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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Construtoras querem rever contratos de obras públicas por alta de custos

Tabelamento do frete após paralisação dos caminhoneiros encareceu construção, diz setor

Maria Cristina Frias

Andar alto em construção
Preço de alguns insumos da construção civil subiu mais de 10% no segundo trimestre, segundo empresas do setor - Alberto Rocha - 05.dez.17/Folhapress

O aumento do custo de materiais de construção tem feito empresas pedirem revisão de contratos com o setor público e poderá levar a disputas na Justiça, segundo a Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas).

O preço de alguns insumos subiu mais de 10% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2017, afirma Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da entidade.

O motivo principal é o tabelamento do frete após a paralisação dos caminhoneiros, segundo o representante.

 “A preocupação das empresas existe porque nas obras públicas só é possível fazer reajustes uma vez por ano. Como não se pode repassar os aumentos, o equilíbrio dos contratos fica prejudicado.”

Na maioria das vezes o impasse é resolvido administrativamente após uma análise da prefeitura ou do governo contratante, mas, em alguns casos, poderá ocorrer judicialização, afirma Jorge.

“Antes, havia uma concorrência predatória no frete. A partir do momento em que é tabelado, o preço sobe, mas são cometidas distorções em vários segmentos”, diz Eduardo Zaidan, do Sinduscon-SP (sindicato paulista da construção).

Outros fatores também têm impactado diretamente os custos, como a variação do dólar e do petróleo, diz ele.

Despesas com material de construção representam cerca de 35%, de acordo com o sindicato —o maior gasto é com mão de obra (61%).

 

Bolão executivo
Daniel Mendez

presidente da Sapore

Retrato de Daniel Mendez
Daniel Mendez, presidente da Sapore - Daniel Guimarães - 21.mar.2014/Folhapress

Há dois placares possíveis para o jogo entre Uruguai e França nesta sexta (6), diz Daniel Mendez, presidente da Sapore, que opera restaurantes em empresas e eventos e que anunciou neste mês uma fusão com a IMC, dona das marcas Frango Assado e Viena.

“Sem [o atacante lesionado Edison] Cavani, 1 a 0 para o Uruguai. Com ele, 2 a 0.”

Mendez é uruguaio. Veio para o Brasil com 11 anos e diz acreditar no hexa brasileiro. “Imagino uma final contra a Inglaterra, com 3 a 1 para o Brasil.”

O Mundial atrapalha a Sapore: “Teremos um Carnaval forçado. Deixaremos de servir refeições na noite de sexta, na segunda [feriado em São Paulo] e talvez na terça [dia de uma possível semifinal.]”

Ficha técnica

País Uruguai
PIB R$ 229,9 bilhões*
Inflação em 2017 6,55%
Desemprego no 1º tri 8,8%
 *em 2017, no câmbio atual

 

Rumo ao México

A Limppano, fabricante de esponjas e produtos de limpeza, vai construir uma fábrica no México para atender o mercado latino-americano.

O aporte previsto é de US$ 10 milhões (cerca de R$ 39 milhões), afirma Alex Buchheim, diretor-geral da companhia.

A Limppano possui hoje uma fábrica em Queimados (RJ) e outra na zona norte da capital fluminense.

Levar mercadorias do Rio de Janeiro para outros países freia qualquer crescimento mais acelerado nas exportações, afirma.

“Nosso carro-chefe são as esponjas, e por ser um produto muito leve, de baixo valor agregado, transportar para outros países é muito caro”, diz ele.

“O México tem hábitos similares aos nossos em relação a cultura e consumo, e de lá podemos atender tanto a América do Norte como um pedaço da América do Sul.”

R$ 185 milhões
é o faturamento anual estimado da Limppano

712
são os funcionários diretos da empresa

 

Uma em cem

O Brasil caiu 11 posições no ranking das cem empresas mais valiosas do mundo, segundo a consultoria PwC. Em 2009, o país ocupava a 7ª posição e tinha três empresas na lista; em 2018, apenas a Ambev se classificou.

A queda se explica pelo bom momento que as empresas brasileiras viviam na década passada em relação ao resto do mundo, afirma o sócio da consultoria, Kieran McManus.

“O ponto de partida da comparação é favorável ao Brasil, já que em 2009 a maioria das companhias sofria os efeitos da crise de 2008, e o país não foi tão afetado”, diz. 

Entre as dez maiores empresas, oito são americanas e duas, chinesas; no último ano, o valor total das empresas da China teve alta de 57%.

A expectativa é que o Brasil reconquiste posições na lista, diz McManus. “Passadas as eleições e a fase de incerteza, esperamos uma retomada do crescimento”.

O país é o único do continente no ranking.

 

Xerife de investimento

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) diminuiu o número de ordens de suspensão de atividades de corretoras que agem de forma irregular.

As infrações, como vendas casadas de investimentos, aconteceram mais quando as taxas de juros básicas estavam em trajetória de queda, diz Juliana Inhasz, professora do Insper.

“Corretoras também tentaram incluir muitos clientes sem o cadastro devido, o que também é proibido.”

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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