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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Participação de São Paulo no Bolsa Família é a que mais aumenta no país

O programa completa quinze anos em 2018

Maria Cristina Frias

 

Mãos de crianças seguram cartão do bolsa família em primeiro plano; ao fundo, mãe observa
A dona de casa Edja da Silva Chagas e suas filhas mostram cartão do Bolsa Família em Ribeirão Preto (SP) - Edson Silva - 12.set.2013/Folhapress

São Paulo passou a receber uma fatia maior dos recursos do Bolsa Família nos dois últimos anos —em 2016, 9,2% dos recursos eram destinados ao estado, e em 2018, são 9,8%.

Trata-se do maior ganho percentual no período.

Os municípios do estado tradicionalmente ficavam aquém do número de beneficiados que poderiam incluir, diz Marcelo Neri, professor da FGV.

“São Paulo e Rio de Janeiro eram os estados onde havia mais discrepância entre taxa de pobreza e proporção de contemplados, e os números de 2016 para cá podem ser uma correção de desvio.”

O número de famílias que recebem a bolsa é calculado pelo nível de pobreza em cada município. Os gestores locais cadastram os candidatos que têm perfil de beneficiados.

O passo seguinte da concessão é do governo federal, que analisa os dados e decide quem será atendido.

Houve um esforço em São Paulo nos últimos dois anos para incluir famílias, diz o sociólogo Antonio Ibarra, consultor do Ministério do Desenvolvimento Social.

“Como a revisão aconteceu durante a crise, os pagamentos foram maiores, porque são calculados com base na distância do orçamento familiar da linha de pobreza.”

Pelo tamanho da população, o número de pessoas que têm perda de receita é, em valores absolutos, mais alto que em outros estados, segundo Eduardo Fagnani, professor de economia da Unicamp.

 

Torcida brasileira de sofá

Brasileiros que assistirem à Copa em suas casas gastarão menos do que a maioria de seus rivais sulamericanos, segundo a ECA International.

A consultoria comparou quanto custa comprar cervejas, amendoim e sanduíches em cada um dos 32 países classificados para o Mundial. 

No Brasil o preço é de cerca de R$ 100, menos que na  Argentina (R$ 113) e no Uruguai (R$ 132), por exemplo.

 

 

Com a cabeça no teto

O laboratório farmacêutico Cimed vai investir R$ 140 milhões para construir sua segunda fábrica. A planta ficará em um terreno ao lado da atual, no município de Pouso Alegre (MG).

As obras deverão ser iniciadas em setembro e o funcionamento começará em 2020, afirma João Adibe, presidente da companhia.

“Estamos com a capacidade produtiva praticamente tomada e, pelo nosso ritmo atual de crescimento, decidimos que seria necessário assumir uma nova operação”, diz ele.

“Tivemos uma expansão de 23% [em receita] em 2017 e a previsão para este ano, que até o momento está sendo cumprida, é de 25% a 30%.”

A nova unidade fabricará apenas medicamentos, área que representa 80% do faturamento do grupo. Suplementos e vitaminas compõem os outros 20%.

O foco serão comprimidos, drágeas e efervescentes para cerca de 15 classes terapêuticas, como antibióticos e anti-hipertensivos.

R$ 1 bilhão
foi o faturamento aproximado em 2017

3.000
são os funcionários na planta

 

Frete sob consulta

A tabela de frete, para ser válida, deveria ter passado por uma consulta pública antes de ser aplicada, diz o advogado José Del Chiaro, ex-secretário de direito econômico do Ministério da Justiça.

“A medida provisória obriga a ANTT (agência de transportes) a criar o tabelamento, mas há impacto econômico e seria preciso ter uma consulta aberta a sugestões. Isso não foi feito.”

A essa questão legal se soma outra, que está sendo judicializada, a da inconstitucionalidade do preço mínimo de frete, segundo Del Chiaro.

O advogado afirma que tem recomendado a seus clientes que busquem negociar com as transportadoras.

Há uma brecha no texto da medida provisória: a multa por descumprimento da tabela não é paga à União, mas, sim, a quem prestou o serviço. 

Se o transportador abrir mão de receber o valor mínimo, há base para que ele também não cobre a multa.

 

Antes um na mão que dois voando

Cerca de 84% dos executivos brasileiros já abriram mão de um processo seletivo longo para aceitar uma proposta menos atrativa, mas mais rápida, segundo a consultoria de recrutamento Robert Half.

A empresa ouviu 9.000 candidatos a cargos de média e alta gerência em 11 países. A média brasileira fica acima do índice global (68%) e empata com a Bélgica.

“A crise tornou os processos morosos, empresas buscaram menos margem de erro, e o alto desemprego fez que profissionais ficassem receosos de perder chances”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria.

 

Educação O fundo Gera Venture investirá R$ 18 milhões nos próximos três anos em seu programa bilíngue para escolas. A previsão é chegar a 80 mil alunos.

Lavar... O grupo Acerte começará a comercializar franquias para colocar lavanderias dentro da área comum de condomínios, segundo o sócio-diretor Alexandre Diniz.

...em casa A empresa já atuava neste ramo, mas sem uma marca e com uma tecnologia menos avançada. A previsão é de cem unidades próprias até o fim de 2018, diz Diniz.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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