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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Hermes Pardini fecha compra de controle de laboratórios toxicológicos

Negócio, fechado no sábado (7), ainda precisa de aval do Cade

Maria Cristina Frias

O Hermes Pardini, de medicina diagnóstica, expande sua atuação na área de toxicologia ao comprar 55% do capital do Psychemedics Brasil por R$ 45 milhões.

O negócio, fechado no sábado (7) à noite e aprovado nesta segunda (9) pelo conselho de administração da empresa, ainda precisa de aval do Cade.

O Psychemedics teve R$ 132 milhões de margem líquida em 2017. O Pardini já fazia em parceria com a empresa adquirida exames toxicológicos de cabelo para detectar o uso de drogas em motoristas.

“Este mercado tem potencial para girar R$ 1 bilhão anuais em três a cinco anos. Com a logística do Pardini, poderemos oferecer em todo o Brasil”, diz Victor Pardini, presidente do conselho de administração do Hermes Pardini  e médico doutor em endocrinologia e geneticista.

“Desde que a lei do exame entrou em vigor, em 2016, caiu o número de mortes com caminhões nas estradas federais em 38%”, acrescenta.

O Pardini faz cerca de 3 mil exames por mês, enquanto o Psychemedics Brasil faz 70 mil a preços que variam entre R$ 180 e R$ 250.

O pagamento se dará em dois anos, 50% agora, com opção de compra do 45% restantes em 24 meses.
Marcello Rachlym, presidente da Psyquemedics, comandará a Pardini Toxicológico, que será criada.

É a segunda aquisição do grupo mineiro em pouco mais de um mês. O DLE (especializado no teste do pezinho e em doenças raras) passou a fazer parte do grupo em maio.

No segundo semestre de 2017, comprou duas empresas mineiras: Ecoar, laboratório de imagem especializado em cardiologia, e o Humberto Abrão, de alta hospitalidade, focado na classe A, por cerca de R$ 40 milhões cada.

“Vários concorrentes não fazem integração [das adquiridas], mas nós procuramos aprender e ganhar expertise com elas”, diz Pardini.

O grupo atua principalmente em Minas Gerais, São Paulo, Rio e Goiás, mas tem 5,7 mil laboratórios conveniados no país que enviam exames para processamento em sua sede.

R$ 1,2 bilhão
foi a receita do grupo em 2017

 

Chefia está em alta

As contratações de executivos para alto escalão subiram 50% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Page Executive, consultoria especializada nesse nicho.

Houve troca de diretores, especialmente dos de finanças, segundo Fernando Andraus, diretor-executivo da empresa para a América Latina.

“A agenda das companhias mudou. Elas estavam preocupadas em reduzir o número de diretorias até o ano passado, mas agora buscam por executivos com um perfil mais voltado a crescimento.”

Os leilões do setor elétrico e de infraestrutura também contribuíram para a alta de contratações, de acordo com Andraus.

“Todo grupo que sai vitorioso precisa, na prática, começar uma empresa do zero e têm que escolher diretorias inteiras.”

Outro fator pode contribuir para o aumento do número de vagas para executivos: fundos de private equity fizeram captações e devem começar a escolher companhias brasileiras para receber aportes e reforçar o organograma, afirma.

 

Segmento de dispositivos médicos tem 2ª melhora seguida

O consumo interno de dispositivos e equipamentos médicos cresceu 3,4% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2017, segundo a Abiis (que reúne associações do setor).

Foi a segunda alta seguida, diz José Marcio Gomes, diretor-executivo da entidade. 

“É um cenário bastante positivo, ainda que esteja aquém do início da série histórica, em 2012.”

A melhora, contudo, não foi uniforme. O segmento de próteses e implantes teve um aumento de 8,4%, enquanto o de diagnósticos in vitro subiu 1%.

“É um movimento notável, mas abaixo do que a indústria esperava. A expectativa era que tivéssemos uma retomada mais acelerada”, afirma Carlos Eduardo Gouvêa, da CBDL (câmara de diagnóstico laboratorial).

“Há muitos fatores que nos afetam, como o câmbio, o contingenciamento no setor público, que reduz compras, e o número crescente de recusas de pagamento no setor privado, devido a discussões com as operadoras de saúde.”

 

Hospitais em obras

A empreiteira Engeform tem concentrado sua atuação na área da saúde para crescer. A companhia toca atualmente sete obras de grandes hospitais no país e estima alta de receita de 20% em 2018.

“São mais de 2.000 leitos e 300 mil m² de área construída”, diz o CEO da empresa, André Abucham. Essas construções respondem por 35% do seu faturamento.

Entre os projetos com entrega prevista para este ano, estão a reforma do imóvel que abrigará a unidade do Sírio Libanês em Brasília e o hospital da Unimed em Betim (MG).

“Queremos buscar mais relevância no mercado privado, que tem tido importantes investimentos.”

O Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que deveria ter sido entregue em 2017, e o Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, que teve contrato renegociado, estão entre as obras públicas em que a Engeform atua.

R$ 358 milhões
foi o faturamento em 2017

 

Vem de longe

Compras feitas por brasileiros em sites chineses cresceram 133% em maio na comparação com mesmo mês do ano passado, segundo a Visa.

O país oriental é o 11º no ranking dos mais procurados pelos consumidores do Brasil. A lista é liderada pelos EUA. Eletrônicos estão entre os itens mais comprados. O ticket médio das operações é de US$ 42 (R$ 162).

As transações por cliente têm aumentado. Em 2017, eram 1,8. Agora, são 2,2.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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