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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Pagamentos por coparticipação tiveram alta de 20%, mas podem cair com nova regra

Nos últimos anos, a alta foi de cerca de 20% em termos monetários nominais

Maria Cristina Frias
Médicos em sala de cirurgia analisam imagem em tela de computador
Com as novas normas da ANS, as seguradoras poderão cobrar, no máximo, 40% do custo do procedimento médico - Patricia Stavis - 30.mai.2018/Folhapress

O valor que os beneficiados de planos de saúde desembolsaram por procedimentos médicos a título de coparticipação ou franquia aumentaram nos dois últimos anos.

A soma foi de R$ 5 bilhões no último trimestre de 2017, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Nos anos de 2016 e 2017, a alta foi de cerca de 20%, sem levar em conta a inflação.

A tendência pode ser invertida com a publicação, no fim do mês passado, de normas da agência que colocam limites à coparticipação.

A regra anterior era mais genérica: o plano não poderia cobrar do beneficiado um valor pelo procedimento que fosse um fator restritivo ao uso da apólice de seguro.

Com as novas normas da ANS, as seguradoras poderão cobrar, no máximo, 40% do custo do procedimento médico. Há outro limite: a conta do cliente não pode ser maior que o valor mensal do prêmio.

“As operadoras têm dúvidas sobre como operacionalizar, são muitos fatores de limites colocados”, afirma Marcos Novais, economista da Abramge (associação dos planos).

O setor está preocupado com aspectos técnicos, mas considera que agora há a possibilidade de criar diferentes tipos de contratos, o que é um avanço, segundo Novais.

As novas regras não vão aumentar a receita das operadoras, mas podem reduzir os custos, diz Orestes Pullin, presidente da Unimed Brasil.

“A coparticipação estimula o uso racional dos serviços, e a regulamentação publicada tornou as regras mais claras para as empresas. Isso pode baratear as mensalidades e aumentar a clientela.”

 

Custo de plano de saúde gerido por empresas cresce 13,3%

Os custos médico-hospitalares subiram 13,3% em 2017 nos planos de saúde geridos pelas empresas para seus funcionários e familiares, segundo a Unidas (do setor).

A variação deverá ser menor neste ano, diz João Paulo dos Reis Neto, vice-presidente da entidade.

“Como o aumento foi muito grande em 2016 e 2017, quando entraram novas tecnologias [no rol de tratamentos], a tendência é que a inflação não seja tão alta em 2018.”

Há também um esforço maior para conter os gastos desnecessários ou abusivos, diz Ariovaldo Câmara, presidente do Postal Saúde, que administra planos de funcionários dos Correios.

“Em alguns parceiros a consulta custa R$ 80, mas, no final, o atendimento sai por R$ 800. Temos priorizado outros que fazem o mesmo por R$ 400, por exemplo, além de auditorias. Com isso, nosso custo subiu só 1,7% em 2017.”

“A solução que buscamos é evitar um uso desnecessário do plano. Investimos R$ 78 milhões por ano em programas de prevenção”, diz Luciana Rodriguez, diretora da Geap, dos servidores federais.

 

Distratos só em 2019

Há um risco de o projeto de lei que altera as regras do distrato de aquisição de imóveis não passar este ano, de acordo com o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do texto.

A proposta é uma tentativa de diminuir o número de cancelamentos de contratos. Se o cliente que comprou um apartamento quiser desistir, precisaria arcar com um multa de até 50% do valor total.

A votação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado estava prevista para a última terça (3), mas foi adiada para o dia 10 —data do jogo da semifinal da Copa. O recesso do Congresso começa no dia 18.

“Fiquei pessimista com a reação de um conjunto de senadores que pediram mais tempo. De fato, o prazo pode ser comprometido”, afirma Ferraço.

O projeto de lei não deverá passar neste ano, segundo um executivo do mercado imobiliário que acompanha esse tema.

Os senadores que pediram mais análises incluíram uma quantidade grande de pedidos, o que obrigaria o texto a voltar para a Câmara dos Deputados.

 

Rede escolar

A gestora Mint Capital aumentou para cerca de 44% sua participação no Bahema Educação, grupo dono de cinco escolas de ensino básico.

O primeiro aporte feito no grupo educacional ocorreu em julho de 2017 e, desde então, a fatia tem aumentado.

O objetivo é comprar novos colégios e ligá-los em um mesmo sistema para elevar a geração de receitas, afirma Cassio Beldi, sócio da Mint.

“A Escola Balão Vermelho [de Belo Horizonte, comprada em 2017], por exemplo, não tinha ensino médio. Conseguimos montar em parceria com o praticado nos outros colégios do grupo”, diz ele.

“Criamos uma central de serviços compartilhados para cuidar da folha de pagamentos, tecnologia e marketing de todos os negócios atuais e dos ativos que estão por vir.”

 

Impacto As mudanças na coparticipação em planos de saúde deverão ter um efeito negativo nas despesas das operadoras de autogestão, segundo a Unidas (do setor). A mudança veda a cobrança em alguns procedimentos custosos.

Prepara A Abinee, da indústria elétrica e eletrônica, entregou ao pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB) um estudo sobre a importância do setor para a digitalização da economia. Outros presidenciáveis serão procurados. 

Seguros Brasileiros e chilenos são os que mais valorizam segurança ao comprar online, segundo a consultoria espanhola Indra. Ao todo, 2.800 pessoas foram entrevistadas em seis países da América Latina e na Espanha.

 

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