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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Estados perdem fatia, mas devem ter alta de arrecadação de royalties da mineração

Nos primeiros cinco meses deste ano, a arrecadação cresceu 42%

Maria Cristina Frias

Os governos dos estados deverão terminar o ano com alta das receitas de royalties de mineração, mesmo com dois decretos que diminuíram a fatia deles de 23% para 18%, assinados pelo presidente Michel Temer no dia 12 de junho.

“A redução da participação dos estados é compensada pelo aumento da base de cálculo e das alíquotas”, diz Valdir Farias, diretor-executivo da consultoria Fioito, especializada nesse setor.

Minério de Ferro em Carajás (PA) - Danilo Verpa - 21.jul.16/Folhapress

As empresas mineradoras podiam, até 2017, subtrair alguns custos, como o de transportes, impostos e pagamento do prêmio de seguro do total sob o qual incidiam o valor dos royalties. Esses desembolsos, agora, estão fora da conta.

Nos primeiros cinco meses deste ano, a alta da arrecadação foi de 42%, na comparação com o ano passado. A soma ultrapassa R$ 1 bilhão.

O valor subiu muito para ferro e ouro —os custos de transporte e seguro deste último são especialmente altos— segundo Cínthia Rodrigues, gerente de pesquisa do Ibram (associação do setor).

O dinheiro passará a ser dividido por mais entes —além da cidade de origem do minério, do estado e da União, também receberão municípios por onde o material é transportado.

“Como o bolo total dos royalties aumentou, todo mundo [municípios, estados e União] ganha”, diz Rodrigues.

O dólar mais valorizado e a cotação das commodities também são fatores que fazem a soma recebida aumentar, segundo Farias.

 

Muita sede, pouca água

A prestadora de serviços de água e esgoto BRK Ambiental (ex-Odebrecht Ambiental) terá como foco, nos próximos quatro anos, a compra de concorrentes e novas parcerias público-privadas, diz a presidente, Teresa Vernaglia.

A companhia, comprada pela gestora canadense Brookfield em abril de 2017, monitora municípios que poderão se transformar em uma PPP ou concessão, o que aumentaria em 20 milhões o número de pessoas atendidas.

Não há, porém, oportunidades concretas neste momento.

“As eleições afetam muito as licitações. Não deveremos ter, nem em 2018, nem em 2019, um ‘boom’ de novos projetos. Se surgirem oportunidades, estaremos em todas”, afirma.

Além das restrições por causa da disputa eleitoral, a crise econômica e dificuldades regulatórias travam maiores investimentos no setor, diz ela.

“A previsão é nos tornarmos uma empresa de R$ 4 bilhões até 2022 sem considerar novos ativos, mas nosso mandato não foi desenhado para ficar só no que temos hoje.”

R$ 2,1 bilhões
foi o faturamento em 2017

15 milhões
são as pessoas atendidas hoje em 12 estados do país

 

Bolão executivo

Rubens Menin Teixeira de Souza
presidente do conselho de administração da MRV

Rubens Menin Teixeira de Souza - Alexandre Rezende - 8.mai.15/Folhapress

Rubens Menin, sócio e presidente do conselho de administração da incorporadora MRV, aposta em um 2 a 1 para o Brasil no jogo contra a Sérvia, nesta quarta (27).

O empresário do setor da construção civil não tem certeza de como será a final da Copa do Mundo. 

“Brasil e França. Ou será contra a Bélgica?”, se pergunta. De qualquer forma, crava 3 a 1 “para nós”, afirma Menin.

Para ele, o Mundial ainda não tumultuou os negócios.

“O que pegou pesado foi a greve dos caminhoneiros”, afirma o executivo.

Ficha técnica

País: Brasil
PIB: R$ 1,7 tri*
Inflação em 2017: 2,95%
Desemprego no 1º tri.:18 11,8%
Balança Comercial: R$ 67 bi
 *em 2017


Pablo Vargas
CEO do Grupo Britt

Executivo Pablo Vargas, CEO do Grupo Britt
Pablo Vargas, CEO do Grupo Britt, na Unido General Conference in Lima, Lima, 4 December 2013. - Divulgação

Pablo Vargas, CEO do Grupo Britt, de cafés e lojas de aeroportos, aposta em um apertado 1 a 1 no jogo da Suíça contra seu país, a Costa Rica.

A final deverá ser entre Brasil e Bélgica, com vitória dos brasileiros, diz o empresário.

O grupo costa-riquenho tem vendas líquidas de US$ 165 milhões (R$ 627 milhões), 2.000 empregados e operações em 12 países, inclusive no Brasil.

“O Mundial é neutro para o nosso negócio, exceto pela Costa Rica, onde fizemos uma loja temporária voltada para a Copa. Nossas vendas no Galeão do Rio melhoram conforme a economia se recupera.”

Ficha ténica

País: Costa Rica
PIB: R$ 221,7 bi*
Desemprego no 1º tri.: 10,26%
Inflação em 2017: 2,57%
 *em 2017, no câmbio atual

 

Menos movimento

A demanda do consumidor brasileiro por crédito caiu 3,6% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Boa Vista SCPC. A queda é de 2,1% na comparação mensal dessazonalizada.

“A greve dos caminhoneiros teve forte influência no indicador, que vinha numa tendência linear de lenta subida. O mercado ficou paralisado por uma semana”, diz Flávio Calife, economista do birô.

“Estimamos novas altas a partir de junho, mas em ritmo menor que o do primeiro semestre por conta do cenário eleitoral instável e da menor confiança do consumidor.”

O indicador é calculado a partir do volume de consultas de empresas à situação de crédito de seus clientes.

 

Laje A Informov, de engenharia, investirá R$ 15 milhões em um novo espaço e em uma identidade visual.

Fala O Instituto Mindset, de idiomas, aportará R$ 9 milhões em novos prédios.

Greve O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo prevê aumento de 8% nos preços dos produtos devido ao tabelamento do frete.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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