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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Térmicas a gás paradas por impasse em abastecimento buscam saída em MP

Usinas devem ter fornecimento com combustível mais barato cortado

Maria Cristina Frias

A Medida Provisória 814 do setor elétrico foi modificada no Congresso para incluir um artigo que institui subsídio a três usinas termelétricas que deixaram de ser abastecidas com gás natural mais barato pela Petrobras.

As usinas ficam em Pernambuco, Rio e Ceará e pertencem, respectivamente, a Enel, Neoenergia e EDF.
A Térmica Fortaleza não está em operação por ter tido o seu suprimento de gás suspenso pela Petrobras.

As usinas foram construídas com incentivos de um programa do governo do ano de 2000, que garantia o abastecimento por vinte anos por um valor definido.

O artigo incluído na MP determina que o subsídio às térmicas virá da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).

Esse é um fundo setorial cobrado de todos os clientes de energia. 

Como a CDE não tem recursos suficientes, caso a mudança se concretize, haverá aumento na tarifa do consumidor final. 

Há cálculos de que esse impacto seria de 1,5% ao ano na tarifa nacional. 
Com essas térmicas paradas, é preciso usar fontes mais custosas, disparar as térmicas a diesel, combustível com preço superior ao do gás, afirma Claudio Sales, do Instituto Acende Brasil. 

No fim, a conta ficará mais cara, conclui Sales, que, no entanto, se diz favorável aos termos da MP.
“Reconheço que é difícil entender um novo encargo.”

Para as usinas, se não houver subsídio, faz sentido paralisar o funcionamento e cobrar indenização da União com a alegação de que há uma portaria que determina o fornecimento de gás, diz o diretor-executivo de uma empresa que controla uma delas.

“O custo de entregar energia envolve também a infraestrutura, e para essas usinas, a logística já existe. Desativá-las do sistema seria muito ruim”, afirma Xisto Vieira Filho, presidente da Abraget (associação de térmicas).

A entidade enviou uma carta ao Ministério da Fazenda para dar apoio ao artigo da MP.

 

A Fast Channel, dos mesmos acionistas da Fast Shop (rede de lojas de eletrodomésticos), diversificou suas vendas na plataforma digital para crescer no segmento B2B (comercialização de empresa para empresa). 

 Hoje, além dos eletrodomésticos, que já comercializava há oito anos online, a companhia vende para diferentes clientes, artigos tão variados quanto pneus, uniformes, aço e pedras preciosas, relata Giulio Salomone, CEO da Fast Channel.

 “O ecommerce, de empresa para o consumidor final está muito desenvolvido no Brasil, mas no B2B ainda há muito espaço”, afirma Salomone.

 Para comprar na plataforma precisa ser uma pessoa jurídica. Conforme a quantidade, o preço pode ser mais competitivo, conforme a negociação online, diz.

 A logística é feita pelo próprio fabricante, e não pela Fast Channel, que se encarrega da gestão, da estratégia  e do marketing das vendas.

 Entre os novos clientes, estão a Goodyear, a ArcelorMittal, Santanense Tecidos, e a Dickies (uniformes).

 Desde que decidiu ampliar a variedade de produtos comercializados, há seis meses, a empresa cresceu 45%. 

 A expectativa é que o faturamento atinja cerca de R$ 100 milhões, segundo o executivo.

 

 

LOGÍSTICA A ÁLCOOL

A Wine, empresa que faz comércio digital de vinhos, comprou a Bodegas, distribuidora de bebidas com quatro lojas. A intenção da marca com a aquisição é iniciar uma rede de pontos comerciais fixos.

“Vamos abrir ao menos mais seis unidades no segundo semestre. Também vamos fazer mais aquisições. Temos conversas com três empresas”, diz o CEO, Rogério Salume.

São Paulo, Belo Horizonte e Vitória devem receber unidades da rede. A projeção da Wine para este ano é de crescimento superior a 10% em receita.

R$ 400 milhões
foi o faturamento em 2017

480
são os funcionários

 

EXAME DE ADMISSÃO

A RHMed, uma prestadora de serviços para prevenção de acidentes de trabalho, vai investir R$ 50 milhões para crescer organicamente e adquirir outras empresas do segmento, segundo o diretor-presidente Anton Martin.


O foco hoje são exames de admissão e demissão de empregados. As aquisições devem ser em negócios parecidos, mas não idênticos ao atual. 

“Atividades complementares, como atendimento médico, são uma vertente em estudo em que devemos investir.”

A empresa pretende também concentrar sua atenção em São Paulo, onde, afirma Martin, a retomada da economia deverá ser mais rápida que em outras praças.

“Mais de metade dos novos contratos firmados no ano passado forma em São Paulo”, afirma o executivo da empresa, cuja sede é no Rio.

430
é o número de funcionários

500 mil
é o número de vidas atendidas

 

VAGAS... O aumento nas vendas de carros novos no ano passado e neste impulsionou a demanda por profissionais qualificados do setor automotivo em cerca de 30%, segundo a consultoria de contratação Robert Half.


...AUTOMOTIVAS As áreas de gerência de projetos, de manufatura, de controladoria e de vendas técnicas estão entre as ocupações que registraram maior procura de acordo com o levantamento mais recente da empresa.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Arthur Cagliari

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