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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Reajuste mensal põe Petrobras em desvantagem competitiva, diz conselheiro

Saída de Parente não lesou acionistas minoritários, afirma representante deles no conselho

Maria Cristina Frias
Caminhões estacionados ao lado esquerdo, à beira de estrada. Motoristas em p´[e ao lado dos seus veículos.
Caminhoneiros fazem manifestação na porta da Ceagesp na capital paulista - Eduardo Anizelli - 28.mai.2018/Folhapress

Se a Petrobras alterar o reajuste diário do diesel em torná-lo mensal, terá um obstáculo competitivo em relação aos concorrentes importadores, diz Marcelo Mesquita, representante dos minoritários no conselho de administração.

“Impor uma desvantagem de concorrência à empresa é ruim, ainda mais em uma situação em que quem eventualmente faria isso é o governo, que é o controlador e tem conflito de interesses.”

A discussão sobre o preço do combustível, que Mesquita qualifica como infeliz, não trouxe, por enquanto, nenhum prejuízo à empresa.

“Até agora, a solução apresentada para a questão do diesel é um programa pelo qual o governo vai ressarcir a empresa. Ele paga pelo serviço e não prejudica os acionistas.”

Nem mesmo a saída de Pedro Parente do comando da estatal lesou os interesses dos minoritários, afirma Mesquita. A perda de valor na Bolsa, segundo ele, é natural.

As manifestações de pré-candidatos à presidência, que verbalizaram que a Petrobras deve controlar o mercado ou fechar o capital, essas sim, afirma, têm peso negativo—ele não se refere a ninguém especificamente, no entanto.

“Ainda não vi ninguém defender que a empresa tem que operar como empresa.”

O nome do diretor-executivo interino, Ivan Monteiro, é aprovado pelo membro do conselho de administração para assumir o cargo de comando de forma permanente.

“O Ivan Monteiro é parte de uma diretoria que trabalhou em um plano estratégico e foi integrante da equipe que realizou coisas positivas.”

Ele também não tem objeções à diretora de exploração e produção, Solange Guedes.

 

Imposto de equipamento de parque temático cai para zero

A Camex (Câmara de Comércio Exterior) zerou o imposto de importação de equipamentos para parques temáticos para reduzir os custos de investimentos no setor de turismo.

Os bens que poderão ser importados sem taxas são geralmente utilizados para a instalação de brinquedos como rodas-gigantes e carrosséis.

Os itens tiveram a alíquota para compra no exterior reduzida de 20% para zero, por inclusão na Letec (Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul).

Antes de aprovar o pleito, a Camex constatou que não existe produção nacional de nenhum dos equipamentos.

A entidade que representa o setor e apresentou a demanda possui 18 parques no Brasil e gera cerca de 11 mil postos de trabalho.

Os maquinários que tiveram alíquota zerada são importantes para que as atrações se mantenham atualizadas, segundo a câmara que regula as tarifas de importação.

A decisão foi publicada nesta terça-feira (5), no Diário Oficial da União (Resolução Camex nº 36/2018).

 

Debaixo dos nossos pés

A fabricante de cabos Prysmian fechou dois contratos para construir linhas subterrâneas de energia em São Paulo e em Curitiba. Somados, totalizam R$ 187 milhões.

“São linhas de transmissão subterrânea de alta tensão. Substituirão as que costumam passar por torres”, afirma Marcello Del Brenna, presidente da fornecedora.

“A preocupação com a durabilidade e a manutenção desses cabos é maior que os de distribuição, de média tensão. Concessionárias têm investido no enterramento, mas, de modo geral, o mercado brasileiro ainda é muito reduzido.”

Em São Paulo, a Eletropaulo firmou o acordo com a Prysmian para modernizar uma rede subterrânea já existente na zona leste da capital, diz Leonardo Borelli, responsável pela área na concessionária.

A empresa possui outras duas obras similares em andamento, na zona sul e em Barueri, fora outras de distribuição, cuja tensão é menor.

“Não temos um programa de enterramento. Fazemos em casos de adequação de carga ou conversão de tensão, caso se mostre como a saída mais viável, ou quando há interesse de terceiros, como de prefeituras.”

 

Nova atualização disponível

ouco menos da metade (46%) dos softwares utilizados no Brasil não são licenciados, segundo a BSA, entidade que reúne empresas como Microsoft, Apple, IBM e Salesforce.

Além de tornar sistemas mais vulneráveis a ataques cibernéticos, a estimativa é que programas piratas ou sem licenças atualizadas tenham um valor de mercado de US$ 1,7 bilhão (R$ 6,4 bilhões no câmbio atual).

“O Brasil segue em tendência de queda, teve uma redução de um ponto percentual em relação a 2016, mas ainda está longe de um patamar ideal”, afirma Antonio Eduardo Mendes da Silva, diretor da BSA no Brasil.

O uso de software licenciado no país está mais avançado que na América Latina, mas ainda fica aquém da média global, de 37%, assim como de mercados mais maduros, como Japão (16%) e Estados Unidos (15%).

O levantamento é realizado a cada dois anos com a consultoria IDC em 110 países. Na edição de 2018, foram mais de 23 mil entrevistas.

 


Matéria desperdiçada

Se o Brasil deixasse de destinar plásticos a lixões, o material poderia movimentar cerca de R$ 5,7 bilhões em reciclagem, segundo estudo do Selurb (sindicato das empresas de limpeza urbana).

O cálculo foi feito com base nos 4,4 milhões de toneladas de resíduos plásticos que não vão a aterros sanitários por ano. A produção anual do país é de 10,5 milhões de toneladas.

“A taxa reciclagem do material é de 4%, muito pouco”, diz Marcio Matheus, presidente da entidade.

“A indústria deveria receber incentivos fiscais para competir com o preço da commodity. É mais barato comprar a matéria-prima que reciclar”, disse. 

 

Lá fora e aqui

A empresa americana Teladoc, que oferece um serviço de consulta médica remota, adquiriu, por US$ 352 milhões (R$ 1,3 bilhão), a Advance Medical, que tem presença no Brasil.

Aqui ela envia exames de pacientes a um segundo especialista para tentar evitar procedimentos e, dessa forma, poupar dinheiro de seguradoras ou das contratantes de planos.

A transação não deverá fazer com que a companhia comprada mude sua marca aqui, ao menos não no futuro próximo, segundo Jean Marc Nieto, diretor responsável pelo escritório da adquirida no país.

A expectativa é começar a usar tecnologia de atendimento remoto.

 

Preço... O Custo Unitário Básico da construção civil do estado de São Paulo cresceu 0,55% em maio, na comparação com o mês anterior, segundo o Sinduscon-SP (sindicato da construção) e a FGV.

...da obra Em 12 meses o crescimento atingiu 3,02%. Apenas em março não houve aumento. A tendência é de novas altas nos próximos meses, devido a reflexos do dissídio, aprovado em maio.

Relação virtual O grupo Elo, de call center e atendimento a clientes, comprou a Top, de automação. A aquisição faz parte do pacote de investimentos de R$ 35 milhões que será feito até 2019.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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