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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Novo fundo ferroviário para terminar impasse com Pará deverá ser permanente

O governo quer, até o fim do ano, prorrogar concessões em vigor

Maria Cristina Frias

O fundo que a Secretaria do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) pretende criar com uma medida provisória para resolver o impasse com o Pará deverá ser permanente, semelhante ao que existe para a aviação civil.

O governo quer, até o fim do ano, prorrogar concessões em vigor. As empresas que já têm contratos terão de investir em outras linhas ferroviárias, que pertencem à União.

Trecho da Ferrovia Centro Atlântica, antiga e em mau estado de conservação. - Padro Ladeira - 11.mai.17/Folhapress

Políticos do Pará pressionaram o governo nos últimos dias para que ramais de trem no estado fossem contemplados.

A solução de financiar a linha que vai até a cidade de Barcarena (PA) com o fundo, segundo técnicos do PPI, não é casuística, e deverá beneficiar, no futuro, outros trechos.

O modelo da aviação civil, a inspiração para o ferroviário, tem cerca de R$ 14 bilhões, recurso que veio das outorgas e também de taxas de embarques internacionais.

O PPI pretende incluir outras fontes de receita, além de uma parcela das outorgas.

É preciso que isso seja criado via medida provisória, segundo o PPI, porque a ideia é que isso já passe a valer na com as receitas do contrato da ferrovia Norte-Sul, cuja assinatura está prevista ainda para este ano.

Esse projeto prevê investimentos de R$ 2,8 bilhões.

Esse fundo deve funcionar especialmente para linhas mais curtas, segundo Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria ferroviária).

“As concessionárias de grandes malhas já disseram que pretendem devolver alguns de seus trechos. Se houver neles investimentos dessa origem, outras empresas poderão se interessar por essas ferrovias”, afirma ele.

 

Setor publicitário pede impugnação de edital do Banco do Brasil

Entidades ligadas ao mercado publicitário vão solicitar a impugnação do edital do Banco do Brasil que licitará a conta de publicidade da estatal.

O contrato de R$ 500 milhões prevê a contratação de quatro agências. A Fenapro (federação do setor) protocolou o pedido nesta terça (17) e a Abap (associação setorial) o fará nesta quarta (18).

A Folha antecipou o resultado da mesma licitação, revogada à época, em 2017.

Há dois pontos principais sob questionamento. O principal é a exigência que licitantes tenham patrimônio líquido mínimo de R$ 12,5 milhões, afirma Helena Zoía, que representa a Fenapro.

O outro é o modelo de remuneração, que não prevê um repasse direto do banco às agências, apenas um pagamento a partir do que é cobrado pelos meios que veiculam as peças publicitárias, afirma.

“A preocupação maior é o alijamento das agências nacionais. Ilegal não é, mas é tudo muito inadequado.”

“[As especificações] Vão restringir a participação de agências até relativamente grandes. Há uma quebra do princípio de isonomia”, diz Paulo Gomes de Oliveira Filho, que representa a Abap e o Sinapro-SP (sindicato paulista do setor).

Outro lado

O patrimônio líquido mínimo no edital atende à necessidade de contratar empresas com porte adequado ao aporte previsto nos próximos cinco para a área de comunicação anos, afirma o Banco do Brasil em nota.

O valor de R$ 12,5 milhões é 2,5% do orçado, menos que o máximo de 10% previsto na lei anterior que regia o certame (a atual não prevê teto). “Ao menos 20 empresas atendem a essa exigência de capital.”

Quanto à forma de remuneração, a estatal diz que ela já é praticada. “Não recebemos qualquer tipo de reclamação ou pedido de reequilíbrio (...) pelas agências contratadas”.

 

Privacidade

A maioria (70%) das empresas são afetadas pelas regras de proteção de dados na União Europeia, segundo a KPMG. No Brasil, normas similares foram aprovadas pelo Senado na última terça (10).

Os conselhos das empresas intensificaram investimentos em privacidade e segurança de dados, mas 38% não estarão em conformidade com as regras a tempo.

Empresas da América Latina que têm negócios na Europa são as mais atrasadas para se adequar às regras.

 

Hipertrofia alavancada

A Bluefit, de academias de ginástica, ampliou seu plano de expansão previsto para este ano para iniciar 2019 com 72 operações. São 44 em funcionamento hoje.

“Vamos abrir 20 unidades próprias e sete franquias. Já temos 11 pontos em obras, seis com contrato assinado e três em estágio avançado de negociação”, diz o diretor-executivo, Fernando Nero.

A expansão via estabelecimentos próprios será financiada com R$ 40 milhões de capital da marca e outros R$ 30 milhões de dívidas.

“Queremos captar R$ 70 milhões para financiar a inauguração de mais 60 unidades em 2019. Abriremos também franquias em outro país da América do Sul. Sabemos que Argentina, Colômbia e Peru têm demanda”, diz.

O fundo Leste Capital, do ex-diretor do BTG Pactual Emanuel Hermann, está entre os sócios da empresa, que teve a entrada de novos acionistas neste ano. O nome dos investidores não foi revelado.

A Bluefit estima, ainda, levantar R$ 65 milhões com franqueadores neste ano.

“Colocamos franquias em capitais e cidades médias em que não atuamos, mas há uma demanda suficiente, como em Teresina.”

O investimento para colocar uma unidade em funcionamento varia entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões. 

“A cidade precisa ter pelo menos mais de 120 mil habitantes para comportar uma academia da marca. Um ponto de 3.000 metros quadrados costuma ter entre 5.000 alunos”, afirma.

R$ 110 milhões
é a receita estimada da empresa para 2018

120 mil
é o total de alunos matriculados na rede

 

Dívida... A taxa média de inadimplência de pessoas físicas deverá ficar entre 4,77% e 5,01% em julho, aponta o Ibevar (instituto dos executivos do varejo). No pior dos casos, o dado seria similar ao de maio.

...atrasada São considerados inadimplentes os consumidores com atrasos superiores a 90 dias. Se concretizada, a projeção será 0,75 ponto percentual menor do que a do mesmo período de 2017.

Insumos A Duas Rodas, fabricante de aromas e ingredientes para a indústria alimentícia, vai inaugurar um centro de tecnologia em São Bernardo do Campo (SP). O aporte é de R$ 5 milhões.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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