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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Multinacionais buscam consolidação do setor de hemodiálise no Brasil

O investimento externo no segmento de clínicas, permitido desde 2015, tem sido crescente

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O mercado de clínicas de hemodiálise no Brasil deverá passar por uma nova onda de aquisições liderada por multinacionais do segmento.

O investimento externo no setor, permitido desde 2015, tem sido crescente. “Há entre 50 e 70 centros nas mãos das estrangeiras, e a tendência é de consolidação”, diz Carmen Tzanno, da Sociedade Brasileira de ​Nefrologia.

O Brasil tem hoje cerca de 750 clínicas de hemodiálise. Dessas, 70% são privadas, 22% filantrópicas e 8% públicas, segundo a entidade. O SUS (Sistema Único de Saúde) arca com o tratamento de 86% dos pacientes.

O Brasil tem hoje cerca de 750 clínicas de diálise, 70% delas privadas - Ronny Santos - 5.fev.15/Folhapress

“O reembolso do governo é muito pequeno e não tem reajuste há anos, o que deixou o setor endividado”, diz Edson Pereira, da alemã Fresenius, que fabrica insumos e também tem uma rede de centros.

Os pontos mais visados pela companhia, que comprou duas unidades em 2018, estão localizados no Sul e no Sudeste, que têm rede privada maior.

A Baxter, indústria de produtos para pacientes com doença renal que administra três clínicas, confirma que a consolidação é tendência, mas não revela seus planos de expansão.

“As fabricantes de insumos ganham na escala, usam os próprios produtos. A depreciação do real frente ao dólar e a fragmentação do setor também tornam o Brasil atraente”, diz Tzanno.

A DaVita, que tem 27 clínicas, comprou 10 no último ano e prevê fechar 2018 com 30 unidades. A empresa investe na construção de centros, além das aquisições.

“Nossa expansão por compras continuará em áreas onde já operamos”, diz o diretor de operações, Bruno Haddad.

“O risco é que haja cartelização, como ocorreu nos Estados Unidos. As corporações poderão pressionar o governo para obter melhores preços”, diz o presidente da Pró-Renal, Miguel Riella.

 

Apetite por aquisição

A Fresenius Medical Care, de produtos e serviços para tratamento de doenças renais, vai aportar cerca de R$ 100 milhões até o fim do ano na modernização de sua fábrica em Jaguariúna (SP) e na aquisição de clínicas de diálise.

A multinacional opera hoje 30 centros no país, dois deles comprados neste ano. A companhia passou a ter unidades de diálise no Brasil em 2015.

“A maioria das clínicas aqui é administrada por nefrologistas e tem baixa rentabilidade por conta da defasagem no repasse pelo pelo governo pelos procedimentos. Chegou a 40% em dez anos”, diz o presidente, Edson Pereira.

“Olhamos para empresas em capitais e mercados que possuam um sistema de saúde suplementar bom, ou que tenham prefeituras e estados que complementam os repasses federais”, afirma.

A marca não fornece, atualmente, insumos para diálise peritoneal às regiões Norte e Nordeste. “Nossa planta fica em São Paulo, o custo logístico seria alto.”

Na fábrica, o aporte será na robotização de processos.

€ 33,88 bilhões
(R$ 152,62 bi) foi a receita global do grupo em 2017

2.500
é o total de funcionários no país

 

Acessos em alta

O número de planos com acesso à rede de telefonia 4G no país cresceu 13% no acumulado deste ano até maio, segundo a Anatel (agência reguladora do setor). Em um ano, a alta chega aos 49,6%.

Esse ritmo deve se manter pelos próximos dois anos e é explicado pela queda nos preços dos aparelhos e pela expansão da cobertura, segundo o vice-presidente de negócios ao consumidor da Vivo, Marcio Fabbris.

“Nossa cobertura atende todas as cidades de São Paulo, Rio e Espírito Santo. No país, 85% da população têm o sinal.”

A Claro diz que seu sinal 4G chega a 78% da população e que a maior parte de seus clientes já utiliza a tecnologia.

“Das nossas 20 mil antenas, 9.000 estão em processo de modernização para uma rede mais avançada. Nosso investimento em infraestrutura de rede é de R$ 8,8 bilhões neste ano”, diz o CEO, Paulo César Teixeira.

A TIM afirma que 91% dos brasileiros podem fazer uso de sua rede 4G. “Cerca de 85% do nosso tráfego vem desses clientes”, diz Leonardo Capdeville, vice-presidente de tecnologia.

 

Bolão executivo

Virginie Fernandez
diretora no grupo LVMH

A França vencerá a Croácia por 2 a 1 e será bicampeã mundial neste domingo (15), segundo Virginie Fernandez, executiva do grupo LVMH, dono de marcas de luxo como Louis Vuitton e Möet & Chandon.

“Tenho convicção na qualidade futebolística e humana desse time, um dos mais jovens da Copa”, diz ela.

“Também porque, 20 anos depois, gostaria muito de comemorar nos Champs Élysées [conhecida avenida de Paris onde está o Arco do Triunfo, já decorados por causa da festa nacional do 14 de julho].”

“O impacto [do título] para o grupo LVMH será sem dúvida [na venda] dos nossos champagnes e do nosso espumante Chandon, produzido na serra gaúcha, com herança francesa. Vai ser comemorado com borbulhas de alegria!”

Ficha técnica

País: França
PIB: Cerca de R$ 9,74 tri*
Inflação em 2017: 1%
Desemprego no 1º tri.18: 9,2%
*em 2017, no câmbio atual

 

Parado Os aluguéis de galpões logísticos para a indústria em São Paulo no primeiro semestre deste ano tiveram absorção líquida equivalente a 46% de 2017, aponta a Newmark Grubb. A taxa de vacância ficou praticamente estável.

Dutra elétrica A EDP e a BMW vão instalar seis pontos de carregamento de carros elétricos na estrada entre as cidades de São Paulo e Rio. Serão três em cada sentido. As centrais ficarão em postos de combustíveis.

Olho no lance As vendas no ecommerce caíram 28,1% durante o jogo entre Brasil e Bélgica na Copa, na comparação com uma sexta comum, segundo a empresa de produtos antifraude Konduto, que analisou 22 milhões de pedidos.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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