
foi o faturamento da Aramis em 2017

673
são os funcionários nas lojas e escritórios da marca

 

Indústria ainda analógica

Apenas 10% das indústrias globais de manufatura têm tecnologia de ponta em suas operações, segundo estudo da PwC em 26 países, inclusive o Brasil.

As companhias da Ásia são as mais avançadas no quesito: 19% delas são consideradas “campeãs digitais” e adotam ferramentas de inteligência artificial, robótica avançada ou internet das coisas em seus processos.

No Brasil, 6% das empresas estão nesse estágio, média maior que a da América Latina (9%), mas inferior à de México (17%) e EUA (25%).

“Cerca de 72% das atividades de manufatura podem ser digitalizadas, segundo os executivos brasileiros, ainda há muito espaço para inovar”, diz Sérgio Alexandre, chefe da consultoria.

As indústrias automotiva e eletrônica são as que mais inovam globalmente. Cerca de 20% e 14% delas, respectivamente, usam alta tecnologia de maneira sistemática.

 

Greve da Receita levará espera em aeroportos a 70 dias, diz sindicato

A greve de auditores da Receita Federal, iniciada na última segunda-feira (14), deverá elevar o tempo de liberação de mercadorias nos aeroportos para até 70 dias, segundo o Sindasp (sindicato dos despachantes aduaneiros).

A entidade impetrou um mandado de segurança para evitar que as importadoras sejam afetadas, mas teve o pedido negado.

Só no aeroporto de Cumbica, onde hoje o prazo é de 45 dias, há cerca de 500 despachos de importação que aguardam análise, e a fila deverá aumentar, afirma Marcos Farneze, presidente da entidade.

Os fiscais da Receita já não têm trabalhado às terças, quartas e quintas desde novembro.

A principal reivindicação é a regulamentação do pagamento de bônus por produtividade, indefinida desde julho de 2017, diz Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco (sindicato da categoria).

“Nas aduanas, teremos 30% do contingente de fiscais em ação. Haverá um controle mais rígido das mercadorias, e, portanto, um atraso nas liberações, com exceção de medicamentos e perecíveis.”

 

Centro Pequenas empresas da cidade de São Paulo tiveram alta de receita de 19% em março deste ano, na comparação com 2017. Foi maior que as da região metropolitana e do interior, segundo o Sebrae-SP.

Sentimentos A confiança dos comerciantes de São Paulo teve alta de 2,3%, aponta a Fecap. O levantamento, no entanto, notou uma piora da expectativa sobre o futuro em 3,5%.

Supermercados A rede carioca Mundial comprou terrenos e vai inaugurar duas unidades, no Rio e em Niterói (RJ), até o primeiro bimestre de 2019.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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