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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Família Bueno nega venda de hospitais de ex-donos da Amil

Maria Cristina Frias
São Paulo
Aparelho de ressonância magnética em hospital
Além das marcas de exames laboratoriais, grupo também possui empresas de outras áreas, como uma distribuidora de material e medicamento hospitalar - Getty Images/BBC

“Não temos interesse em vender os hospitais agora”, diz Pedro de Godoy Bueno, presidente e acionista do grupo Dasa, uma das maiores empresas de medicina diagnóstica do país, que possui a Ímpar (de instituições hospitalares).

Depois da transferência de cerca de 90% de participação da família Godoy Bueno da Amil para a UnitedHealth, o mercado especulava a venda de ao menos cinco dos hospitais, estimados em cerca de R$ 8 blhões, que permaneceram com a família. Entre as instituições estariam o 9 de Julho e o Santa Paula, ambos de São Paulo; São Lucas, do Rio de Janeiro, Complexo Hospitalar de Niterói, além de Hospital e Maternidade de Brasília.

“Já se comentou que temos mais hospitais, mas temos seis e um sétimo em construção, que deverá inaugurar no final de 2019 em Brasília.”

Localizado na cidade-satélite da capital, terá foco no público de classe média alta e será o terceiro em Brasília do grupo. São todos hospitais gerais, exceto o Santa Paula, que tem uma torre adicional de oncologia.

Na Ímpar, Dulce Pugliese é a presidente do conselho, no qual Pedro Bueno atua como conselheiro.

“Não fazemos empresa para vender e a Ímpar não está à venda. O ano passado foi um ano muito difícil com o falecimento do meu pai, mas chegamos a um consenso que todas as empresas têm projetos interessantes com criação de valor muito grande. Não é pelo dinheiro, é pelo projeto e esses ativos juntos têm valor estratégico”, afirma.

“Como vamos continuar no setor, vale a pena ter todos esses braços em diferentes segmentos. As empresas vão continuar independentes, mas podemos usar os dados entre elas, por exemplo.”

Filho de Edson de Godoy Bueno, fundador e antigo controlador da Amil, falecido em fevereiro de 2017, Pedro foi o escolhido para seguir no comando da Dasa, onde trabalhava havia dois anos. Além dele, Edson teve Camila Grossi, do seu primeiro casamento com Dulce, que foi sua sócia desde o início. Pedro, filho da segunda esposa do empresário, tem também a DNA (gestora de investimento com outros sócios, que investe fundos da família).

Na Dasa, os Godoy Bueno eram minoritários, com 24,5% e há cerca de cinco anos e adquiriram o controle da empresa. “A DNA estruturou a OPA (oferta pública de aquisição), quando compramos 50% da companhia, depois fizemos um outro lançamento de ações e hoje tem quase 99% da companhia. Aí pudemos fazer uma série de mudanças. A empresa tinha um ótimo potencial, mas estava andando de lado, e até um pouco em declínio nesses últimos anos.”

Para Pedro Bueno, o ideal é uma empresa com controlador. “’Corporation’ funciona melhor nos Estados Unidos, há casos de sucesso, mas numa empresa de dono, você consegue fazer as coisas acontecerem muito mais rapidamente”, diz.

Além de Dasa e Ímpar [dona dos hospitais], a família possui outras 30 empresas, entre elas a Mafra, distribuidora de material hospitalar, que comprou por R$ 500 milhões, em novembro do ano passado a Cremer, fabricante de descartáveis para a área da saúde, uma companhia listada que os tornou líderes nesse segmento também.

“Somos um grupo de dono, com pouquíssimos acionistas, Dulce, eu e Camila, com um alinhamento fantástico e tomada de decisão super ágil entre nós. Pensamos no longo prazo e não somos de comprar para vender empresa.”

Raio-X
Grupo Dasa

R$ 1,03 bilhão
foi a receita operacional bruta do grupo no primeiro trimestre de 2018

R$ 221,6 milhões
foi o Ebitda no mesmo período

R$ 70,6 milhões
foi o total investido nos três primeiros meses deste ano

700
é o número aproximado de unidades das 30 marcas do grupo

 

Bolão executivo
Miguel Setas, presidente do grupo EDP no Brasil

Retrato de Miguel Setas, presidente do grupo português de energia EDP
Miguel Setas, presidente do grupo português de energia EDP - Zanone Fraissat - 29.jun.16/Folhapress

Contra o Irã, Portugal deve ganhar de 2 a 0, nesta segunda (25), diz Miguel Setas, presidente do grupo de energia EDP no Brasil.

“Cristiano Ronaldo está em ótima forma física e em um excelente momento. É muito provável que marque no próximo jogo”, afirma.

Para Setas, a Copa tem um impacto positivo nos negócios de empresas lusitanas.

“O desempenho de Portugal e, em especial, a personalidade de Cristiano, contribuem para reforçar a boa imagem do meu País aqui. O Brasil está descobrindo um Portugal moderno e competitivo”, diz.

“Durante o torneio, há sobrecarga na demanda de energia, principalmente em jogos do Brasil. A EDP adotou medidas, como inspeções da rede, podas e modernização de equipamentos para evitar interrupções”, afirma.

“A passagem da seleção portuguesa pela Copa tem tido como marca a excelência e o trabalho árduo, principalmente do técnico Fernando Santos. Que venham mais vitórias de Portugal!”

Quanto a quem leva a taça, o palpite é mais difícil. Dividido, o executivo português não quis definir um placar. “Ainda é cedo para comentar a final, mas gostaria que Portugal fosse um dos classificados”, acrescentou Setas, que diz não ter preferência entre os dois países.

Ficha técnica

País: Portugal
PIB: R$ 790,9 bilhões*
Inflação em 2017: 1,4%
Desemprego no 1º tri.18:  7,9%
Principais exportações para o Brasil em 2017: Azeite de oliva, óleos de petróleo refinados
Principais importados do Brasil em 2017: Óleos brutos de petróleo, minério de ferro

*em 2017, na cotação atual

 

Número de vidas dos planos de saúde volta a subir em abril

Depois de passar três anos em queda, o número de beneficiários de planos de saúde voltou a subir, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

Houve alta de 0,1% no total de vidas em abril, uma variação benéfica para o setor, mas distante de qualquer retomada acelerada, diz Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo da entidade.

“Uma melhora acima de 1% depende de mais emprego e renda. Só deverá acontecer ao menos 12 meses após a disputa [eleitoral].”

“Reconhecemos que há uma evolução, mas é algo irrelevante perto das perdas dos anos anteriores. Ainda não consigo enxergar um ponto de virada [para o setor]”, diz Alexandre Ruschi, presidente da Central Nacional Unimed.

“A oscilação positiva é um ótimo indicador, passaremos a ver um crescimento sustentável”, afirma Solange Mendes, presidente da FenaSaúde (federação do setor), que projeta 700 mil novas vidas em 2018.

O aumento está restrito aos planos contratados por empresas. Na modalidade individual, o número de novos vínculos caiu 1,5% nos 12 meses até abril.

 

Abertura... O volume levantado em ofertas públicas iniciais na América Latina subiu 88% no primeiro semestre deste ano, segundo o escritório de advocacia Baker &McKenzie.

...latino-americana A captação foi de US$ 4,2 bilhões (R$ 15,9 bilhões). A tendência, porém, é que o mercado brasileiro fique em compasso de espera até 2019, diz Lara Schwartzmann, sócia do Trench Rossi Watanabe.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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